O Sheikh e Eu(Completo) romance Capítulo 49

Não estava acreditando em nada do que eu vinha fazendo com a minha vida. Fato.

Afinal, as mulheres que costumavam vir até mim. Elas que se ofereciam para fazer parte da minha vida. Não o contrário. Não o que eu vinha fazendo: Entregando de mãos beijadas o meu coração para Agnes.

Só para vê-lo ser destruído com sua ida ao Brasil.

Por que era assim que eu me sentia de fato. Sentia que ela tinha escolhido não me escolher e que, no fim, o sentimento que eu tinha por ela, não era compartilhado. E me senti um maldito idiota por ter feito isso várias vezes com várias mulheres na minha vida. Eu era um cretino.

Explicar para minha mãe o que Nadirah tinha armado não foi difícil. Era visível e, no fim, quando minha mãe pediu para que Nadirah jurasse por Deus que era verdade, ela acabou caindo em lágrimas e contando para minha mãe, em particular, claro, que ela não queria me perder e que tinha me beijado a força e retirado o véu. E que essa tinha sido a única forma que ela tinha encontrado de manter o nosso noivado – que para começo de conversa, nunca sequer tinha começado.

Claramente, minha mãe me chamou pedindo explicações sobre essas coisas. Por que Nadirah estava com pavor de me perder. E eu não pude segurar por mais tempo a conversa que havia necessidade de ter com ela. Eu tinha que contar a verdade para minha mãe. Custasse o que custasse, porque eu sabia que ela me compreenderia. Eu sabia que ela entenderia.

E foi dito e feito. Contar para ela que eu estava me sentindo atraído por Agnes fez um pequeno sorriso sugestivo formar-se em seus lábios. Fiquei a pensar se ela já não tinha percebido isso, mas ela nada me falou. Parecia bastante reflexiva e começou a me fazer perguntas muito estranhas, como: “Com que frequência você pensa nela?” “Você estaria disposto a enfrentar a sociedade? A casar com uma brasileira?” E eu comecei a me enfurecer com essas perguntas e acabei falando:

– Mãe, eu a quero, entendeu? Eu não ligo para essas coisas! Que tudo isso exploda! – Disse fazendo uma explosão com as mãos de tão exasperado que estava. – Eu só quero que ela sinta o mesmo por mim e que ela esteja disposta a ter algo comigo.

– Seria capaz de dizer o que sente e chamá-la para algo mais sério, meu filho? – Perguntou-me minha mãe com um sorriso presunçoso na face. Na certa, se divertindo com toda a exasperação pela qual eu passava. Revirei os olhos.

– Eu já te disse que sim. – Murmurei e ela riu.

– Está completamente apaixonado por ela, meu filho. – Ela disse como se fosse notável de longe. Não consegui exprimir mais nada. Ainda abri minha boca umas duas vezes para argumentar com ela, mas o que eu poderia dizer? Que não era verdade? Que eu só queria Agnes por uma noite? Não! Eu não queria Agnes por um dia só. Agnes tinha sido uma amiga e continuava sendo. Mesmo não correspondendo aos meus sentimentos aflitos.

– Mãe. Você não está levando a sério o que estou falando. – Comentei sentindo todo o amargo das minhas palavras. Eu não sabia o que fazer com a minha vida, isso era fato.

– Eu permito. – Começou a minha mãe e eu arqueei uma sobrancelha sem entender do que ela falava. – O que você está esperando? Vá atrás dela e conte os seus sentimentos! – Disse minha mãe batendo palmas para ver se eu me levantava. Eu ainda estava atônito, tentando acreditar se, de fato, aquela era minha mãe e o que tinham feito com ela para ela compactuar com tudo aquilo. – Meu filho. – Ela começou e voltei minha atenção a ela.

– Pois não, mãe. – Disse e ela sorriu.

– Nunca achei que fosse se apaixonar. Eu acreditava que continuaria na vida desregrada que você levava até hoje. – Ela foi sincera. Sincera até demais para o meu gosto. – Mas você realmente parece mudado e realmente parece apaixonado. E acho que não deve jogar essa chance para fora. Até porque acredito que seja a única forma de domar essa safadeza dentro de você. – Revirei os olhos. Olha como minha mãe falava comigo quando estava a sós comigo. Onde já se viu? – E apaixonar-se é algo único na vida. – Ela deu um sorriso com lágrimas nos olhos, parecia meramente emocionada com lembranças e memórias na mente, enquanto eu ainda era um aflito.

– E eu gosto da Agnes. – Ela sorriu agora mostrando todos os dentes. – Gosto mesmo, como uma filha. – Ouvir aquilo da minha mãe parecia me dar uma calmaria que eu achei que nunca sentiria. Era bom ter o aval da minha mãe a saber que ela gostava de Agnes. – Mais até do que de Nadirah que sempre me pareceu uma falsa e Sahir já tinha me dito que ela maltratava os funcionários. E, para mim, os funcionários são como amigos também. – Eu bem sabia disso. Minha mãe parecia uma mulher imponente, que não se misturava com ninguém, mas, no fundo, ela era uma mulher de coração grandioso e que sempre se dava bem com qualquer um, valorizando a amizade de todos. Eu gostava desses atributos nela e sempre tentei me apegar aos mesmos. – Então eu acho que você tem que ajudá-la nesse momento difícil que ela está passando e, depois que tudo isso passar, contar para ela os seus verdadeiros sentimentos. Como a nossa religião prega. – Alfinetou minha mãe para deixar bem claro que só aceitaria se eu realmente viesse a me casar com Agnes. O que, de verdade, eu não tinha nenhum problema. Não quando aquela mulher me deixava louco...

– E se ela me renegar? – Perguntei me sentindo um maldito adolescente bobo no primeiro amor. Talvez fosse mesmo. Minha mãe gargalhou, debochando da minha cara e deu de ombros.

– Você nunca vai saber se não confessar seus sentimentos de maneira verdadeira, meu filho. Tampouco propô-la compromisso. E, mesmo que ela te renegue. A tentativa sempre será algo que você terá para sempre na mente. E não uma maldita dúvida na cabeça de: Por que eu não tentei? – Minha mãe era uma mulher muito sábia. Era só no que eu conseguia pensar numa hora dessas. Em como eu deveria ter contatado a minha mãe mais cedo.

Concordei enquanto decidia que ia pensar sobre isso. Não precisei de muito tempo. Dois dias depois da ida de Agnes ao Brasil, eu já tinha minhas coisas arrumadas para enfrentar o local que eu nunca tinha posto meus pés desde pequeno. Que Deus me ajudasse, porque eu estava indo atrás da mulher que eu queria pelo resto da minha vida.

E que Deus me ajudasse para que ela respondesse sim.

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Convido vocês para lerem a continuação no livro que está aqui na plataforma: Um Sheikh no Brasil.

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