O Vício de Amor romance Capítulo 45

Jorge nem se alterou, ele apenas escondeu sua mão ferida atrás das costas, não devia estar tão calmo quanto aparentava, apesar de seu semblante frio.

Jorge fitou na Fátima que estava amaldiçoando, com uma frieza nos lábios que veio do nada e aumentava cada vez mais:

- O que estão esperando?

Recebendo a ordem, os seguranças imediatamente contiveram Fátima e tiraram-na dali.

Ela parecia estar completamente insana, cuspindo e mordendo os seguranças.

- Jorge, você molestou minha filha e não quer assumir. Você vai para o inferno. Acha que pode fazer o que quiser só porque é rico? Nunca vai pagar pelo que fez só porque é rico? Nós que não temos grana ou poder merecemos sofrer na sua mão?!

Apesar de parecer lúcida, Fátima gritava de forma descontrolada, só falava sobre como Jorge a maltratava.

Comportava como a vítima.

Quanto mais as pessoas ouviam, mais ficavam curiosas.

Jorge molestou sua filha?

Essa era uma notícia incrível.

Tanto os empregados da empresa, quanto os seguranças que seguravam Fátima, queriam ouvir mais daquilo.

Fátima não se importava com sua dignidade, se sentou no chão e gritou:

- Eu sou uma infeliz, só criei uma filha e foi molestada, mas não tenho onde reclamar. Ainda existem leis? Os pobres merecem sofrer e morrer?

Mais e mais pessoas se reuniam na porta.

Todos os olhares iam na direção de Jorge.

A raiva no rosto de Jorge se tornou muito evidente e Natália encarou a lateral de seu rosto sério sabendo que ele estava irritado, muito irritado.

Ela gostou de ver que Jorge odiava Fátima, mas era óbvio que alguém esperava essa novidade dele.

Uma pessoa tão digna no centro de tal escândalo era um prato cheio para o povo.

- Ela é uma maluca, por que não tiram ela logo daqui, já que ela está incomodando? - De repente, Natália falou com frieza.

- É você quem é louca! - As palavras de Natália enfureceram Fátima e, num deslize dos seguranças, ela pulou para cima de Natália com uma expressão raivosa.

- Vou te matar!

Natália deu um passo para trás, com medo, e ouviu um grito de raiva:

- Vai morrer na minha mão!

Fátima foi chutada mais uma vez, dessa vez com muito mais força, fazendo-a cair de costas no chão.

O olhar sério de Jorge foi para os guardas que não a seguraram.

- O que vocês estão fazendo? Não querem os empregos?

Os seguranças suavam frio, não foram cuidadosos e então Fátima teve a oportunidade de machucar alguém de novo. Dessa vez não poderiam relaxar, caso contrário perderiam seus empregos.

- Levem ela à polícia, digam que foi uma tentativa de homicídio com uma faca. - Jorge estava realmente irritado, não queria deixar barato. Ferir alguém e tentar matar alguém eram crimes muito diferentes.

Os seguranças agarraram a louca da Fátima, arrastaram ela até o carro e a levaram para a delegacia.

Fátima amaldiçoou e gritou enquanto era trancada no carro.

- Estão dispersados.

Jorge mandou e a multidão estava se dispersando aos poucos. O homem que conversava com Natália veio até ela e disse:

- Não sabia que você teria coragem de defender o Presidente Marchetti dessa forma.

Ele também viu a oportunidade de agir para conseguir a atenção dele, mas Natália acabou agindo antes.

- O Presidente Marchetti vai cuidar melhor de você no futuro, afinal você correu para defender ele com sua vida - disse o homem com alguma inveja.

Só agora Natália sabia o que ele queria dizer.

Pensou que ela fez isso só para se mostrar na frente do Jorge?

Ela sabia que não era isso.

Pensando, seu olhar procurou a mão de Jorge ferida, imaginava se estava grave.

Ela não esperava que ele fosse segurar a faca com as próprias mãos.

Deve ter doído muito!

- Como se chama? - O homem perguntou de repente.

Natália não estava prestando muita atenção às palavras dele quando disse:

- Natália.

- Você está livre hoje à noite? Vamos jantar juntos, te espero depois do trabalho.

O quê?

Natália olhou de volta para ele, estava chamando-a para sair?

Qual era o problema dele? Era a primeira vez que tinham se visto.

Natália ficou completamente confusa.

- Eu...

- Você, venha comigo! - O rosto de Jorge parecia bastante irritado. Ele ainda estava ali enquanto ela paquerava outro homem na frente dele?

Será que ela sabia o que era “vergonha”?

Natália correu até ele.

O homem ficou para trás, mas disse, implacável:

- Sra. Natália, vou te encontrar na frente do escritório depois do trabalho para jantar hoje à noite.

Jorge parou de andar e olhou para Natália.

Ela estava prestes a responder quando encontrou um par de olhos que quase lançou fogo, como se Jorge pudesse estrangular Natália se ela se atrevesse dizer sim!

Natália queria saber dele, mas recuou ao perguntar:

- Você está zangado?

Ele não precisava dizer nada, só encarou ela.

Com olhos de tigre.

Natália engoliu seco e se virou para responder o homem:

- Desculpa, eu já tenho um compromisso.

Ela se virou novamente e a irritação de Jorge melhorou um pouco, a resposta de Natália o satisfez.

Ela pensou por um momento e perguntou:

- O machucado nas suas mãos é sério, precisa ir ao hospital?

Natália imaginou que deveria ter machucado bastante ter segurado a faca com as próprias mãos.

Jorge não respondeu e entrou no elevador com Natália o seguindo.

Ela tomou a iniciativa e apertou o botão enquanto olhava seu reflexo na parede do elevador. Hesitou por um momento e disse:

- Quando a Sra. Ester vier trabalhar, peça para ela fazer um curativo.

Ele estava ferido por causa dela, então ela deveria cuidar dele, não importava o motivo.

Jorge olhou para ela pelo reflexo, sem parecer alegre ou irritado e disse com tranquilidade:

- Ela foi para Atalaia em uma viagem de negócios.

Natália olhou para ele, ela não tinha ido no jantar com ele ontem à noite?

Como foi assim, tão de repente.

Jorge arrumou a postura e disse:

- Coisa de trabalho.

Ele nunca diria que mandou Ester para lá como uma desculpa.

Ele não era bobo, podia ser que seus sentimentos por Natália era porque estava caidinho por ela?

Ele nunca tinha amado ninguém e não entendia aquele sentimento, mas era claro que se sentia atraído por Natália.

- Entendi.

Natália deu uma resposta simples e ficou em silêncio.

O elevador fez um barulho quando parou e abriu as portas devagar.

Quando Jorge saiu, Natália viu suas mãos cheias de sangue, apesar de que não sabia como as feridas estavam.

Quando viu que Jorge estava prestes a entrar no escritório, Natália apressou o passo e alcançou ele para dizer:

- Se importaria de eu limpasse suas feridas?

Jorge parou na porta do escritório sem dizer nada.

Natália parecia entender o que o corpo dele queria dizer e logo abriu a porta. Lembrando de que o kit de primeiros socorros estava na dispensa, disse:

- Eu vou buscar o kit médico.

Jorge a viu correndo e deu um leve sorriso.

Natália voltou com o kit médico, Jorge ainda estava sentado no sofá com suas mãos feridas apoiadas nos joelhos, o sangue em suas mãos já havia coagulado. Ela se sentou na mesa de centro com o kit, pegou o anti-séptico, a gaze, olhou para baixo e disse:

- Não tem muito medicamento aqui, se o ferimento for sério você vai ter que ir para o hospital.

Quando estava pronta para começar, se concentrou apenas nos ferimentos e, ao pegar nas mãos dele, conseguia ver claramente os ferimentos na palma.

Não tinha como dizer o tanto de sangue que ele poderia ter perdido se não tivesse mantido suas mãos firmes, pressionando o corte.

As mãos de Natália tremiam, sussurrou:

- Vai doer um pouco, aguenta aí.

Ela pegou um cotonete embebido em álcool para limpar o sangue com calma, cuidado e seriedade, apesar de nunca ter feito isso antes.

Jorge encarou a mulher tão perto dele, com os olhos baixos e cílios enrolados, batendo como plumas, piscando junto de seu batimento.

- Ai...

- Te machuquei? - Natália encontrou o olhar dele.

Estavam tão perto um do outro que até a respiração se misturava, a de Jorge estava afobada, às vezes soprando alguns fios de cabelo de Natália que estavam soltos na altura do pescoço.

- Alivie a minha dor.

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