De Secretária a Mamãe romance Capítulo 28

POR sophia Carson.

Os raios de sol invadindo a janela do quarto, me faziam pensar que devia ter sido um delírio a tempestade da qual me lembrava. Agora não mais se ouvia os rangidos assustadores, nem tão pouco a ventania que tanto me atormentou, além disso a minha frente, Seth tinha as mãozinhas revirando minha blusa e procurando pelo mesmo da vez anterior.

Sorri, era deveras muito fofo aquela coisa tão pequena dependendo de mim e se bem via, o mesmo desprezava a chupeta e se esforçava para chegar ao "pote de ouro" ao fim do arco-íris que era minha camisola.

— Não bastou ver que daquela vez não tinha? — Questionei o pequeno abaixando minha blusa e rindo.

Talvez mostrando a ele que realmente não havia nada ali, deixasse de puxar minha blusa.

Depois de deixá-lo sugar por alguns instantes e perceber que ele continuava a fazê-lo mesmo sem nada saindo, recolhi o seio e peguei a mamadeira, a qual Samuel devia ter preparado pela noite. O ofereci, mas o bebê travava uma luta incansável contra o bico e já começava a dar indícios de quem abriria um berreiro sem precedentes.

Atrás de mim, estava Samuel, dormindo de verdade pela primeira vez naquela semana. Tinha consciência que pela demanda no trabalho e por me cuidar nas últimas horas que estive doente, ele acabou acumulando muito cansaço. Além disso, estávamos na casa dos Sangü como convidados, se Seth começasse a chorar tão cedo pela manhã, atrapalharia o sono de todos.

O beicinho estava lá, a cara dele demonstrando estar magoado com minha recusa em lhe dar meu peito, mas eu tinha medo que se o desse outra vez, o bebê acabaria pegando o hábito. Também pensei em que não haviam dúvidas de que era filho de Samuel Heughan, assim como o pai, ele havia ganho a guerra.

Então dessa vez subi um pouco a blusa, expondo o seio esquerdo e deixando que Seth se aninhasse em meus braços. O garoto mais do que depressa agarrou meu seio, começando a sugar como se dali realmente saísse algo.

Acariciando seus fios de cabelos, tão negros e lisos como os do pai, Seth adormeceu mamando, assim como eu adormeci em seguida.

— Ei... ei... — Uma voz feminina me chamava do profundo sono.

Estremeci um pouco sentindo um ar gelado selando minha pele e abro vagarosamente os olhos.

Focando a vista, Zeynep Sangü estava a minha frente, mais precisamente do meu lado.

— Desculpa te acordar, mas seu marido me disse para lhe dar este remédio sem atrasar o horário. — A mulher falava e eu demorei um pouco até compreender.

Estava prestes a sentar-me na cama, quando percebi que Seth ainda dormia junto a mim, "mamando".

— Oh, me desculpe. — Digo já procurando a forma de estar apresentável.

A senhora ri, como se minha desculpa fosse desnecessária.

— Não tem problema, fui mãe de cinco, um atrás do outro. Mal saia um do peito, e já tinha outros dois pra mamar. Sei como é acordar e dormir amamentando. — A senhora dizia, como se compartilhássemos da mesma experiência.

Não devia fazer muito tempo desde que Samuel saiu, pois pela intensidade do sol percebia fazer pouco menos de uma hora e meia que havia voltado a dormir.

— Fique a vontade, se recoste na cabeceira e continue, não quero atrapalhar.

— Obrigada. — Me inclinei de lado, para tomar o comprimido com um pouco d'água. — Onde está Samuel?

— Ele e Salih foram ao heliporto para checar se é possível levar vocês para a cidade.

Era uma ótima notícia, tinha perdido meu celular na tempestade do dia anterior e não fazia ideia do quê se passava na cabeça de Lanna. De tudo, eu não havia contado nenhuma fração de minha situação atual a ela. Devido a sua grande vocação para me julgar, evitava discutir com a minha irmã. Então quando voltasse teria de ouvi-la me interrogar sobre meu desaparecimento repentino das últimas quarenta e oito horas.

— Se estiver com fome, troque de roupa e desça, o café da manhã te espera. — A senhora disse ansiosamente e se retirou.

Olhei para Seth e pensei que seria bom se realmente pudesse alimentá-lo, mas não queria forçar a barra e fazê-lo como se eu tivesse algum direito sobre o bebê. Por que no fim, mesmo que eu tivesse me negado a receber um salário, tinha consciência de que Samuel havia depositado uma grande soma em euros na minha conta e ainda conversado com meu gerente sobre as aplicações e investimentos direcionados a longo prazo, o que me impossibilitava de retirar qualquer centavo para devolvê-lo e assim me deixava incômoda por sabê-lo.

Então mesmo que não fosse culpa, escolha ou qualquer coisa do tipo minha, ainda sim, não estava a vontade em me auto declarar mãe do bebê mesmo que nos últimos dois meses fosse exatamente o que eu fizera.

Em resumo, sentimentos e ações complicadas e contrárias.

— Bom dia, meu amor! — O abracei. — Acorda dorminhoco.

O bebê se espreguiçou em meus braços e babei em suas mãozinhas se esfregando contra seus pequenos olhos.

— Vamos comer e encontrar o papai? — Disse levantando da cama para nos trocar.

Sobre o assento da poltrona no quarto, me deparei com algumas sacolas de marcas pertencente a anúncios que eu via na televisão, as quais eu teria de desembolsar três meses de salário só para poder pisar na loja e poder fingir estar comprando. No entanto, retirei um macacão em meu estilo na cor branca, mas com toda a certeza com mil vezes mais qualidades do que os que eu possuía em meu guarda-roupas em conjunto com uma sandália rasteira em cor palha.

O peguei para vestir animada e bisbilhotei nas próximas sacolas, achando roupas para o bebê, igualmente de marcas renomadas e com etiquetas dizendo serem tecidos hipoalergênicos.

— Papai ama, papai cuida. — Disse brincando e apreciando os cuidados do CEO.

Com a higiene e os preparativos já feitos, desço com o bebê nos braços para cozinha esperando não ser muito tarde para tomar o café da manhã.

A ponto de chegar ao último degrau da escadaria, Samuel adentra a sala e vêm até nós de encontro.

— Como dormiram? — A pergunta surpreende, mas é bom vê-lo de tão bom humor.

— Muito bem. — Digo sem poder esconder o sorriso que levo.

— Ótimo. — Ele sobe um degrau e puxa minha cintura, nos aproximando.

Sem se importar em sermos apenas convidados do Sangü, Samuel me beija descaradamente ante todos.

Me separando depois de recobrar a consciência, digo firme:

— Eu só não te mordo agora porquê...

Ele me interrompe sussurrando em meu ouvido:

— Porque pode usar essa boquinha pra coisas melhores Sophia.

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