Segredos de Família: Herdeiros Dominadores romance Capítulo 22

Assim que o carro parou na esquina do hospital Thomas se virou para Eduardo. O rapaz o olhava de cima com curiosidade.

—Cuidado com o dinheiro— Falou— Agora, espero que possamos nos ver novamente.

Thomas esperava que não. Queria sair dali correndo e nunca mais ter nada haver com aquela família.

Seu coração ainda doía ao lembrar de que Matthew fora seu Dominador. Procurava afastar aquilo da mente. Sentia enjoo só de pensar.

—Se precisar de mim, pode me ligar— Eduardo disse cortando o silêncio— Olhe, o que houve ontem...

—Não quero falar disso— Thomas o cortou— Posso sair?

—Hum... Claro. Adeus— Disse o outro derrotado.

Thomas assentiu e saiu o mais rápido possível. Precisava deixar tudo aquilo para trás e seguir em frente. Entrou na recepção de vidro e mármore branco e caminhou para os elevadores.

Ao entrar no quarto se deparou com sua mãe dormindo e uma enfermeira cuidando de alguns tubos que estavam ligados em uns aparelhos.

—Bom dia. Sou Jockey, fiquei cuidando de sua mãe hoje. Seu irmão avisou que você iria aparecer a qualquer momento.

—Onde ele está?

—Foi em casa. Eu disse para ele ir. Precisava descansar— Deu um suspiro e saiu do quarto.

Thomas caminhou até a cama da mãe e pegou sua mão. Estava quente. Se sentia envergonhado por estar perto dela, se ela soubesse o que ele havia feito... Apertou um pouco sua mão quente.

—Ah mãe. Sinto muito— Sussurrou, tentando conter as lágrimas— Precisei fazer isso. Sinto muito.

—Com licença— Thomas deu um salto de susto e olhou para trás. Havia um homem à porta. Ele era alto e forte, usava um terno preto, os cabelos eram negros, assim como os olhos. Trazia nas mãos uma pasta preta— Sou Horácio Maxim.

—O que deseja?

—Você foi o Submisso de Matthew Smith?— Thomas ficou pálido como um fantasma— Não se preocupe, sei que sua família não pode saber. Só quero fazer umas perguntas.

—Você é policial?— Thomas deu um passo atrás. Tocou a grade metálica e fria da cama.

—Sou um investigador particular. Meu cliente me enviou hoje mais cedo, ao saber de sua saída da casa Smith.

Thomas mordeu o lábio inferior. Quem havia mandado aquele homem? Matthew?

—Quem é seu cliente?

—Soube que tem um café aqui perto muito bom. Deseja me acompanhar e podemos falar disso com mais calma?

Thomas respirou fundo e olhou para a mãe. Aquele homem iria embora, mas precisava falar com ele primeiro, era melhor acabar logo com aquilo.

—Vamos— Jogou a mochila em uma poltrona e o seguiu.

O café Tacoma ficava a dois quarteirões do hospital, era um local agradável e limpo, com paredes da cor creme e branco, mesinhas de vidro e bancos coloridos. E o café era ótimo.

Thomas analisava cada movimento do homem à sua frente. Ele era ágil, e sempre educado com todo mundo, e tinha cheiro de limão, pensou Thomas.

—Seu cliente é um Smith?

—Não. Ele foi um Submisso, a muito tempo.

Thomas ficou imóvel por alguns segundos.

—Ele ficou interessado em você quando descobriu que seria Submisso do filho de Oto Smith.

—Porque?

—Bom, creio que não tenha permissão de falar. Ele mesmo gostaria de falar com você.

—Não vou para mais lugar algum com você.

—Não precisa— Disse uma voz atrás de Thomas. Um homem sentou no banquinho vasinho entre ele e o homem grande. Devia ter uns 40 anos, e usava um terno vinho estranho e os cabelos eram uma mistura de fios pretos e prateados. Os olhos grandes eram de um verde claro. E Thomas notou seus dedos finos cheios de anéis com pedras preciosas— Sou Mikael Kimer.

Thomas apertou sua mão. O homem parecia ter vindo de algum tipo de quadrinho japonês.

—Você pergunta porque me interessei por você, bom, vamos as verdades. Fui Submisso de Oto a muitos e muitos anos. A família Smith me deixou bem abastecido— Mexeu os dedos exibindo os anéis— Me diga Thomas, Matthew foi vigoroso?

—Não vou falar disso com você— Thomas tentou conter a irritação na voz.

—Claro, você é um doce. Bom, a mais de vinte anos venho prestando serviços a famílias como a de Oto— Thomas olhou surpreso para o homem— Isso mesmo queridinho, há muitas famílias ricas como a de Oto que fazem rituais parecidos, sempre usando Submissos. O meu dever é procurar jovens como você e treiná-los para serem Submissos perfeitos.

Thomas olhou para seu café. Não estava gostando da conversa.

—Ah um cliente que está interessado em um Submisso que foi marcado por um Smith.

Thomas sentiu o sangue subir ligeiro para a cabeça e ficou em pé.

—Diga ao seu cliente que não sou um produto— Sussurrou no ouvido do homem com frieza e saiu do café.

Caminhou de volta ao hospital um pouco desnorteado. Quem eles pensavam que ele era? Nunca mais queria saber disso de novo. Iria enterrar esse passado para sempre.

Christian sentou ao lado de Simon, passando um braço pelas suas costas. O casal Smith sentou no sofá em frente.

— Creio que Christian já tenha contado tudo?— Elliot perguntou, e Simon assentiu. Christian podia sentir a tensão do corpo pequeno colado ao seu— Simon, você precisa ter certeza disso. Depois de aceitar não terá como voltar atrás. E precisamos falar com seus pais.

Simon assentiu decidido. Christian amava isso nele, a capacidade de parecer algo tão frágil, mas por dentro ser forte e determinado.

— James irá instruí— lo sobre seus deveres como Submisso— Prosseguiu Elliot— Eu serei tutor de Christian, pois ele também tem deveres como Dominador.

Christian beijou o topo da cabeça de Simon. Ele estava determinado a fazer aquilo por ele. Nunca havia imaginado que alguém se oferecesse para algo assim apenas por amá— lo. Se houvesse dinheiro envolvido ele não acharia estranho, afinal em toda sua vida até ali tudo havia se resolvido com o passar de dinheiro de mãos.

A chuva começou a bater mais forte nas janelas de vidro. A sala ficou em silêncio por um tempo. Christian sentiu Simon se aconchegar mais a ele.

A porta abriu e uma senhora com um vestido preto e um avental branco entrou no escritório.

— Senhores, o jantar está pronto. Deve ser servido?

— Sim— James disse— Por favor.

A mulher assentiu e saiu. Christian não lembrava bem de quem era ela. Mas não tinha importância, havia problemas maiores para resolver.

Os pais trocaram um olhar e James se levantou com um sorriso. Christian conhecia aquele sorriso cúmplice. O mesmo sorriso que James dava ao sugerir que eles fosse até o escritório de Elliot fazer uma surpresa.

— Simon, venha comigo na frente, queria mostrá— lo minha coleção particular de livros, Christian me disse que você gosta muito de ler.

— Claro— Simon assentiu sorrindo, virou— se para Christian dando um beijo acanhado em seus lábios e se levantando— Vamos.

Elliot esperou a porta ser fechada e virou— se para o filho. Christian torceu os dedos, já fazia anos que ele e o pai não ficavam assim, a sós. Com James era mais fácil, porque ele sempre procurou apaziguar qualquer situação, mas Elliot... Christian podia se ver nos olhos do pai, a rebeldia e a petulância. Elliot era brincalhão e marrento, mas somente com James e Christian ele era amoroso e atencioso.

— Christian, esse menino...— Elliot balançou a cabeça sorrindo— Ele me lembra muito o James. Acho que se darão bem aqueles dois— E parou de sorrir lentamente, olhava para o carpete atentamente. Depois ergueu a cabeça para o filho— Me reuni com o Conselho ontem, em meu escritório.

Christian empertigou— se no sofá. A ideia de haver um Conselho poderoso que sabia sobre ele o enchia de raiva.

— O que diabos eles querem agora?— Perguntou irritado.

Um trovão os fez olhar para o teto.

— Eles estão com medo— Elliot suspirou— O Conselho é formado por todos os homens da família Smith, como você sabe— Christian assentiu. Na verdade gostaria de não saber daquilo— E a maior parte é idosa e está acabando aos poucos. Eu mesmo já me tornei membro ativo das reuniões.

— Certo. E eu com isso?

— Eles tem me pressionado para pôr você no Conselho logo após o Ritual.

Christian olhou friamente para o pai.

— Nem fudendo.

— Christian a situação é muito séria.

— Eu sei. Mas não quero pensar nisso agora, pai. Já basta o ritual. Uma coisa de cada vez.

Elliot se pois de pé com um sorriso, dando um ponto final a conversa.

— Tudo bem. Mas sugiro que pense sobre isso. Vamos ver onde eles estão.

Saíram do escritório, desceram a escadaria e encontraram James e Simon conversando animadamente na sala de janta. Elliot sentou à cabeceira da mesa e Christian ao lado de Simon. James fez um sinal para a empregada começar a servir.

Christian segurou a mão de Simon sobre a mesa e beijou o topo de sua cabeça.

— Simon ficará no quarto ao lado do seu— James anunciou— É o melhor quarto que tem, e assim você dorme ao lado de Christian.

Um trovão silenciou a conversa por dois segundos.

— Agradeço a hospitalidade— Simon disse ficando vermelho.

Christian segurou seu rosto e o beijou.

— Essa chuva está se tornando uma tempestade— Elliot franziu a testa. Aguardou as três empregadas servirem a mesa e chamou uma delas— Por favor peça para Zacarias vir aqui— A empregada assentiu e saiu.

Christian olhou atento para o pai, havia preocupação em seu olhar. E olhou para Simon e prestou atenção a chuva. Não iria deixar Simon dormir sozinho em uma noite tempestuosa como aquela.

Em cinco minutos o chefe de segurança, um homem alto e forte de cabeça raspada apareceu.

— Senhor— Disse ele se aproximando da mesa— A chuva está ficando cada vez mais forte.

— De fato. O chamei aqui para dizer que pode mandar os guardas da guarita trancam os portões e se recolherem, a guarita não oferece segurança a eles. Os seguranças do jardim devem se recolher também. E a casa deve ser trancada por hoje.

Zacarias assentiu. Christian não gostava do homem, ele parecia esconder algo. Se retirou com um murmúrio de boa noite.

Após o jantar Christian fez questão de esperar os pais se recolherem e subiu com Simon, enquanto os seguranças ocupavam os postos de vigia no hall de entrada. Passaram pelo quarto que James havia providenciado para Simon, mas o garoto estancou a porta.

— Que foi?— Perguntou Christian.

— O quarto é aquele.

— Eu sei. Mas quero que durma comigo.

— Não posso. Se seus pais souberem. Não quero arranjar confusão— Christian revirou os olhos— Por favor.

Christian assentiu e segurou Simon nos braços e o beijou. Um beijo capaz de deixá— lo cheio de desejo. Ele sentiu Simon amolecer em seus braços e o soltou.

— Boa noite, baby— Disse ele. Esperou Simon entrar no quarto vizinho e entrou no dele.

Jogou— se na cama sorrindo e depois correu para fechar as cortinas pesadas. Foi para o banheiro e tomou um bom banho, vestiu uma calça de moletom cinza, caminhou pelo quarto de um lado para o outro.

Simon estava no quarto ao lado. Talvez não tivesse dormindo ainda. Uma visita não faria mal algum. Eles não eram obrigados a fazer nada demais, eram? Ele tocou a maçaneta da porta e pensou, e se seus pais descobrissem?. Porém, deu de ombros e abriu a porta, passou pelo corredor vazio e abriu a porta do quarto de Simon, e estancou na porta.

A cena a sua frente fez seu rosto ficar vermelho, seu coração acelerar e sua ereção ficar visível.

Simon estava deitado na cama um pouco encolhido. Usava uma blusa branca e fina, transparente e uma shortinho de seda branca, também fino, e pequeno o bastante para deixar suas nádegas de fora.

Nádegas lindas e brilhantes, pensou Christian passando a língua pelos lábios.

Bom, até que não seria nada mal eles brincarem um pouco.

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