Segredos de Família: Herdeiros Dominadores romance Capítulo 21

Matthew sentiu as mãos tremerem e o coração acelerar. O que Thomas fazia ali? Era óbvio que ele já sabia o quê, só não podia acreditar ainda.

Eduardo ficou na frente de Thomas, mas já era tarde, eles já haviam se visto.

—Thomas... Você... Não pode ser!

—Chega!— Mark adiantou—se. Pegou Matthew pelo braço e o arrastou para longe dali, em direção a escadaria— Eduardo, leve o Submisso embora agora! Você vem comigo.

Matthew deixou de ser guiado, estava em choque. Não podia acreditar que Thomas... Sua cabeça estava doendo.

Quando notou estava dentro do escritório do pai. Oto estava distraído com alguns papéis em mãos, sentado à sua mesa. Ao ver os dois jovens entrando ligeiro na sala ficou em pé.

—O que houve?

—Matthew viu o Submisso. Foi um acidente. E parece que Matthew o conhece.

—De onde o conhece?— Oto correu para o filho e segurou o queixo do filho com força— Diga!

—Na escola de Clarice, ele estuda lá. Thomas...— Matthew sentiu a decepção apunhalando seu coração.

—Sim. Isso é muito ruim— Oto se afastou do filho e se segurou na mesa, como se fosse cair— Péssimo sinal. O Conselho deverá ser convocado.

Matthew olhou surpreso para o pai.

—Porque?

—Você sabe o porque— E Matthew viu nos olhos do pai a lembrança do dia em que se assumiu e falou sobre sua paixão por Thomas— Está errado. Qualquer garoto, menos esse. Você conhece as regras. Vá para seu quarto e só saia de lá quando for buscado para a reunião.

Matthew deu as costas e saiu correndo para o quarto. Trancou a porta e deu um chute no abajur perto dali, cacos de porcelana e vidro caíram pelo carpete. Estava com raiva e triste.

Havia imaginado que Thomas fosse uma pessoa boa, pura. Que jamais faria aquilo por dinheiro. Ele havia se enganado.

Deixou—se cair na porta e pegou um caco de vidro e o jogou contra a parede. Havia se enganado, havia se enganado.

Alguém bateu à porta, mas Matthew preferiu se fazer de surdo.

O que faria agora? O que o Conselho iria decidir?

Matthew acordou um pouco tonto, o sol iluminando o quarto, alguém batia à porta. Ele se arrastou para abrir, era Mark.

—Bom dia. Nos encontre no Conselho. Estão todos lá esperando— Deu as costas e saiu ligeiro.

Matthew bateu a porta com força.

Simon seguiu Christian até a sala de música. Ficava no segundo andar, acima do Refeitório e naquele momento ninguém estaria lá. No caminho Simon notou que Christian parecia muito nervoso, quase deu uma surra em um garoto que sem querer esbarrar nele. Assim que entraram na sala Christian trancou a porta. Simon sentou no balcão de madeira onde havia um mostruário de flautas e violinos antigos.

Christian se aproximou e se encaixou entre suas pernas e o abraçou. Simon o puxou para um beijo lento e carinhoso.

— Baby... Precisamos... Conversar— Christian disse entre os beijos e Simon parou assustado— Não, não quero terminar. Isso seria loucura. Mas eu preciso contar algo sobre minha família, aí você decide se me quer ou não.

Simon franziu a testa. Christian estava ficando pálido, e podia sentir suas mãos trêmulas em suas costas.

— Fale.

Christian contou. Simon estava ficando cada vez mais pálido, seu coração batendo rápido e suas mãos tremendo. Quando Christian se calou ele sentiu uma lágrima descer pelo seu rosto.

— Mas... Mas... Você...

— Eu não quero fazer isso— Christian sussurrou— Mas eu não tenho escolha— Ele suspirou abaixando a cabeça— Meus pais acreditam que você... Que você poderia ser o Submisso, mas eu...

— E minha mãe sabia disso, e não me disse nada.

— Sua mãe sabia que teríamos essa conversa. Quando viu quem era seu namorado ela deve ter imaginado...

Simon assentiu.

— Eu quero... quero dizer... Eu aceito ser o Submisso.

— Não— Christian se afastou respirando fundo. Simon olhou para o namoro. Faria qualquer coisa por Christian.

— Sim. A decisão também é minha.

— Não posso te usar dessa forma. Eu não vou conseguir— Christian deu um soco na parede ao lado de um mostruário de partituras, e os ganchos de metal se soltaram e as partituras foram para o chão.

Simon desceu no balcão e correu até o namorado. Segurou sua mão e deu um beijo nos seus dedos vermelhos.

— Não é usar. Eu quero passar por isso com você. E eu não vou aceitar que outro e você... — Ele balançou a cabeça para afastar essa ideia— Por favor?

Christian olhou para ele. Havia um brilho em seus olhos, algo que queria dizer desejo e respeito.

— Isso vai ser uma droga— Disse teimoso.

Simon apenas ficou na ponta dos pés e deu um beijo nele. Um beijo leve que durou pouco tempo.

— Eu sei que vai, por isso quero estar com você. Então, o que faremos?

— Você tem certeza disso? A gente pode achar...

— Outro Submisso? Não, eu daria um tiro na cabeça de quem encostar em você de forma sexual.

— Beleza. Depois da aula a gente passa lá em casa e fala com meus pais.

Simon não pode dizer que o dia letivo havia sido produtivo. Após saírem da sala de música eles seguiram para as suas aulas. Simon não conseguiu prestar atenção nas aulas, dedilhava os dedos no caderno fechado, ou o abria para acabar rabiscando desenhos em vez de prestar atenção na aula. Na aula de Francês pediu para ir ao banheiro e ficou por lá até o sinal tocar, voltou para a sala e apanhou suas coisas. Na aula de Cálculo Aplicado sentou— se na última carteira ao lado da janela, enquanto um tempo horroroso de chuva se formava no horizonte e os primeiros pingos d'água caiam, ele pensou no horror de tudo aquilo. No que estava disposto a fazer para não perder Christian. E seus pais? O que eles iriam achar?

Quando as aulas acabaram e os alunos preencheram os corredores, os pingos de chuva inocentes haviam ficado maiores e mais gelados, mais determinados, seguidos pelos relâmpagos que riscavam o céu e os trovões fortes que pareciam balançar as paredes da escola.

Alunos corriam aos gritos para os ônibus escolares e o estacionamento. Simon ficou imóvel ao lado do mural de troféus na entrada esperando Christian.

Simon havia ouvido boatos de que a maioria dos troféus haviam sido comprados só para preencher as prateleiras de vidro. Sentiu uma mão forte em suas cintura. Virou— se e foi surpreendido por um beijo de Christian. Simon fechou os olhos, não queria ver os olhares sobre eles.

— Vamos?

— Vamos.

Ambos colocaram as mochilas nas cabeças e correram para o carro. Já estavam dentro do veículo confortável, quando um relâmpago riscou o céu e a chuva ficou mais chove.

— Coloque o cinto— ordenou Christian enquanto saiam do estacionamento— E ligue para seus pais, diga que vai dormir lá em casa hoje.

— Porque?— Simon olhou surpreso para ele.

— Porque vamos para minha casa e sair assim nessa chuva não é bom.

— Eles não vão deixar.

— Minha casa tem muitos quartos para hóspedes.

Simon assentiu e ligou. Seu pai ficou receoso em deixar, e sua mãe deixou de pronto. Ele franziu a testa para a reação dos dois. Eles não eram tão liberais assim.

Passaram pela guarita, a chuva havia ganhado mais força, passaram pelo caminho de carros que cortava o jardim, raios iluminando o céu ao longe e pararam na guarita de entrada da garagem, um segurança conferiu quem era no carro e levantou a cancela. Eles desceram por uma rampa que seguia para a esquerda e abria— se para um luxuoso estacionamento subterrâneo.

Simon assim que saiu do carro notou as quatro fileiras de carros de luxo. Os pilares eram cobertos por vidro e vasos grandes com plantas enfeitavam o local, o caminho central que levava aos elevadores tinha um carpete verde musgo.

— Nossa— Simon arregalou os olhos para o luxo ali, enquanto seguiam para o elevador.

O elevador por dentro era espelhado. Assim que as portas fecharam Christian o segurou pela cintura e o beijou. Simon o Abraçou e retribuiu o beijo. E o som de portas abrindo os separou.

Elliot estava ali, com um sorriso travesso nos lábios.

— Bem vindo novamente Simon— Simon apertou a mão do sogro educadamente— Venham comigo— Elliot começou a andar em direção ao segundo andar, subindo a enorme escadaria que Simon viu James descer— James nos espera em meu escritório. O jantar será servido logo depois.

— Não foi trabalhar hoje pai?— Perguntou Christian.

— Não precisei. Decidi passar o dia com James. Já fazia um tempo que não fazíamos isso— O corredor largo e cheio de portas acabava em um par de portas de carvalho. Elliot as abriu— Simon, sinta— se em casa— E abriu a porta.

Simon ficou surpreso com o escritório. Era amplo, as paredes altas eram cobertas com prateleiras cheias de livros e porta retratos, fogo crepitava em uma antiga lareira de pedras, duas janelas eram cobertas por cortinas pesadas de veludo verde musgo. Havia uma grande mesa de carvalho, uma cadeira moderna atrás e duas poltronas na frente, e dois sofás verdes, um de frente para o outro.

James estava sentado no canto de um dos sofás, jovem e deslumbrante como sempre, pensou Simon.

— Ah Simon— Ele se levantou para dar um abraço no garoto— Como é bom ver— lo aqui novamente.

— Obrigado. É bom estar aqui.

— Bom, sentem— Elliot indicou os sofás— E vamos conversar.

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