De Secretária a Mamãe romance Capítulo 14

POR Sophia Carson.

Alguns dias já haviam se passado desde então, com a ajuda de guias e minha inclusão no grupo das mães do condomínio, passei a dominar a rotina diária enquanto usava a noite para continuar meus estudos.

Minhas partes preferidas estavam sendo as últimas madrugadas. O bebê mamava às três ou quatro da manhã e eu antes acordava exausta para dá-lo mamadeira com toda uma guerra para acontecer, agora era Samuel quem o fazia, o pequeno se comportava em seus braços. Vez ou outra eu o ouvia conversando com o bebê e sabia que estava no caminho certo.

Existia também algumas desavenças e discussões que eu sempre ganhava, mas tirando isso, tudo caminhava tranquilamente. Já não podia dizer o mesmo na empresa.

Deixei meu posto e não sei quem assumiu, sei que Samuel chegava todos os dias quieto e saia ainda mais calado.

Me preocupava o fato dele fazer tudo tão em modo automático, dele não achar que deveria tentar e também dele não implicar comigo a todo momento.

— Seth! Seth! — Gritei procurando o menor por todo o apartamento.

Era um bebê e não poderia ter saído andando. O problema era que eu já estava o procurando a meia hora, não o encontrava em nenhum lugar nem mesmo fora do apartamento, olho para Samuel agora entrando no apartamento e de repente algo estala em minha mente.

— Não fez barulho, aquele clique?

— Do quê tá falando? — Ele passa por mim, me encarando como se eu fosse louca.

— Samuel, presta atenção. Quando você entrou, a porta não fez o clique do destrave?

— Não sei, acho que não.

— Samuel... — Fechei os olhos tentando não imaginar o pior.

— O quê foi?

— Seth não está em nenhum lugar e a porta... — Senti minha voz falhar. — Acho que invadiram.

— Droga!

A reação do maior me faz tremer. Ele soca a parede, em seguida pega o celular e corre para o elevador, desaparecendo do andar.

Eu estou com os nervos à flor da pele e quero descer depois de conseguir puxar o ar e cessar as lágrimas.

Algum tempo passa e com ele um nó ainda mais esmagador se formando em minha garganta, e eu já havia ligado para a segurança, para cada mãe no grupo, mas sem novidades. Isso me matava.

Enquanto bato a cada porta no prédio, recebo uma ligação dele e o atendo como se minha vida dependesse do que ouviria. Não suporto e desabo com tão só ouvir o choro familiar através da linha.

— Você o achou. — Suspiro aliviada e deixando de tremer, pois meu corpo o fazia desde a última hora.

— Não se preocupe, ele está bem e o levarei pra você. — Sua palavras me acalmaram consideravelmente mais.

— Desculpa Samuel, eu deveria ter prestado atenção.

— Me escuta. — Ele disse em um tom de ordem já conhecido. — Isso não foi sua culpa.. — Declarou me fazendo acreditar.

Desligo após ele me dizer para esperá-los na recepção, o que faço sem pensar duas vezes. Descendo as escadas ao invés do elevador como ele estranhamente me pedira. E enquanto o percurso pelas escadarias me deixava menos apreensiva, também me deu tempo para refletir.

Com toda certeza ele devia ter ideia do que aconteceu, por que tinha encontrado o bebê sem precisar de ajuda. Mas pensando em alguma coisa positiva em todo aquele pesadelo, encontrei… o fato de que Samuel, não pensou duas vezes para salvar seu filho.

Então para um ogro que se consideraria insensível, aquele Samuel, por fim começava a desabrochar seu coração.

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