Christian chutou as portas duplas com força, a madeira crepitava e rachou, as portas se abriram com violência. Elliot, e um homem de terno olharam assustados para trás.
— Que porra é essa?!— Christian entrou gritando. James vinha correndo logo atrás, assustado e pálido.
— Sr. Smith— O homem de feições asiáticas ergueu a mão— Um prazer conhecê- lo.
— Vai pro inferno. Que porra é essa pai?
— Christian— Elliot suspirou pesadamente— Esse é Ceil...
— Não quero saber. Vou deixar uma coisa clara para você— Olhou para o homem, que se encolheu milimetricamente— Ou é Simon ou ninguém.
— Senhor. O Conselho deseja somente preservar o bem estar do Dominador. E acreditamos que Simon não corresponde ao perfil...
Christian o pegou pelas lapelas e o ergueu do chão. O homem ficou vermelho como um tomate, com as mãos fechadas em torno dos pulsos de Christian.
— Enviei uma mensagem minha a eles: ou é Simon, ou ninguém. E juro que se tentarem me forçar, vou matar um por um— E largou o homem com tudo.
Caído no chão o homem arfava, os olhos arregalados e a testa franzida. Elliot e James estavam pálidos, sem reação. Elliot abriu a boca, mas Christian não deu chance ao pai de falar.
— Não. Não quero saber! É isso ou nada!— E saiu.
Christian desceu as escadas correndo, atravessou o hall de entrada e abriu as portas com força, correu até o estacionamento e entrou dentro do seu carro favorito, um camaro cromado. Passou pela guarita no estacionamento e na guarita de saída, e acelerou assim que se sentiu livre.
Dirigiu por duas horas, deixando para trás a paisagem urbana e ganhando a estrada à frente, estacionou em um posto de gasolina de beira de estrada, a raiva se esvaindo como água, enquanto o tanque estava cheio pegou o celular no bolso e procurou um número. Phenelope...
— Christian? Seus pais...
— Não, agora não. Quero saber onde Simon está.
— Christian— Suspiro do outro lado— Não posso. Seria loucura.
— Eu sou louco. Vamos diga logo— Entregou o cartão de crédito ao frentista— Não tenho tempo.
— Christian, por favor. Isso seria comprar briga com o Conselho. Volte para sua casa, estou indo para lá.
Christian digitou a senha na máquina.
— Você tem um minuto para me passar o endereço, se não me dê eu sei alguém que saiba.
— Tudo bem— Christian ouviu o endereço com atenção, pegou o cartão com o frentista e pisou no acelerador.
Christian dirigiu por três horas, sem prestar atenção à paisagem rural em volta, ou o céu escurecendo no horizonte. Não encontrou carros no caminho. Logo a paisagem verde deu lugar a uma densa floresta, cortada pela estrada, o asfalto reluzindo molhado.
Christian olhou para o celular quando este vibrou no banco ao lado. Era Stefan, atendeu.
— Entrei em contato com Raphael, o responsável de Simon— Assim que Christian ouviu a preocupação na voz de Stefan fez a curva próxima a placa que indicava o caminho para a Acadêmia Hiance— Christian, eles queriam levar Simon para longe. O Conselho está indo para a Academia agora, o plano é levá— lo para o Brasil, para longe de você.
Christian sentiu a fúria vir, algo vivo e violento, um monstro terrível capaz de destruir tudo e rir sobre as cinzas. Jogou o celular no fundo do carro, acelerou mais, subindo a estrada. Em cinco minutos os portões de ferro surgiram, a Academia logo atrás. Uma estrutura imensa de pedras contra o céu cinza chumbo.
Parou o carro com tudo em frente aos portões e pulou. Correu para os portões e bateu no pesado cadeado de ferro.
— Simon!— Gritou com todas as forças de seus pulmões— Simon!
Garotos de branco surgiram por todas as janelas e varandas de pedra, Christian pensou serem os Submissos, todos visivelmente assustados.
— Simon!
As pesadas portas de madeira foram abertas. Christian olhou para o homem que vinha até ele. Usava um terno branco impecável.
— Sugiro que se retire Christian Smith— Disse o homem parando no meio do pátio de pedra— Vá embora. O Conselho irá chegar em minutos. Você não é bem vindo aqui.
Christian capturou o sorriso cínico do homem, marchou até o carro, ligou o veículo e pisou com tudo no acelerador. O carro rugiu, os Submissos gritaram horrorizados e o homem de branco se jogou para o lado, quando o carro acertou os portões, que cederam e foram jogados para longe. Christian saiu correndo para dentro da Academia Hiance.
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