De Secretária a Mamãe romance Capítulo 2

POR Sophia Carson.

Alguns minutos mais tarde, entrei em sua sala. O infeliz tinha suas pernas esticadas sobre a mesa de centro e as costas afundadas no sofá confortável e luxuoso de seu escritório, pela forma como os dedos deslizavam pela tela do celular, pude presumir que ele provavelmente estava jogando ao invés de trabalhar como deveria.

Bati ligeiramente a porta e adentrei deixando seu pedido sobre a mesa ao lado de seu pé.

Estava de saída já segura de que ele não me notaria, quando de repente uma mão se prende ao meu pulso.

— Porque está toda desarrumada? Não sabe que sua aparência deve ser sempre impecável? — Questionava-me o responsável por minha desordem.

— Claro senhor, estou indo arrumar-me agora mesmo. — Disse de forma cínica, tinha de esconder meus sentimentos. — Aqui está seu Capuccino. — Falei apontando para a sacola.

Imaginava aquela cara perfeitinha se contorcendo em uma careta ao saber sobre meu cuspe em seu copo, mas também cruzava os dedos para que ele não desconfiasse. No momento era melhor ter um emprego do quê ter uma vingança.

Com seus trinta e um anos, meu chefe já havia estado no topo quando se tratava dos CEOs mais importantes e cobiçados por mulheres de todo o país e alguns homens também.

Olhos verdes profundos e frios, lábios perfeitamente desenhados para seu rosto, além de um nariz que parecia ter sido feito por cirurgiões plásticos e um queixo levemente repartido. Seus cabelos eram negros e escorridos como se fossem penas de corvos, sua altura e seu físico de academia, eram só mais pontos a seu favor, para resumir; Sam Heughan, como era conhecido, era um dos homens mais gostosos que eu havia visto em toda a minha vida. E inclusive devo admitir que passei as primeiras semanas da experiência tentando não desmaiar ao seu lado, mas assim que me dei conta do tipo de personalidade que o insuportável tinha, não tive mais qualquer atração pelo CEO.

Focando em meu reflexo no espelho do banheiro feminino, me apressei alinhando minha saia e abotoando o terceiro botão de minha blusa social. O fato de meus seios serem um pouco maiores que a média me deixa desconfortável na hora de me vestir e aquele era um dos pontos. A todo momento eu tinha de checar para ver se os espaços entre um botão e outro, não deixariam transparecer a pele.

Afrouxei um pouco o rabo de cavalo, já estava começando a me dar dores de cabeça e então respirei fundo. Entretanto, assim como a tranquilidade veio, ela logo foi embora com a chegada dele.

— Srta. Carson! Ande logo! — A voz de meu chefe estava do outro lado da porta do banheiro.

Olhei para o espelho realinhando minha blusa e conferindo se havia prendido corretamente meu cabelo.

— Até onde este homem é capaz de ir? — Murmurei indignada dele me seguir até o toalete para me apressar.

Não era demais?

Pois ao sair do banheiro, ele ágil como se não fosse nada e seguimos para a conferência.

Três horas traduzindo a reunião entre os chineses e meu chefe, e em todo o momento o mesmo pensamento vinha a minha cabeça "quando iria sair dali?".

Eu estava faminta e se demorasse mais, provavelmente desmaiaria de fome.

— O Sr. Heughan diz ser um prazer fazer negócios com vocês. — Digo em chinês terminando de traduzir a reunião.

Lhes entrego o presente que lutei para conseguir agradar e nos despedimos.

Finalmente estou livre para me alimentar, ou pelo menos é isso que acredito até meu telefone vibrar em meu bolso.

— Alô? — Atendo o número desconhecido.

— Gostaria de falar com meu filho. — A voz feminina, mas com um tom mais velho e culto, pede ao telefone.

— Seu filho?

— Sam nos disse que esse era seu número novo.

A coisa toda ficou clara, não era a primeira vez que o CEO dava meu número para alguém com quem ele não queria falar, mas precisava.

— Só um instante, ele não está por perto. — Conto uma mentira, tenho meu chefe logo à frente.

Abafo o microfone para quê a senhora do outro lado da linha não me ouça.

— Senhor, sua mãe está na linha, quer falar com você. — Digo e o vejo se afastar como se eu segurasse uma bomba nas mãos.

— Simplesmente desligue e para a sua tranquilidade e a minha, sugiro que a bloqueie. — Fala friamente e me deixa sozinha na sala de reuniões.

Estando só, suspirei antes de pensar no que diria a mãe do desnaturado de meu chefe.

— Sinto muito senhora, mas ele parece ter esquecido o telefone aqui, não consigo encontrá-lo e nem contatá-lo. — Digo me sentindo mal por mentir outra vez, mas eram mentiras brancas.

— Entendo. — A ligação se encerra.

— Alô? — Não ouço mais nada.

Só consigo pensar em quem o Insuportável puxou, ambos compartilhavam a mesma mania de desligar sem se importar com os demais.

— Tal mãe, tal filho né …

Com o fim do expediente, abri a porta de casa procurando por minha cama e me arrastando até ela. O dia havia sido cansativo e tudo que eu poderia fazer seria aproveitar cada espaço de meu colchão e cobertas. Nem mesmo me importei em dormir com a roupa do trabalho, com poucos suspiros, me encontrava no terceiro ronco.

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