De Secretária a Mamãe romance Capítulo 27

POR Sophia Carson.

Se tivesse de admitir, aquele estava sendo o susto mais especial da minha vida. Por que apesar do bebê não ter sido muito gentil com a sugada, ainda sim era lindo vê-lo tão quieto e tranquilo parecendo realmente mamar.

Olhei também para Samuel Heughan, quem definitivamente havia perdido toda a pose de CEO, agora sentado no chão do banheiro parecendo me dar energia atrás de seus cuidados atenciosos.

Outra coisa que com certeza merecia ser notada era a falta de uma linha… pois é, uma linha.

A palavra privacidade não se encaixava mais na rotina que levavamos com "pais" de primeira viagem. E uma prova clara estava no fato de que aquela era praticamente a terceira vez em que Samuel me via nua.

— Ele dormiu. — Disse entregando o filho para Samuel.

— Vou secá-lo já volto pra te ajudar.

— Não preciso. — Respondo encolhendo-me na banheira.

Deixei que ele saísse do banheiro e senti o peso da irracionalidade em tudo que me vinha acontecendo.

Estive nua na frente de meu ex chefe, com quem eu estava morando e tecnicamente ficando de uma forma não assumida. Enfim, uma completa loucura que só servia para contribuir ainda mais para meu rubor.

Os minutos em que passei na banheira, estavam servindo de reflexão e a última coisa que eu precisava era pensar. Pensar até o momento só me complicou. Curiosamente em minha vida, em todas as decisões lógicas que segui, as coisas ou nunca deram certo ou nunca fluíam por muito tempo. Era claro que eu não era uma impulsiva, mas novamente no geral, eu já não tinha fé nas decisões bem pensadas por mim mesma.

Então deixando de lado as reflexões tardias da vida que levava e dos momentos que me aguardavam, terminei de me ensaboar e já esvaziava a banheira, para poder seguir e enxaguar o cabelo na ducha.

Pisando sem respaldo para fora da banheira, um pequeno deslize quase fez com que eu rachasse a testa no box do banheiro. Segurei-me a tempo, mas deixei escapar um grito que trouxe Samuel em alerta novamente.

— Está tentando se matar Sophia?! — Ele gritou invadindo o banheiro.

— Não, só queria ....

— Você devia estar na banheira, justo onde é seguro. — Ele me repreendia tirando-me do chão.

Como se eu fosse uma garotinha desobediente, Samuel me colocou de volta na banheira e cuidou para que o enxágue do cabelo não caísse em meus olhos.

— Eu não vi o chuveirinho ali. — Disse encarando o teto.

— Não importa, devia ter me chamado ao invés de se levantar sozinha. — Ele respondia ainda bravo.

— Você se importa mesmo?

Samuel não me respondeu, parecia querer me castigar com o silêncio. O homem apenas se resignou a me dar banho e depois me ajudou com a troca de roupa, o quê me causava vergonha, já que Samuel me tratava indiferente. Quando por fim terminou com o pijama, sua cara relaxou.

Uma de suas mãos pairou sobre minha cintura e a outra entre minha orelha e maxilar acariciando-me com seu polegar. Seus olhos antes longe, agora pareciam se focar muito perto de minha boca.

— Você prestou atenção ao que te pedi lá embaixo? — Ele se referia a conversa de há pouco na sala.

— Eu disse que não poderia prometer. — Respondi depois de recordar.

— Pois é. — Uma visível preocupação acompanhada de um lampejo de raiva passou por seu semblante. — Como alguém que conheceu os negócios da empresa, você sabe o quê eu valorizo em um compromisso?

Pensei por um momento e me perguntei porque o trabalho vinha ao caso, no entanto o assenti.

— Segurança. E daí? — Devolvi a questão já me irritando com o maior.

— Exatamente. Sabe o quanto me arrisco desenvolvendo este sentimento, sem qualquer segurança de quê terei você até o fim da minha vida?

Ficou claro e ao mesmo tempo escuro, minha pressão parecia ter caído. Samuel me apoiou, complacente por minha debilidade emocional.

— Chega, é melhor irmos dormir. Em todo caso podemos voltar a discutir quando se sentir melhor.

O maior me levou até a cama de casal e me colocou no meio, visto que o lado esquerdo da cama já se encostava à parede, era o mais seguro para Seth estar naquela ponta. Eu seguia no meio, sentindo-me rodeada de atenção, e Samuel se deitou na ponta atrás de mim.

Para sermos justos aqui, aquele CEO não era simplesmente um herdeiro, era alguém inteligente que sabia criar as estratégias perfeitas.

Visto que eu nunca daria as costas para Seth. Samuel se aninhou a mim, enroscando um de seus braços em minha cintura e o outro por debaixo de minha cabeça.

— Saiba que arrancar casquinhas sai caro. — Sussurrei o advertindo.

— O quarto é frio, não quero que a mãe do meu filho fique ainda mais doente.

— Provavelmente vou acordar péssima amanhã, meu ciclo começa. — Disse ao me lembrar e também para desviar de ter que responder ao comentário de Samuel.

— Se colocar algo quente ao pé da barriga vai sentir muito menos incômodo. — Ele diz, como se já soubesse muito do assunto.

Me atrevo a dar uma olhada de canto de olho e ele tem uma expressão leve e relaxada. Não era o mesmo Samuel definitivamente, onde havia ido parar meu CEO insuportável?

— O quê está olhando?

— Nada não — Me encolho e deixo de olhá-lo.

— Uma vez tive de fazer isso por Sammy... — Ele começou, mas pareceu se interromper.

Apenas deixou o quê dizia de lado e em seguida pude sentir sua mão deslizar por debaixo de minha blusa, tocando meu abdômen.

As mãos de Samuel eram incrivelmente grandes e quentes, era bom demais tê-lo acariciando o pé de minha barriga, assim como estava sentindo reconfortante tê-lo aquecendo minhas costas. O braço no quão minha cabeça se deitava, cruzou-se me trazendo para recostar quase em seu ombro, mas assim ele pôde usá-lo para fazer-me cafuné.

Mimada e aquecida, descansei profundamente bem. Meu subconsciente se encontrava em branco, sem pesadelos ou sonhos, apenas em paz.

Ou quase isso, havia apenas uma única coisa que me incomodava.

Quem é Sammy?

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