LASCIVA romance Capítulo 6

CAPÍTULO 05

Isis Melo

Hoje é domingo, e eu não quero ficar em casa pensando em coisas tristes, lamentando ou pensando em Jaime. Então, hoje eu seria apenas Isis, não pensaria na boate e nos meus problemas. Estou pronta para um dia normal por Nova York. Depois de uma manhã em que comprei algumas coisas que estava precisando, resolvo ir ao Central Park, que é um dos meus lugares favoritos desta cidade.

Aqui eu posso admirar as paisagens, ver as crianças brincando com seus pais, ou com seus cachorros, os casais namorando em baixo de árvores ou lendo um livro. Exatamente o que eu farei agora, eu estendo um pano em baixo de uma das árvores e sento-me com meu livro. O livro conta a história de um casal que se apaixonava, mas por causa da condição de vida do garoto, os pais da mocinha não permitia que eles ficassem juntos, fazendo com que a mocinha viajasse para bem longe do garoto. Depois de passar um bom tempo lendo, resolvo ir comer um cachorro quente em uma das barraquinhas.

Paguei pelo meu cachorro quente e o refrigerante. Caminhei para me sentar em um dos bancos, quando meu chapéu voou. Droga! Tentei localizá-lo, mas não encontrei em lugar nenhum. Desistir e sentei-me para comer.

- Acho que isso é seu. – Um homem murmurou a minha frente.

Olhei-o dos pés a cabeça. Engoli o último pedaço do cachorro quente e depois de beber um gole do refrigerante consegui falar, mas foi difícil, pois ele me olhava com um sorriso encantador.

- É, sim, obrigada. – Murmurei e sentir meu rosto ficar vermelho quando me peguei olhando para seu peitoral definido.

- Estava observando você de longe e vi quando seu chapéu voou até mim, acho que foi o destino querendo nos unir. – Disse. Eu apenas sorrir.

- Posso-me sentar? Perguntou.

- Claro. – Falei.

- Prazer, eu me chamo Fernando. – Disse e me estendeu a mão.

- Isis. – Murmurei e lhe entreguei minha mão, que para minha surpresa ele beijou. Um verdadeiro cavalheiro, coisa rara hoje em dia. Acabei sorrindo com seu gesto.

- Ninguém faz mais isso hoje em dia. – Falei.

- Uma mulher tão linda como você merece o melhor tratamento. – Diz.

- Que dizer que se eu fosse feia você não beijaria minha mão? Perguntei brincalhona.

- Poderia até beijar, mas não seria com tanto gosto como beijei a sua. – Fala sincero.

Impressionante, a forma como os homens tratam uma mulher quando quer alguma coisa, eles conseguem ser os melhores da face da terra, são nossos sonhos de consumo, mas quando o conhecemos de verdade vem a decepção.

- Tenho que ir. – Digo-me levantando.

- Não vai. – Diz segurando meu braço e olhando nos meus olhos. - Sei que você deve está pensando que fui rápido demais, e que estou dizendo coisas para te agradar, porque estou interessado, mas eu realmente estou interessado. – Fala sorrindo e eu acabo rindo também.

Ele foi direto sem ser grosseiro e gostei disso!

- Não é a primeira vez que te vejo aqui no Park, já te vi lendo embaixo da mesma árvore outras vezes, mas nunca me aproximei e eu realmente acho que foi o destino que levou seu chapéu até mim, e foi isso que me deu coragem para me aproximar. – Murmura olhando nos meus olhos, e isso faz com que eu me sente novamente.

- Uau! Você me convenceu. – Digo e sorriu.

Passamos a tarde conversando e ele me disse que é médico-cirurgião, quando ele falou isso, acabei falando da minha mãe e chorei. Que mico, chorando na frente de um desconhecido. Ele falou que com um bom tratamento ela viveria bem por muito tempo, e isso é o que eu mais quero. Nos despedimos e trocamos o número de telefone.

Ao chegar à minha casa, guardei as coisas que comprei. Durante o banho fiquei pensando como o dia de hoje me fez bem. Gostei da forma atenciosa que Fernando me tratou, pois onde trabalho as coisas não acontecem assim, na boate os homens nos tratam como um mero objeto sexual, e tenho consciência que Fernando poderá me olhar diferente quando souber onde trabalho, o que é uma pena, pois eu gostaria de conhecê-lo melhor.

Cheguei ao meu trabalho me sentindo animada. Faz tanto tempo que não tinha um papo tão bom com um homem, e ser tratada tão bem me deixou feliz, mas quando entrei no meu camarim meu sorriso sumiu.

- Você viu que tem escrito "Afrodite" na porta e não Hebe, então você entrou no camarim da pessoa errada. - Digo a Jaime, que está sentado no meu sofá com um sorriso idiota no rosto.

- Como foi seu passeio no Park? - Pergunta. Faço uma careta. Esse idiota está me seguindo.

- Eu perguntei como foi sua foda com Hebe? - Murmurei irritada me lembrando do que aconteceu na madrugada.

- Não perguntou, mas aposto que você queria está no lugar dela. - Disse convencido. Olhei-o perplexa.

É um idiota mesmo.

- Não queria está no lugar dela, e não quero saber nada da sua vida, assim como minha vida não te interessa. – Falo irritada.

Ele puxou meu braço de repente e me jogou no sofá ao seu lado. Deitou seu corpo grande e másculo sobre o meu, pensei que fosse me beijar. Mas parou próximo aos meus lábios e murmurou.

- Não seja mentirosa. Seu corpo está tremendo em baixo do meu. Vejo como você me deseja e quer meu pau dentro da sua bucetinha. – Murmura. Solto um gemido. Ele percebe a minha fraqueza e começa a esfregar sua ereção monstruosa na minha vagina. Meu clitóris implora por atenção e minha boceta está louca para tê-lo dentro de mim, mas não vou admitir nunca.

Ele começou a lamber e beijar meu pescoço, fazendo meu corpo se arrepiar.

- Basta você dizer e eu te faço minha. – Sussurra no meu ouvido.

Estava quase gritando, SIM, SIM, e SIM... Faça-me sua. Mas ao ouvir um barulho do lado de fora, ele levantou-se e só assim pude recobrar o meu juízo. Jaime ficou em pé, e me olhava como se não estivesse tão afetado quanto eu. Minha respiração estava irregular e com certeza não estava conseguindo disfarçar como estava afetada com o que acabou de acontecer.

Jaime saiu e me deixou ofegante e quente. Não disse nada, apenas foi embora do meu camarim. Só espero que ele não fique se esfregando em Jessica na minha frente, se não vou enfiar minha mão na sua cara, novamente.

Fui dançar com o pensamento em Jaime, e com a xoxota pulsando de desejo. Meu corpo inteiro está em chamas de tanto tesão, Jaime me comeu com os olhos durante a minha apresentação. Não olhou para mais ninguém a noite inteira, a cada passo que eu dou seu olhar está fixo em mim, e eu estou adorando isso. Nenhum olhar era tão selvagem quanto o dele.

Tive que rir de Jessica, que ficou tentando chamar a atenção dele durante toda à noite.

Estava terminando a minha penúltima dança da noite, quando meus olhos se encontraram com os olhos de Tony. Que estava em pé me encarando, e a fúria nos seus olhos eram visíveis. Meu corpo inteiro endureceu, não consegui fazer mais nenhum movimento. Parece que tudo congelou naquele momento, inclusive meu corpo. Telma me repreendeu com o olhar, mas eu nada poderia fazer. Desci do palco rapidamente e fui para o camarim. Só de pensar que ele tem me visto dançar todas as noites, e que está tão próximo de mim, faz meu corpo estremecer de medo.

No banheiro, troco de roupa e jogo água no meu rosto. Não pretendo voltar naquele palco hoje, não vou conseguir dançar com ele lá.

- O que está acontecendo contigo? – Telma diz preocupada, mas também vejo que está irritada.

- Não estou me sentido bem. – Minto.

- Olha Afrodite, eu sei que você está aqui para conseguir pagar a clínica onde sua mãe está internada, mas você precisa fazer seu trabalho direito, sabe que tem outras meninas que estão doidas para ocupar o seu lugar e ganhar o valor que você ganha. – Ela fala. Ganho mais que as outras e tenho mais privilégios, por ser a mais desejada da boate e todas as noites que danço a boate fica mais cheia que o normal.

- Entendo. Isso não vai acontecer novamente. – Digo. Quando ela vai embora, respiro aliviada. Não sei como vou fazer para continuar trabalhando com a perseguição de Tony. – Penso com a mão na cabeça. Alguns segundos depois, Jaime entra no meu camarim e vejo que está com raiva.

- Vou levar você para casa. Você vai me dizer quem é esse Tony, e por que você tem tanto medo dele. – Diz grosso. Eu apenas pego minha bolsa e o acompanho, nesse momento faria qualquer coisa para ficar longe de Tony.

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