Virgindade Leiloada romance Capítulo 29

Virgínia

Não poderia afirmar que eu não acreditava, como também não chegaria ao ponto de dizer que sim. Estava confusa e o que aconteceu na loja hoje a tarde só me deixou mais desconfiada sobre o Murilo.

— Eu não sei, Murilo. Eu realmente estou muito confusa. Ainda mais agora, que os meus pais foram morar em outra cidade e nem mesmo se despediram de mim.

Eu não queria chorar novamente, mas as lágrimas caíram sem clemência e lá estava eu, em prantos mais uma vez.

Murilo me abraçou, mas dessa vez, eu me sentia mais sensível que antes, não consegui entender por que, apenas sentir.

Ele afastou meus cabelos do rosto e tentou limpar as lágrimas, que desciam em abundância, com suas mãos e logo os seus dedos estavam acariciando o meu rosto de maneira delicada e carinhosa, me fazendo fraquejar.

Era exatamente aquilo que eu estava precisando naquele momento: carinho. E ele estava me oferecendo isso.

Procurei seus lábios com os meus e o beijei com intensidade e fui imediatamente correspondida em meu ardor.

Nos beijamos por vários minutos e apenas as nossas bocas estavam se tocando, pois o Murilo, em momento algum, tentou ir mais longe que isso.

Mas eu queria tocá-lo. Sentir seus cabelos, saber se eram tão macios como eu me lembrava e se o fato de eu ter me sentido flutuar quando ele me levou ao ápice havia sido fruto apenas da minha inexperiência sexual.

— Eu quero você, Murilo. — Eu disse aquilo que desejava, pois apenas os seus beijos não eram mais suficientes agora.

— Eu sou todo seu, Virgínia. Desde o primeiro momento em que te vi.

Meu coração disparou dentro do peito, me deixando nervosa com toda a responsabilidade que acarretava uma declaração como aquela feita pelo Murilo.

— Eu não sei o que sinto. — Confessei. — Estou confusa e com medo.

— Tem medo de mim? — Ele pareceu triste ao pronunciar aquelas palavras.

— Não de você. — Expliquei. — Tenho medo das consequências das minhas escolhas.

— Vamos arriscar juntos. Eu vou sempre estar ao seu lado. — Murilo colocou sua mão novamente em meu rosto, acariciando-me com uma ternura surpreendente, para um homem tão grande e que deveria ter tudo aquilo que desejava.

Era fácil arriscar quando não se tinha muito a perder, pois o Murilo não estaria deixando de lado a vida que sempre conheceu, para viver em um meio estranho e do qual ele nada sabia.

Achei melhor então não responder aquele pedido quando eu estava tão confusa e perdida. Mas, de uma coisa eu não tinha dúvida: naquele momento, eu precisava do Murilo, dentro de mim, mais uma vez.

— Vamos viver um dia após o outro, tudo bem? — Eu sugeri, segurando a mão que estava em meu rosto.

— Para mim está perfeito assim. — Ele aceitou com um sorriso lindo e eu tentei sorrir de volta. — Quero estar em sua vida e a quero na minha. É tudo o que eu peço, por enquanto.

Fiquei receosa com o seu "por enquanto", mas aquele não era o momento de entrar em uma discussão tão complexa como aquela e decidi apenas aproveitar o momento.

Murilo desceu a sua outra mão, uma ainda continuava em meu rosto, até o meu pescoço e me puxou ao seu encontro com uma firmeza que me deixou momentaneamente atordoada.

Não entendi como aconteceu tão de repente, mas eu senti um arrepio apenas com aquele gesto e uma pulsação estranha entre as minhas pernas, algo que me fez procurar sua boca com paixão e desejo.

Nos beijamos e a mão que estava em meu pescoço passou a pressionar ainda mais aquela região, enquanto a outra foi para os meus cabelos, juntando-os em algo semelhante a um laço e afastando-os das minhas costas.

— Ah! — Gemi, ao sentir o desejo se espalhar por todo o meu corpo, me fazendo colar o meu corpo ao dele.

Senti meus seios pressionados contra o seu peito e os bicos entumescidos ficando ainda mais duros do que eu já os estava sentindo antes do contato.

Os beijos aumentaram de intensidade e logo ele estava de pé e me colocando em seus braços fortes e caminhando comigo em direção ao corredor.

— Onde fica o seu quarto?

Afastou sua boca da minha apenas o tempo necessário para fazer a pergunta e, após eu indicar a porta do meu quarto, ele estava entrando comigo e me depositando com cuidado sobre o colchão macio coberto com uma colcha de crochê vermelha.

— Ainda mais linda do que eu me lembrava. — Murilo falou, depois que já estávamos completamente sem nossas roupas.

Ele estava de pé, lindo e com seu membro totalmente pronto para mim e eu me senti ainda mais desejosa dele.

Eu afastei as minhas pernas, de modo que estivesse totalmente expostas aos seus olhos.

— Você é uma menina má. — Ele acusou, com um sorriso cheio de malícia e, quando pensei que finalmente iria tê-lo todo dentro de mim, ele se ajoelhou sobre o colchão, beijou a minha boca e desceu em uma trilha de beijos até o triângulo no meio das minhas pernas e usou a sua língua para me levar a um orgasmo que me deixou com as pernas trêmulas e com o coração acelerado.

Quando estava satisfeito em ter me feito chegar ao orgasmo, ele subiu por meu corpo, parando em meus seios sensíveis e chupou de maneira a me deixar novamente tensa e prestes a alcançar o clímax novamente.

— Eu quero você, Murilo. — Eu implorei, segurando o seu membro duro e já babando pelo pré gozo.

— Será que podemos? — Ele perguntou, parecendo indeciso sobre ir adiante agora.

— Não sei. — Respondi alarmada.

Agora que estava grávida e que me sentia tão mal, talvez não devesse fazer sexo e o Murilo estava agindo mais uma vez com sabedoria, ao invés de pensar apenas em seu prazer.

— Melhor não ir adiante antes de termos certeza. — Ele ponderou, voltando a me beijar, mas agora nos lábios.

Senti o meu próprio gosto em minha boca e a sensação foi, mais uma vez, bastante estranha, mas não ruim.

Ele continuou a me beijar e ficamos por muito tempo deitados, trocando carinho, por muito tempo ainda.

— Posso dormir aqui, com você? — Ele perguntou, afastando os seus lábios dos meus, que eu já sentia estarem inchados, dos seus beijos.

Nesse momento, senti o meu estômago roncar e fiquei terrivelmente constrangida com aquilo.

— Não precisa ficar envergonhada, Virgínia. — Ele repreendeu de modo delicado. — Eu que deveria ter vergonha por deixar a mãe do meu filho tantas horas assim sem comer!

Murilo levantou de um pulo da cama e, pegando o seu telefone de dentro do bolso da sua calça, que estava jogada no chão do meu quarto, ele pareceu digitar algumas informações.

— O que você gosta de comer? — Perguntou e logo entendi que iria pedir comida em algum delivery.

— Nos últimos dias não tenho comido nada. — Contei. — Mas, agora que a fome enfim decidiu aparecer, qualquer coisa serve.

Ele me olhou e tinha um sorriso em seu rosto, logo voltando a digitar em seu celular.

Depois que ele concluiu o pedido, ele veio até onde eu estava, ainda deitada na minha cama, agora coberta por um lençol, mas não deitou comigo de novo.

— O que acha de tomarmos banho? — Ele sugeriu.

— Juntos?

— Sim. — Confirmou, ainda com um sorriso, mas este agora era cheio de lascívia. — Quero cuidar de você, Virgínia.

Eu aceitei aquilo que ele estava me oferecendo naquele momento e era apenas aquilo. Momentos.

Viver um dia de cada vez e, aos poucos, eu poderia entender o que de fato ele estava oferecendo, não por palavras, mas sim por atitudes e, apenas tentando, poderia saber se nós conseguimos nos encaixar na vida um do outro.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Virgindade Leiloada