Segredos de Família: Herdeiros Dominadores romance Capítulo 30

Christian sentou na poltrona de frente a lareira, evitando a presença dos pais, sentados de frente para ele. Sua respiração estava irregular. Os cabelos da cor de fogo brilhavam como tal. Os olhos intensos fitavam o fogo que crepitava na lareira.

— Para onde levaram o corpo?— Christian cortou o silêncio.

— Para um cemitério— Informou Elliot— Não se preocupe. Ele foi enterrado da forma devida por lei.

— Christian, como se sente querido?— Perguntou James olhando para o filho cheio de piedade.

— Estou bem, pai. Obrigado por se preocuparem. Notícias de Simon?

— As melhores— Respondeu Elliot forçando um sorriso— Ele chegou em segurança a Academia. Não se preocupe Christian. Ele estará de volta na sexta- feira.

— E o grande dia será no Sábado— Christian suspirou pesadamente— Aquele homem do Conselho disse que sou um príncipe para eles. Se sou isso mesmo, posso decidir algumas coisas do Ritual?

— Por exemplo?— Elliot ergueu as sobrancelhas.

— Não quero ninguém nos vigiando. Prometo usar a máscara até o fim. Não me importo comigo; é Simon, não quero vê—lo exposto dessa maneira.

— Eu entendo— Elliot passou o dedo indicador pelo lábio inferior, pensando— Posso ver isso. Mas não prometo nada. Prometo enviar um recado a eles hoje mesmo.

Christian virou— se para o fogo novamente.

— Simon jamais deve saber disso. Ele ficaria arrasado— Encostou um cotovelo no console da lareira— Deve ser um segredo. Ninguém deve falar nada.

— Como queira filho.

Christian deitou— se mais cedo, fitava o teto escuro do quarto, sua mente girando em torno de Alex. E voltando se para Simon. Sentia falta dele, queria ter— lo ali, naquele momento ruim. Beijar sua boca, e olhar em seus olhos. Quando lembrava de tudo que fizera a ele: baterá nele, joga água dentro da sua mochila(fora a primeira vez que o vira chorar e sentiu algo no peito), sabotara sua apresentação sobre Peter Pan, espalhara uma mentira de que Simon tinha HIV, o humilhou retirando suas roupas na educação física e jogando no estacionamento. Precisava admitir que quando o viu ali, sem roupa, chorando no frio, sentiu vontade de abraça— lo, de pedir perdão e leva— lo embora e cuidar dele. Passou alguns dias sem aprontar com o garoto, descobrira que graças a brincadeira ele ficará com resfriado e não estava indo a escola, no mesmo dia Christian descobriu onde ficava a casa de Simon e dirigira até lá, estacionou do outro lado da rua e ficou olhando para a casa.

Claro que, naquela época, seus sentimentos por ele eram algo vago e fraco, que ele reprimia com mais ódio do garoto.

Lembrava com perfeição a raiva que tinha a cada vez que via Simon com alguém. Quando dando um beijo no rosto de um garoto da turma de Cálculo, para Christian aquilo fora a gota d'água, mais tarde no estacionamento, esperou o garoto sair e deu uma surra nele. Se ele encostasse em Simon de novo iria ganhar mais um.

Quanto tempo havia perdido. Se tivesse sido mais corajoso teria admitido seus sentimentos, aceitado o fato que o ódio pelo amor dos pais era uma mentira. Era uma fachada de pedra, porque por trás ele também queria ser amado daquela maneira.

Anotou mentalmente que a primeira coisa que faria ao ver Simon era pedir perdão de verdade, por tudo. Abraça— lo e beijá— lo, para provar que Christian era só dele. Todo seu ser pertencia a ele.

Acordou no dia seguinte com alguém o sacudindo na cama. Abriu os olhos sonolentos e encontrou James, com um sorriso de desculpas no rosto.

— Querido, tem alguém que precisa falar com você. É do Conselho.

Christian revirou na cama e resmungou algo incoerente. James o virou novamente, determinado.

— Querido, vamos lá. Acorde agora.

Christian abriu os olhos e sentou na cama.

— O quê?

— Um representante do Conselho está lá embaixo. Quer ver você.

— Para...?

— É sobre seu pedido ao Conselho. De vocês não terem ninguém na sala no momento.

— Ok. E aí?

— Bom, eles não querem mais que Simon seja seu Submisso.

Simon cobriu os olhos com as mãos. Estava envergonhado usando aquelas roupas finas demais, com nada por baixo.

— Tire as mãos dos olhos— O Instrutor ralhou. Era um homem de mais ou menos 80 anos, usava vestes cinzas, que eram roupas oficiais dos Instrutores— Não pode fazer isso no dia. Sabe— Ele se virou para Raphael— No meu tempo, os Submissos eram verdadeiros anjos: aparência delicada, perfumados, e preparados. Hoje, me vejo obrigado a ensinar como se tornar um Submisso. Que triste.

— Desculpe, mas o senhor é pago para isso— Raphael argumentou, um olhar afiado deixando claro que comentários como aquele que o homem havia feito não seriam bem vindos naquele quarto.

Pigarreando, o homem se voltou para Simon.

— Sinta— se como a seda que usa em suas roupas: algo macio e puro, e belo também. A vergonha não deve fazer parte de uma identidade Submissa, e sim a compreensão de seu lugar, que é certamente, ao lado do Dominador.

— Sinto— me um brinquedo sexual— Exclamou Simon abaixando as mãos.

— Você não é— defendeu Raphael— Não diga isso.

— De fato, não diga. Ser um Submisso não é só se entregar sexualmente, mas zelar pelo Ritual, purificando os caminhos de seu Dominador. Enfim, já estamos meia hora aqui, irei me retirar. Amanhã começaremos de novo. Boa noite— O homem fez uma carranca a Raphael e saiu batendo a porta.

Simon pegou o roupão de seda branca sobre a cama e se vestiu, sentindo— se aliviado por estar coberto por algo.

— Ele é ranzinza— Raphael sorriu. Um trovão ressoou lá fora — Você está legal?

Simon não sabia dizer. Estava fazendo aquilo para ajudar Christian, e nem informações dele eram permitidas. Estava com saudades e preocupado.

— Acho que sim.

A chuva começou a cair. Simon se jogou na cama macia e quente, soltando um longo suspiro.

— Queria tanto saber notícias dele.

— E ele de você, aposto. Mas não é permitido comunicação entre vocês. Sinto muito.

Simon suspirou, e alguém bateu à porta. Sentou— se ereto na cama, Raphael pegou a máscara no chão e a colocou, seguiu a porta e a abriu. Havia um garoto parado ali.

Ele era mais baixo que Simon, magro de cabelos e olhos cor de areia, usava vestes de seda e chiffon.

— Boa noite— Deu um sorriso tímido— Sinto muito incomodar. Mas vim deixar um recado do Conselho.

— E qual seria?— Perguntou Raphael. Havia algo errado, Simon ficou em pé.

— Simon Gray não será mais Submisso de Christian Smith.

— O quê?!— Simon mal notou que havia acabado de gritar.

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