Virgindade Leiloada romance Capítulo 15

Murilo

Eu pensei bastante sobre isso e percebi que não estava dando o devido valor a minha própria família, e cheguei a conclusão que deveria vir visitar a minha avó mais vezes, pois era algo simples, ainda mais que eu andava sentindo falta desse contato maior ultimamente.

— Se esse é um desejo seu, fico muito feliz que possa vir mais vezes aqui. — Vovó falou com visível felicidade.

— Também fico feliz de que tenha percebido o que verdadeiramente importa, Murilo. Esteve muito relapso desde que se envolveu com a Bruna e mais ainda depois do que aconteceu.

— Se está querendo passar mais uma vez na minha cara a traição da Bruna, pode ficar a vontade, querida irmã. É algo que não me importo mais.

Eu realmente não tinha mais nenhuma reação aquelas lembranças e aquilo para mim era passado. Não tinha notícias dela já há bastante tempo e preferia que assim continuasse por bastante tempo.

— Então, sendo assim, já posso contar algo que estava guardando para quando você estivesse mais calmo sobre tudo isso.

Fiquei imediatamente tenso ao ouvir o que a Ártemis disse e temi pelo que poderia ser que ela manteve em sigilo de mim.

— Espero que você não fique chateado com a sua irmã, Murilo. — A vovó falou parecendo apreensiva.

— Estou no aguardo do que vocês esconderam de mim. — Falei, mas tentei manter um tom ameno.

— Você sabe que coloquei as minhas ações da empresa à venda, pois não pretendia me envolver nos negócios. — Ártemis começou a falar.

— Claro que tenho conhecimento sobre esse fato. Você nos consultou e concordamos que seria interessante abrir o capital da empresa, mas eu e o Aquiles tem dois terços das ações, portanto, somos os sócios majoritários.

— Exatamente. — Ela concordou, parecendo bastante nervosa e até mesmo ficando de pé, andando de um lado para outro. — Mas o que só descobrimos há alguns dias, é que… nem sei como te falar isso.

— Apenas fale!

— O verdadeiro comprador usou um intermediário e só há alguns dias eu descobri, por uma amiga em comum com a… Bruna… que foi o Ethan que comprou as ações e deu em forma de presente para a Bruna. — Minha irmã falou aquilo tudo de um ímpeto só, praticamente sem respirar.

— Canalha! — Gritei, levantando de supetão e me sentindo novamente traído.

— Nós jamais poderíamos imaginar que algo assim iria acontecer. — Vovó falou e estava claro que se sentia culpada também.

— Não estou com raiva de vocês, não devem ficar assim. — Tentei acalmar aquelas que eram as pessoas mais importantes da minha vida. — Estou com raiva de mim!

— Mas você não tem culpa, Murilo!

— É claro que sou o culpado sim. Eu deveria ter cogitado essa possibilidade e até mesmo ter comprado as suas ações, Ártemis. Mas eu estava tão… tão preso aos meus problemas de ego, que não me importei em evitar que algo assim pudesse acontecer.

**********?*********

Não permaneci na casa da vovó depois que soube sobre o novo golpe que havia me atingido, pois sabia que não conseguiria manter a civilidade por muito tempo mais e decidi vir para o meu apartamento.

Nem mesmo sabia quem de fato o Aquiles havia apresentado para a família e se ele realmente levou alguém para o almoço na casa da vovó.

Os pensamentos ficaram girando constantemente pela minha cabeça, relembrando o relacionamento perfeito que eu acreditava ter com a Bruna, até que descobri a sua traição justamente com aquele que tentava me sabotar de todas as formas.

Pensando mais friamente sobre isso, eu deveria ter tentado descobrir o porquê da animosidade do Ethan Constantino por mim, porque aquilo já havia passado de todos os limites e eu precisava saber qual o motivo.

Por várias vezes pensei em ligar para a Virgínia, pois tinha certeza que apenas conversar com ela já faria muito pelo meu humor, mas consegui me controlar.

Eu estava muito exaltado e poderia acabar causando mais mal que bem a minha situação já complicada em relação a ela.

Consegui me segurar até a noite, pois não queria pressioná-la, e somente quando já estava deitado de maneira displicente no sofá da sala de estar do meu apartamento, agora bem mais calmo, foi que enviei a mensagem que cheguei ao ponto de digitar várias vezes naquele dia.

Após mandar as primeiras mensagens, aguardei por alguns minutos, tela do celular ainda com a conversa aberta, enquanto eu relembrava com uma nitidez impressionante todos os detalhes da noite que passamos juntos.

Desde o momento em que a observei no palco, até quando acordei pela manhã e ela não estava mais lá.

Fiquei esperando por uma resposta que não veio e ao observar que ela havia visualizado as minhas mensagens e, mesmo assim, não tinha ainda respondido nada, nenhuma uma única palavra, enviei mais algumas.

Eu não aceitava perder a Virgínia, a minha morena espetacular, sem ter tentado de todas as formas. Eu sentia que, mesmo diante das condições totalmente excepcionais nas quais nos conhecemos, ela era uma boa garota.

Após mais alguns minutos de espera, pensei que não deveria insistir mais naquela noite. Entendi que ela precisava de um tempo, tendo em vista o que aconteceu na boate na noite anterior.

Deixei o celular na mesa de cabeceira e tomei um banho longo, pois estava precisando relaxar, depois de tantas coisas que haviam acontecido em menos de vinte e quatro horas.

De volta ao quarto, já pronto para tentar dormir, pois, amanhã era um novo dia e eu precisava estar preparado para o que viria, agora que a Bruna era uma das acionistas da minha empresa e teríamos reunião de diretoria ainda naquela semana, vi que a tela do celular está acesa, indicando que eu teria perdido alguma mensagem ou ligação.

Desbloqueei a tela e percebi que a notificação indicava uma mensagem da Virgínia e cheguei a tremer pelo nervosismo ao constatar que ela tinha me respondido e temendo ver qual havia sido a sua resposta.

Virgínia: Precisamos conversar pessoalmente.

Murilo: Posso te encontrar agora.

Murilo: Só precisa me mandar a localização.

Virgínia: Amanhã será melhor.

Murilo: É só me dizer a hora e o lugar, que posso te buscar.

Ela simplesmente me mandou o nome de um Shopping, pedindo para eu a encontrar na praça de alimentação às dezenove horas e passando um ponto de referência.

Não gostei de termos que conversar em um shopping cheio de gente, onde não teríamos privacidade alguma. Ela nem mesmo me mandou o seu endereço e eu continuaria no escuro sobre tudo o que dizia respeito a ela.

Apesar de a sua postura ter me desagradado muito, eu sabia que já era uma pequena vitória e não deveria estar reclamando. Precisava ir com calma.

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