De Secretária a Mamãe romance Capítulo 4

POR Sophia Carson.

Em duas horas de interrogatório, não fiz progresso algum. O idiota de meu chefe apenas repetia a mesma coisa para tudo que eu o perguntava. "Eu não sei".

— Então recapitulando… — Tomei fôlego, relembrando. — Você chegou em casa e ele estava adormecido no carrinho. É isso?

— Exatamente. — Concordou esfregando as têmporas.

— Já checou as câmeras de segurança? — Peguei o telefone de sua mão, vendo as últimas mensagens e emails.

Poderia parecer óbvio, mas achei que talvez lhe tivessem avisado de alguma forma e simplesmente o inútil não soube ler uma notificação. Como muitas outras vezes que chegaram a ocorrer. Porém parecia não ser uma situação simples como outros mal entendidos.

Não encontrei nada, mesmo depois de revisar os últimos duzentos e-mails e ao fim, tive de aceitar.

Aquele poderia ser provavelmente um filho ilegítimo de Samuel Heughan. Caso contrário, por que uma mãe se daria o risco de deixar o filho com um estranho, sem mais nem menos?

— Há uma passagem para famosos na parte de trás, com um elevador. — Ele respondeu se levantando e tomando o telefone de minhas mãos.

Pareceu trocar um par de mensagens com alguém no whatsapp, e depois seu rosto se fechou em frustração. Olhei de esgueio e visualizei a resposta. "Sentimos muito Sr. Heughan, não há câmeras na saída dos fundos." Escreveram, e a resposta não era a que ele queria.

Sentou-se no sofá de volta e encarou o pequeno que estava gugunando em meu colo, a todo momento exigindo minha atenção com alguns balbucios em muitas das vezes inteligíveis.

— Tome. — Tentei dar a chupeta ao garoto e depois de sua agitação diminuir, voltei a falar com meu chefe. — Era alguém que te conhecia e também acho que você pode ter algo haver com esse pequeno.

— Não, eu não posso.

— Pense um pouco, senhor. Ele deve ter mais ou menos uns três meses, isso dá quase um ano atrás, com quem você andava nessa época? — Questionei, mas só serviu para atiçar ainda mais sua inquietude.

— Não importa se ele tem ou não algo haver comigo, não posso e não quero ter nada haver com ele! — Gritou.

Entendia sua frustração, mas ele não podia simplesmente gritar e esquecer que a criança não tinha culpa por nada.

Peguei-o no colo e tapei os ouvidos do menor, fazendo algumas caretas e o deixando distraído para poder conversar com o CEO insuportável mais tarde. Quando percebi que este já estava adormecendo novamente, então voltei minha atenção ao maior.

— Vai se acalmar agora, ou saia. — Disse apontando para a porta de saída do apartamento. — Dê uma volta e quando estiver mais calmo volte para resolver isso.

— Eu ...

— Apenas vá. Com esse comportamento vai assustar o menino e se ele chorar, vou deixá-lo sozinho com você. — Digo e até mesmo gosto, era quase como uma ameaça contra ele.

— Eu ... eu vou. — Ele olhou-me mais uma vez e saiu batendo a porta do apartamento.

Depois de um segundo foi que parei para pensar, ele havia me trancado e sabe-se lá quando voltaria.

Ótimo.

Eu não havia almoçado e precisava mesmo jantar. Então rezei pra que tivesse algo comestível e apropriado naquele lugar. Revirando os armários descobri que ao contrário do que sempre pensei, meu chefe possuía uma despensa repleta de nada e uma geladeira com mil garrafas d'água.

— Isso só pode ser brincadeira? — Sorria de nervoso.

Quebrei a cabeça imaginando como faria, eu até poderia passar a noite sem comer, de uma forma ou outra tinha fartado o estômago de porcarias quando fui de compras mais cedo. No entanto, não fazia ideia de a quanto tempo o bebê estava sem comer e muito menos o quê dar pra ele.

— Certo bebê, estamos em uma situação complicada.

Avistei atrás do sofá o carrinho no qual o bebê tinha sido entregue e depois de vasculhar a pequena mala, me senti mais aliviada, pois haviam duas mamadeiras prontas, fraldas e algumas peças de roupas. Era o que precisávamos até que Samuel voltasse.

Deitando-o no meu colo, sofri até que ele pegou na mamadeira, parecia não gostar do bico ou algo assim.

Então depois de amamentado e adormecido, tirei meu celular do bolso e pesquisei até encontrar o telefone da recepção do condomínio. Já estava na hora de me preocupar, pois não tinha cem por cento de certeza de que meu chefe voltaria.

Tive então de passar com o vigilante, depois para a gerência e por fim, falei com a administração. Tudo para conseguir que abrissem a porta do apartamento.

— Obrigada. — Agradeci ao guarda que veio nos socorrer. — Tem algum telefone de restaurante aí? — Perguntei por se acaso.

Não era muito boa na cozinha e de qualquer forma eu não poderia sair para ir buscar e cozinhar no apartamento. Não seria uma idiota tão absurda quanto Heughan. Aquilo havia sido outro susto para mim. Ele realmente foi me buscar e deixou um bebê sozinho em um apartamento trancado.

— Acho que tenho um cartão de visita aqui. — O guarda procurava pelos bolsos da calça. — Ah, aqui. — Me entregou, logo depois se retirando.

Olhei para os telefones no papel e liguei em seguida, agradecida por eles entregarem e depois pela recepção ter trago a porta tão rápido. Paguei com o cartão corporativo, havia trago minha carteira, mas já me tinha feito a ideia de que o CEO precisava ir sabendo que uma criança traz gastos e o dever de um pai decente, pelo menos, é sustentá-lo.

Depois de jantar uma pizza de calabresa, voltei para o lado do pequeno, embalado em sua manta no carrinho.

Parecia tão inocente e doce, o que lhe aconteceria se o Insuportável de Samuel realmente fosse seu pai?

Então o vejo franzir o cenho e se remexer na coberta, presumo ser um pesadelo e acaricio sua cabeça até que a expressão do menor se desfaz.

— Vou estar do seu lado pequeno…

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