Meu Vizinho Pervertido romance Capítulo 29

Torcendo as mãos no colo, Kate colocou o telefone entre o ombro e a orelha e soltou um suspiro trêmulo. A última pessoa com quem ela queria falar agora era Preston Abbot. Sua arrogância presunçosa permeou o telefone, e ela se arrependeu na mesma hora de ligar para ele.

“Bom, Kate, eu sou um homem muito ocupado. Existe alguma razão para o seu telefonema, ou você quer colocar a conversa em dia?”

Ela lutou para falar, lambendo os lábios nervosamente. Esperava falar com Alison, a mãe de Preston, mas sabia que era possível que Preston ou seu pai atendessem. Respirou fundo e se recompôs, enchendo os pulmões com um gole de ar. “Sim, na verdade, eu queria te perguntar... você tem notícias do Harry?”

Preston zombou como se estivesse ofendido, antes que sua voz ficasse fria: "Você sabe que não. Não me associo com essa escória criminosa.”

“Então ele não foi solto?”

“Tenho certeza de que ele teria ligado para nosso pai se fosse esse o caso. Ele precisaria de dinheiro e um lugar para ficar, obviamente.”

Kate podia notar que ele estava ficando impaciente com a conversa. Ela esperava que a confirmação do encarceramento de Harry aliviasse seu estômago revirado, mas isso não aconteceu. Preston não era exatamente uma presença reconfortante.

"É só isso, Kate?", ele suspirou.

"Eu acho que sim", ela murmurou, com suas mãos ficando suadas. “Ele ainda está na cadeia? Você me diria se ele estivesse solto?"

Um bufar de desaprovação ecoou pelo telefone, e a voz rouca de Preston soou irritada: “Se ele estivesse solto, você seria notificada. Seu advogado não te explicou essas coisas?”

"Sim, ele explicou, mas eu estava bastante abalada, caso você não se lembre", Kate retrucou, sentindo o terror rapidamente diminuir e ser substituído por uma nova onda de raiva. “Sinto muito por ter te incomodado, Preston. Tenha um ótimo dia." Ela desligou, jogando o telefone na cama com um suspiro frustrado. "Babaca".

“Quem é Preston?”

A voz rouca de Colton pausou seu coração acelerado. O olhar de Kate percorreu seu corpo, postado contra o batente da porta. Os braços dele estavam cruzados sobre o peito, e havia uma sobrancelha erguida, aguardando a resposta.

“Só um velho conhecido.” Kate entrelaçou os dedos no colo, remexendo-se nervosamente sob o olhar cético dele. Ela rezou para que ele entendesse a dica, para que visse que ela não queria falar sobre aquilo e deixasse para lá, mas ele não o fez.

“E por que você está ligando para esse velho conhecido logo depois de ter sua casa invadida?”

"É complicado", ela murmurou.

"Temos tempo", disse ele, com a voz calma, mas firme.

Ela percebeu que ele não deixaria aquilo para lá e, por um momento, um lampejo de raiva a percorreu. Ela queria ficar brava porque ele estava invadindo questões que não o envolviam, mas quando ele se esgueirou na cama ao lado dela e seus dedos dançaram suavemente nos fios de seu cabelo, ela percebeu que, sim, aquilo o envolvia.

Se Harry descobrisse, se soubesse sobre Colton, os dois estariam na linha de fogo. A retaliação sempre foi a maneira de Harry lidar com situações desagradáveis.

“Preston é irmão do meu ex-namorado, Harry.”

Colton esperou a explicação, levantando a sobrancelha, mas Kate não continuou. O olhar dela estava firme e focado em seu colo, em suas mãos, que se entrelaçavam e desentrelaçavam repetidas vezes.

"Ok. E por que você ligaria para o irmão do seu ex-namorado ao ter sua casa invadida?” Ele suspirou, agarrando as mãos dela entre as dele e forçando-a a olhar para ele: “Kate. Eu preciso saber."

"Por que?" Sua voz estava tensa agora, e uma pontada de raiva cortava suas palavras. "Por que você precisa saber? Não é da sua conta, Colton.”

"Você está de sacanagem?", Colton ridicularizou, deixando cair as mãos contra seu moletom e se levantando, com sua figura dominadora. A situação já era difícil, na melhor das hipóteses, mas entre o pânico furioso de Kate e a falta de paciência de Colton, aquilo estava perto de se tornar uma briga e tanto.

“Eu devo ir embora, então? Pelo amor de Deus, Kate. Como você acha que eu me sinto com isso? Você correndo para o irmão do seu ex-namorado enquanto eu estou aqui, porra.”

Quando Colton virou as costas para ela, Kate engoliu em seco, pulando da cama e agarrando o braço dele. “Eu só... odeio falar sobre isso. Mas você está certo.” Ela puxou Colton para ela, estreitando o olhar enquanto suas mãos seguravam as bochechas cobertas pela barba. “Você está certo. Você merece saber.”

Ela soltou as mãos, com as lágrimas ameaçando cair. Colton emaranhou seus dedos, trazendo-os para enxugar uma lágrima que escapou. Ele ficou quieto, encorajando-a a continuar.

“Harry não lidou bem com o nosso término. Eu comecei a receber cartas ameaçadoras, telefonemas... Ele me seguia onde quer que eu fosse. A polícia disse que não tinha nada que eles pudessem fazer. Tentei seguir em frente. Comecei a namorar outro cara, e as coisas se acalmaram um pouco. Eu pensei que talvez ele tivesse percebido que tinha acabado e que tivesse seguido em frente também.”

Colton permaneceu em silêncio, mas seu corpo enrijeceu quando as próximas palavras saíram da boca trêmula de Kate.

Ela suspirou, com o lábio tremendo enquanto a memória a inundava de volta: “Eu estava dormindo e quando acordei, havia fumaça por toda parte. O alarme de incêndio não disparou, e minha casa foi engolida pelas chamas. Eu consegui sair bem na hora. Harry foi acusado de tentativa de homicídio, mas eles reduziram a pena porque o pai dele é rico pra caralho e pagou o melhor advogado que podia. Deixei Seattle e voltei para Ohio, esperando que, se eu ficasse longe o bastante, ele se esqueceria de mim quando fosse solto.”

Ela olhou para baixo, para seus dedos latejantes, e viu as mãos tatuadas de Colton apertadas, envolvendo firmemente as dela. A cavidade na base de sua garganta fazia um movimento rítmico cada vez mais rápido, e sua mandíbula estava cravada.

“Foi assim que começou da última vez”, ela fez um gesto com a mão trêmula, apontando para o redor da sala. “E então foi escalonando. Eu tinha que ter certeza que ele ainda estava na cadeia. Que não podia ser ele.”

Os olhos de Colton se arregalaram, e ele rolou o piercing de língua entre os dentes: "O bilhete?"

"Sim, eu achei... que talvez fosse ele."

"Porra, Kate", Colton exalou uma respiração afiada. “Ele foi solto? Eu vou matar esse cara, porra. Você sabe onde ele está?"

Kate lambeu os lábios nervosamente. O olhar nos olhos de Colton era algo que ela nunca tinha visto antes. Ele estava furioso, fora de si. Cada músculo visível estava flexionado, pronto para a batalha. Ela conseguiu recuperar os dedos de seu aperto rígido, roçando-os ao longo do pescoço dele, para liberar a tensão que havia se formado ali.

“Ele ainda está preso em Seattle. Não pode ser ele.”

“Eu vou matar ele se ele chegar perto de você. Você entendeu, Kate? Se você vir esse cara, me avise, e eu vou fazer ele se arrepender de ter vindo atrás de você.”

Embora a raiva dele estivesse revirando seu estômago, Kate não conseguia acalmar seu coração. Ela nunca teve ninguém, ninguém, que quisesse protegê-la do jeito que Colton estava fazendo. Colton, o vizinho idiota. O pensamento a fez bufar com uma risadinha.

Os olhos de Colton se arregalaram incrédulos, e o preto de sua íris refletiu o pequeno sorriso que se espalhou pelo rosto dela. “Eu sou uma piada pra você? Eu estou querendo te proteger, isso é engraçado?”

O medo que borbulhava dentro dela diminuiu, ultrapassado pela sensação de segurança mais forte que ela sentiu na vida. Ela sentia que Colton estava sendo cem por cento sincero em tudo o que disse. A sinceridade queimava seus olhos ônix. O olhar em seu rosto só serviu para fazê-la rir ainda mais. Ela tinha certeza que, naquela posição intimidante, Colton James nunca tinha sido ridicularizado.

"Quer saber?", ele balançou a cabeça, passando os dedos pelo cabelo. “Tenho certeza que se alguém risse de mim do jeito que você está rindo agora, eu daria um soco na cara do filho da puta, mas...” Um sorriso torto surgiu em seu rosto, os dedos ásperos roçaram as lágrimas generosas que rolavam pelas bochechas de Kate: “... eu vou deixar você se safar dessa. Só desta vez."

“E por que isso?”, Kate fungou, mordendo o lábio enquanto observava seu sorriso de tirar o fôlego.

"Porque", ele sorriu, pressionando seus lábios nos dela: “tenho certeza de que eu daria tudo pra te ver sorrir.”

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