O Vício de Amor romance Capítulo 53

Natália ficou descontente. O que ele estava fazendo? Atendeu a chamada de Ester, agarrado com ela? Queria deixá-la presenciar o diálogo meloso?

De forma inexplicável, ela não estava de bom humor e lutou bastante, mas quanto mais ela lutava, mais forte ficava o aperto de Jorge. Ele sussurou:

- Não se mova.

Natália tentou se mover de novo e os lábios de Jorge pressionaram contra sua orelha com um aviso:

- Se comporte. Eu vou atender, tudo bem?

Natália não se atreveu a se mover de novo e se calou com sua voz baixa, aveludada.

Um sorriso puxou os cantos dos lábios de Jorge, parecendo satisfeito com a quietude de Natália, os dedos dele se movendo distraídos sobre o tecido contra a cintura dela.

A chamada foi atendida e a voz urgente de um homem veio do outro lado.

- Presidente Marchetti, a Sra. Ester sofreu um acidente de carro e está no hospital agora.

O quê?

Ester sofreu um acidente?

Natália estava perto o suficiente para ouvir.

Ela virou para Jorge, cujos olhos estavam nela no momento, também surpreso com a situação.

- Quando isso aconteceu?

- Uma hora atrás.

Jorge liberou Natália, se levantou e agarrou a jaqueta, dando alguns passos antes de lembrar que Natália ainda estava lá. Ele olhou para ela, explicou:

- Eu vou até lá.

Natália olhou para ele da mesma forma, respondeu:

- Pode ir.

Aquela era sua namorada, a mulher de que ele gosta, e agora que Ester está em perigo e ele deveria estar lá.

Ele franziu a boca como se quisesse dizer algo, mas não disse. Colocou a jaqueta e foi saindo, falando enquanto andava:

– Agende um voo para Atalaia, o voo mais próximo.

Natália encarou as costas dele enquanto ele desaparecia pela porta e sorriu amargamente.

Aquele era o plano inicial, ela era ela sozinha, e eles eram o casal.

Ela era a outra, que arruinou o casal.

- Aonde o Sr. Jorge está indo com tanta pressa? – Joana perguntou enquanto entrava.

Eles não deveriam passar mais tempo juntos quando voltam mais cedo do trabalho? Estão tão ocupados assim?

Joana não entendia, sinceramente.

Estava muito infeliz.

Não era dinheiro o suficiente?

O casamento não é importante?

Natália torceu os lábios e sorriu.

- Sra. Ester sofreu um acidente de carro e ele foi ver como ela está.

O rosto de Joana caiu no mesmo momento. Esteve tudo calmo por alguns dias e essa mulher já estava sendo um encosto novamente?

- Ver um doutor é o correto se ela sofreu um acidente, o Sr. Jorge não é um doutor, como ele pode tratar dela? – Joana não estava particularmente feliz e tinha um “Não estou feliz” escrito por todo o seu rosto em letras grandes.

Natália caminhou até ela e tirou as folhas nos ombros de Joana, olhando os trabalhadores podando as plantas não muito longe dali, disse:

- Você não vê que eu é que sou a outra? Eles são os verdadeiros amores.

O quê

Sr. Jorge e aquela senhora são verdadeiros amores?

Joana ficou chateada da sugestão dela de que seu marido está apaixonado por outra. Ela está louca?

- Você é a esposa dele. Você foi escolhida pelos pais dele, e ela? – Joana fitou em Natália com raiva.

- Ele vai e você o deixou ir, você não pode exigir mais?

Por dentro, Natália deu um sorriso amargo. Ela tomou o braço dessa adorável mulher. Natália sabia que Joana queria o melhor para ela e desejava o melhor para ela e Jorge.

Mas Joana não entendia o relacionamento deles.

- Joana, você tem sido tão boa para mim, e se eu não quiser ir embora?

Joana inclinou a cabeça e olhou para Natália, perguntou:

- Aonde você vai?

Como ela já se casou com Jorge, ela é membro da família Marchetti. Para onde ela vai?

Aos olhos de Joana, a mulher que a Sra. Terezinha escolheu era a verdadeira esposa de Jorge, e ela renegava qualquer outra.

Faltavam dez dias mais ou menos para que o casamento deles completasse um mês, e ela deveria ir embora até lá.

Natália segurou o braço de Joana, disse:

- Eu quero ir caminhar lá fora.

- Tudo bem, eu irei com você. - Joana conhecia a área e elas poderiam conversar.

No jantar, Natália comeu bem e seguiu para o seu quarto. Deitou-se na cama, se batendo e se virando, só conseguido parar e cair no sono no momento em que estava muito cansada para continuar acordada.

Atalaia.

Jorge desceu do avião e Paulo Sousa, o colega que acompanhou Ester até aqui, estava esperando na saída do aeroporto e o cumprimentou brevemente:

- Presidente Marchetti.

- Como a Ester está? – Jorge perguntou enquanto caminhava.

- Temporariamente fora de perigo, foi colocada em uma enfermaria, só que... – Paulo queria dizer algo, mas não parecia saber como.

Jorge reclamou:

- Não me dê o benefício da dúvida, diga o que quer dizer de uma vez.

Paulo lançou um olhar para Jorge, mas desviou rapidamente mais uma vez.

- Sra. Ester sofreu um aborto...

Os passos de Jorge cessaram e seus olhos se comprimiram levemente.

- O que você disse?

Sua aura poderosa, intimidadora, fazia as pessoas arfarem por ar.

Paulo engoliu em seco, continuou:

- Sra. Ester sofreu um aborto. O doutor disse que ela estava com quase três meses de gravidez e só não a completou por conta desse acidente.

Jorge parecia ter sido atingido por um raio.

Ele cerrou as mãos em punhos, irritado.

Ele começou a andar rápido e Paulo correu atrás dele para acompanhar.

Depois de entrar no carro, Paulo dirigiu em silêncio, nem mesmo ousando respirar, com medo de irritar o homem no assento traseiro.

Não demorou muito, o carro chegou ao hospital.

Paulo estacionou, saiu e correu em direção à parte de trás, alcançando a maçaneta para abrir a porta no momento que Jorge a empurrou aberta.

Jorge saiu do carro e deu uma olhada para o seu relógio de pulso. É dia aqui e noite em Santa Cruz.

Ele lançou um olhar para Paulo, mandou:

- Mostre-me o caminho.

A essa altura, Paulo já tinha começado a liderar o caminho, dizendo:

- Por aqui, Presidente Marchetti.

Paulo guiou Jorge pelo corredor para o quarto de Ester.

- Sra. Ester está aqui.

Jorge ficou parado na porta por vários segundos antes de empurrá-la e entrar.

O quarto cheirava levemente a desinfetante. Ester estava deitada na cama parecendo fraca, e ao ver Jorge, tentou sentar.

- Jorge, por que você está aqui? Por que veio?

Jorge andou até ela e a impediu em um piscar de olhos.

- Você está machucada, não se mova.

Ester se agarrou aos braços dele, perguntou:

- Como você soube que eu estava machucada?

De pé na porta, Paulo abaixou a cabeça enquanto Ester parecia entender o que tinha acontecido e apontou para ele.

- Você disse a ele?

- O doutor disse que sua vida estava em perigo, eu tomei a liberdade de ligar e informar ao Presidente Marchetti...

- Quem disse que você poderia se intrometer? – Ester agarrou um travesseiro e o atirou em Paulo com raiva.

- Paulo, você pode ir primeiro. – Jorge abraçou Ester, lhe acariciando de forma suave as costas. – Por que você estava escondendo isso de mim?

Jorge tinha emoções conflituosas.

Ester abaixou a cabeça, as lágrimas caindo uma por uma.

- O que eu posso dizer? Eu descobri dois meses atrás, e você e a Sra. Natália já estavam casados. Eu planejava esperar até que você e Sra. Natália terminassem seu relacionamento para te fazer uma surpresa, eu nem mesmo pensei...

Disse Ester chorando enquanto se agarrava a Jorge:

- Jorge, nosso bebê se foi.

Ela chorou copiosamente, gritando:

- Jorge, eu sinto muito que não protegi nosso bebê...

As sobrancelhas de Jorge endureceram, e havia uma emoção indefinível sobre elas.

Saber que ele já tinha sido pai tocou seu coração.

Todo homem deseja ser pai.

Essa mulher estava grávida do seu filho e ele estava a deslocalizando em Atalaia.

Se ele não tivesse a enviado para cá, ela não teria sofrido esse acidente e perdido o bebê.

Ele fechou os olhos, disse na voz magoada:

- Não é culpa sua.

Era culpa dele, culpa da loucura dele em tentar encontrar familiaridade em Natália...

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