De Secretária a Mamãe romance Capítulo 33

POR Samuel Heughan.

Achei que finalmente poderia passar um dia em paz com eles, queria despejar as preocupações de Sophia para fora e de passo levar Seth para tomar um sol. Eles passavam muito tempo em casa e de acordo com os cuidados da pediatria, o bebê precisava mais de exposição ao ar livre.

Entretanto duas coisas que eu não esperava ter de lidar aconteceram; os resultados dos exames saíram e estranhamente não senti a necessidade de olhá-los. Não mudaria nada, eu estava muito melhor do que um dia poderia imaginar.

Já a segunda parte era sobre a empresa, exigindo minha atenção e infelizmente tive de deixá-los para que os negócios não se desabassem.

Na empresa.

O dia já estava sendo tremendamente arrasador, mas não teria fim. No momento em que peguei meu celular pela primeira vez naquele fim de tarde, a mensagem de texto de Sophia fez com quê meu coração pulasse batidas.

Liguei e liguei e não cansei de ligar. Parei apenas porque entendia que dali não teria respostas. Deixei o restante do expediente ao azar e desci de elevador ao subsolo em busca de meu carro.

Precisava ir pra casa, e acima de qualquer coisa precisava encontrá-los lá, bem e salvos. Mas soube em seguida que não seria como eu desejava, porque ao lado de meu carro, se encontrava um homem de porte e físico parecido ao meu, mas que claramente não era um de meus funcionários ou acionistas.

— Seja lá o quê ela te mandou fazer, vá embora. — Disse empurrando-o para longe da abertura da porta do carro.

— Acredito que é de seu interesse responder a esta chamada, senhor. — O homem insistiu retirando de dentro do paletó um celular vibrando.

O número não salvo, mas que eu já imaginava ser de minha mãe, insistia em tocar na tela.

Peguei o maldito aparelho sentindo quê a chamada me atrasaria para as coisas mais importantes de minha vida.

— Vou repetir o mesmo que disse a sua marionete. — Respiro, sem muito autocontrole. — Não é uma boa hora, me deixe em paz!

— E eu vou dizer o mesmo que meu porta voz deve ter lhe dito. Isto é de seu interesse... — Ela diz fazendo com que meu sangue ferva.

Estou prestes a encerrar a ligação despedaçando o aparelho, mas contenho a jogada depois de ouvir o choro do bebê ao fundo.

Minha cabeça pesa de repente e me sinto desorientado por uns instantes.

— O papai está indo buscar vocês. — Grito contra o aparelho atirando-o por fim longe.

Agarro o estranho e lhe defiro um gancho de direita. Isso não diminui minha raiva, mas é o mínimo que ele merece por se prestar a tal coisa.

— Eu juro que se algo aconteceu a minha esposa ou ao meu filho, eu volto e te mato! — Deixo claro e me contenho para voltar ao carro.

Não uso o GPS e apenas vou avançando pelas ruas, ignorando qualquer sinal vermelho. Quero chegar logo a casa de minha mãe e para o bem dela, era melhor não ter bagunçado um fio do cabelo deles.

Estava prestes a tocar a campainha, quando na verdade me controlava para não quebrar a porta. Apenas não o fiz, porque outras pessoas que moravam ali, não mereciam o susto.

— Samu, como cresceu meu garoto. — É Lina, quem me atende a porta.

Minha babá, que agora alcançava seus noventa anos, ainda se via igualzinha ao que me lembrava.

Adorava Lina quando mais novo, por que era como ter uma avó, já que eu nunca a conheci, mas quando ela não tentou ajudar minha irmã, o afeto se quebrou e eu só conseguia a ver como mais um dos bonecos os quais minha mãe podia controlar como quisesse.

— Lina, com licença. — Disse passando para dentro, sem desejo de esticar o nosso encontro.

Na sala não havia ninguém e estranhamente o silêncio reinava na cozinha e nos demais cômodos próximos, decidi então subir as escadarias e vistoriar todos os quartos e acomodações do segundo andar, para só então perceber a porta próxima da escada no corredor da direita.

Não bati a porta, apenas entrei e como se um choque passasse por mim, ver Sophia agonizando em cima da cama ensanguentada parecia me asfixiar.

— Não, não, não! — Gritei me aproximando dela na cama. — Soph...

— Samuel, meu filho, eu.. — a voz de minha mãe levou minha atenção a ela por uns segundos.

— Como você pôde?! — Gritei quase partindo pra cima da mulher, se ela não carregasse Seth no colo, eu o faria.

— Se acalme, ela...

— Você foi longe demais!! — Retiro o bebê de seu colo e estou tão nervoso que soco a parede.

— Sam... — Soph de repente se vê atrás de mim de pé.

Deixo o bebê em seu carrinho que haviam trago, para a pegar nos braços.

— Eu prometo que você vai ficar bem, o hospital fica próximo daqui... — Digo já pronto para descer as escadas.

— Sam, para... — Sua voz é fraca e seu rosto muito pálido.

— Não vou te deixar morrer assim Sophia!

— Eu não vou morrer Sam... — Ela retruca teimosa como sempre.

Dou alguns passos rápidos para passar a porta, mas minha mãe que está mais próxima a saída se interpõem.

— Samuel, se acalma... — Minha mãe tenta se pronunciar de novo.

— É melhor sair da frente. — Tento afasta-la por bem, mas ela não se retira. — Se não sair, vou me encarregar de quê seja sentenciada por assassinato e pegue prisão perpétua.

— Por matar quem Samuel? Acha que Sophia morreria por isso? — As palavras dela me pareceram de desdém.

— Sam... se acalma. — Sophia pedia novamente. — Nunca ouvi ninguém falar que menstruação pode matar. — Ela sorri fraco.

Eu naquele momento tive um trave. Não entendia nada mais e tão pouco sabia se conseguiria entender.

— Espera... não está ferida? — Questionei-a.

— Ferida onde Samuel? É certo que viemos pra cá forçados, mas não nos passou nada. — Ela esclarece com a voz fraca.

Olho para minha mãe, em seguida para Seth e por fim Sophia. Definitivamente me equivocava, mas não deixaria fácil para minha mãe, ela ainda os tinha sequestrado.

— Saia. — Falei pra que minha ela se retirasse do quarto. Eu precisava me acalmar mesmo.

Respirei fundo e me lembrei do estado do quarto e de Sophia, então deixando de lado tudo o que sentia e levei-a para o banheiro, uma ducha morna lhe cairia bem, e de passo, talvez vê-la melhor me fizesse sentir bem também.

Deixei brincando com seu coelho no carrinho e me dediquei a dar banho e cuidar de Sophia. Ela trazia um ar fragilizado e as dores que devia estar sentindo deveriam ser insuportáveis.

— Eu devia ter levado vocês pra casa... — Deixo escapar um de meus lamentos.

— Não fique pensando no passado, estou bem e Seth também. — Ela diz segurando em minha mão.

— Eu simplesmente não consigo Sophia, estou pensando seriamente em deixar isso tudo.

Era a minha maior vontade e aquela era a primeira vez em que me manifestava de verdade.

Sempre jogaram sobre mim a importância de elevar o patrimônio da família, mas nunca foi algo que eu quis. Pela primeira vez na vida, estava colocando pra fora e me fazia bem.

— Não importa, de verdade... — Sophia diz. — Deve fazer o quê te deixa feliz, pensa nisso e vai saber que decisão tomar.

Olho para a mulher que me apoia e não posso evitar achá-la ainda mais incrível.

— Sabe porquê gosto de você? — Pergunto deixando de apoiá-la debaixo do chuveiro, para segurá-la em meus braços.

— Porquê? — Ela me olha com olhos brilhantes e um sorriso envergonhado, mesmo antes de qualquer resposta.

— Porque você é você. — Sorrio e a beijo esquecendo-nos de todo o resto ao nosso redor.

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