O Vício de Amor romance Capítulo 51

A mulher grávida escorregou e quase caiu, causando um grito lá em baixo.

Viver ou morrer, um só momento decidiria.

A sogra da grávida também estava aterrorizada e se sentou berrando.

O cérebro de Natália ficou em branco por um momento e seu sangue congelou.

Levou um momento até que ela conseguisse encontrar sua voz.

- Eu te devolverei o dinheiro que você usou para comprar a casa, se você descer.

A mulher grávida não acreditou nela, era claro.

- Não ouse tentar me enganar para me tirar daqui, eu não vou acreditar em você!

- Eu não estou mentindo, eu vou mesmo te devolver. Mesmo que não pense em você mesma, não se importa com o bebê? – Natália continuou.

A grávida pareceu ter sido tocada em um ponto doloroso e se agitou um pouco:

- Eu só penso no bebê, por isso que estou aqui. Você acha que é fácil para nós comprarmos uma casa, esvaziar todas as nossas reservas só para ter um lar estável, mas você acha que eu deixaria meu bebê viver em uma casa perigosa? Preocupando-me o tempo todo se não vai desmoronar e nos matar esmagados lá dentro!

Natália sabia com o que ela se importava, sabia com o que ela estava preocupada, o que ela temia, e foi sincera:

- Eu sei. Você só quer dar um lar ao seu filho, e eu te entendo, contanto que você esteja disposta a descer, eu te darei o dinheiro.

- Por que eu deveria confiar em você? E se eu descer e você não me der dinheiro algum? – A mulher grávida não cedeu.

Natália franziu seus lábios ressecados.

- Eu não estou mentindo para você, eu sou filha do Santiago Ribeiro, eu não mentiria.

- Ela é filha daquele empresário traiçoeiro, Santiago?

- A filha é obrigada a pagar os débitos de seu pai. Pague-me!

- Devolva o nosso dinheiro!

Natália foi cercada em um instante. A multidão gritava:

- Devolva nosso dinheiro! Devolva nosso dinheiro!

Um homem agitado tentou agarrá-la, e Jorge, tão rápido quanto um flash, passou seus longos braços ao redor da cintura dela e a puxou para os seus braços, seu olhar frio fixado no homem.

O homem foi ferozmente encarado, sua arrogância diminuiu em um instante, mas ele ainda reclamou:

- Pagar o que você deve é o correto, o pai dela tomou todo o nosso dinheiro suado! E se ele não intervir, ela vai ter que nos pagar!

- É isso! A filha deve pagar os débitos de seu pai, e se ele não fizer nada, ela terá que pagar! – Outra pessoa se intrometeu.

Em um segundo, todos já estavam conscientes de tudo aquilo e a cena saiu do controle por um tempo.

A grávida no telhado também foi resgatada por bombeiros que se aproveitaram de sua distração.

Quando Lucas chegou com seus subordinados, Jorge e Natália estavam cercados e não conseguiam se mover, a não ser que soubessem como desaparecer no ar.

Ainda bem que ele trouxe um pessoal com ele, e com a ajuda dos bombeiros, ele esbravou seu caminho através da multidão. Com a ajuda dos homens que Lucas trouxe, Jorge escoltou Natália para longe da multidão e para dentro do escritório do Grupo Flores, onde os cobradores de dívida foram impedidos de entrar.

A grávida que foi resgatada, descendo com a ajuda dos bombeiros, viu Natália através da porta de vidro enquanto passava pelo lobby, se livrou das mãos dos bombeiros e correu.

- Você disse que me pagaria.

Lucas e os seguranças a impediram de entrar.

Ela não conseguia entrar, só gritava descontroladamente com Natália:

- Você disse que me pagaria. Se você mentiu para mim, você estará perdida. Se você faz dinheiro à custa dos outros, você irá queimar no inferno quando morrer!

Jorge fez uma careta e disse em uma voz fria:

- Arranque essa mulher daqui.

Lucas estava quase fazendo isso quando Natália o chamou:

- Espere um pouco.

Ela virou para Jorge, disse:

- Eu sei que você acha que sou idiota e burra por dar esse dinheiro e eu terei uma enxurrada de problemas por isso, mas ela só quer um lar, um lar para seu bebê, mas, infelizmente, ela encontrou meu pai e, como ela disse, se eu não mantiver minha promessa, ficarei inquieta porque entendo como ela se sente...

Ela entendia o o desejo dela de dar um lar para a criança.

Porque ela também queria dar um lar para o seu bebê, mesmo que sabendo que isso estava tão longe de acontecer que ela temia que nunca acontecesse nessa vida.

Ela era tão fraca e magra, como se um sopro de ar pudesse a carregar para longe.

Mas aqueles claros, brilhantes olhos, eram tão determinados naquele momento.

Era uma firmeza que ele nunca tinha visto antes.

Por um momento, ele estava em um transe, seus olhos em Natália, mas suas palavras foram para Lucas:

- Dê a ela o dinheiro.

Lucas concordou e olhou para a grávida:

- Venha comigo.

Naquele momento, Santiago chegou apressado, tendo se escondido em seu escritório e só ousado sair quando ele soube que Jorge e Natália estavam chegando.

Ver sua filha era como ver esperança.

- Nati... – Ele disse com certa animação — você veio me resgatar.

Natália parecia tranquila.

- Quanto dinheiro você ainda tem?

Santiago congelou, não esperando que a primeira palavra dela fosse essa. Se ele tivesse dinheiro ele não estaria nessa situação.

- Eu não tenho dinheiro algum. – Santiago disse honestamente.

- O quê? – Natália não acreditou nele, mesmo que Santiago estivesse sendo pressionado para pagar uma dívida, ele não poderia não ter dinheiro nenhum.

- Quem pode te ajudar se você não disser a verdade?

Santiago corou bastante e ficou em silêncio o tempo todo.

Natália não queria desperdiçar tempo com ele.

- Já que você não quer falar, eu não vou forçar.

Ela olhou para Jorge, disse:

- Vamos.

Jorge esticou o braço e o colocou sobre os ombros dela, assentindo levemente enquanto eles deixavam a área do escritório com escolta da segurança.

Santiago entrou em pânico vendo que Natália estava mesmo indo embora, cerrou os dentes e disse a verdade:

– Não sobrou muito dinheiro, além da casa, tenho cerca de dois milhões em dinheiro, tudo roubado por Larissa. Eu chamei a polícia, mas não conseguiram encontrá-la.

Santiago não queria dizer nada disso à Natália. Sua filha amada, Larissa, roubou seu dinheiro e fugiu seu pior momento.

Em vez disso, a filha que ele havia abandonado, Natália, está aqui neste momento.

Ele estava de olhos vermelhos.

- Nati, é a cegueira do papai e...

- Não diga isso. - Natália não queria ouvir, e quanto mais profundamente ela pensava sobre isso, mais inconsolável ela ficava.

- Venda a casa, consiga o máximo de dinheiro que puder e pague essas pessoas primeiro...

- Isso é tudo que me resta, e eu... – Ele estava relutante em fazer aquilo.

- Você tem qualquer outro dinheiro restante?! - Natália rugiu.

- Se você não pagar esse dinheiro e salvar sua reputação, nem mesmo o Deus consegue salvar você, você está sozinho!

A atitude de Natália era decisiva.

Jorge olhou para ela com admiração brotando em seu coração.

Ele não imaginava que ela pudesse pensar de forma tão profunda.

Se Santiago fosse inteligente o suficiente para apaziguar os cobradores primeiro e não deixar as coisas fugirem do controle, e então encontrar uma forma de conseguir o dinheiro, talvez o Grupo Flores pudesse ser salvo.

De volta do Grupo Flores, Jorge voltou ao escritório e Natália voltou à mansão, sem trabalho hoje.

Jorge disse a ela para voltar e descansar, sua cara não estava muito boa.

Natália sentiu-se cansada, deitou na cama e não conseguiu dormir. Sua cabeça estava uma bagunça, pensando em muitas coisas, mas sem nenhuma pista, então ela se levantou. Joana estava limpando as portas e janelas. Ela foi até ela, disse:

- Deixe-me ajudá-la.

Joana balançou a mão:

- Não, não, alguém virá mais tarde para ajudar.

Toda semana alguém vem fazer uma grande faxina para cortar a grama no quintal, cuidar as flores que precisam ser podadas e as áreas da casa que Joana não limpa normalmente.

Como poderia Joana dar conta de um lugar tão grande sozinha.

Joana era uma pessoa esforçada, não conseguia ficar parada. Mas essa porta de vidro e janelas, além de outras partes difíceis, eram limpas por um pessoal especializado e cpaz de fazer um trabalho completo.

Natália foi empurrada por Joana para sentar no sofá.

- Que tipo de fruta você gostaria? Eu as lavarei para você.

- Maçã. - Natália disse.

-Tá bom. - Joana foi para a cozinha.

Natália se aconchegou no sofá, encarando as janelas do chão ao teto na sala com a espuma branca que Joana tinha esfregado nelas. Ela estava perdida em pensamentos.

Subitamente, o celular em seu bolso tocou e ela o pegou, vendo que era o número de Anderson.

Ele descobriu?

De forma inconsciente, sua mão pulou e pressionou o botão de atender.

– Olá.

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