De Secretária a Mamãe romance Capítulo 21

POR Sophia Carson

Apesar de que há cerca de três dias atrás, eu ter deixado bem claro ao CEO que poderia ver em mim uma amiga, nada escapou. Nenhuma confissão, nenhum detalhe, nem mesmo tocou no assunto.

Quem era eu para força-lo?

Pois é, ninguém.

— Vamos chegar atrasados. — Resmunguei em meio as ânsias.

O pobre vaso me aturava, vômito atrás vômito e já não me restava mais nada no estômago.

Eu sabia que havia contraído alguma virose, pois tinha passado a manhã na feira com Lanna, e a mesma me tinha advertido para não comer tudo que me oferecessem. Não dei ouvidos e cá estou eu, apoiada contra o vaso e me esforçando para não empapar o vestido, ou me sujar.

— Deixa, eu seguro. — Disse Samuel surgindo ali e me ajudando com o cabelo.

— Não, vai pra lá. Estou horrível. — Falei limpando o canto da boca com a toalha de rosto.

Já devíamos estar a caminho do casamento e por minha culpa, talvez a família Sangü se ofendesse com a desfeita de não ir.

Vestia um lindo vestido, por sinal com uma etiqueta que mostrava o valor que poderia haver pago em uma casa. Samuel insistia desde que comecei a me sentir mal, para ir ao hospital, mas eu não era do tipo que gostava de visitar hospitais por pouca coisa.

— Vou melhorar logo. — Prometi, depois de ver a forma como ele me olhava enquanto recolhia meu cabelo. — E obrigada. — Agradeci.

Com a sensação de ânsia diminuindo, me levantei tendo-o como apoio. Consegui depois de alguns goles de água retirar uma boa parte do gosto ruim da boca e a aproveitei para escovar os dentes.

Passei para o quarto, onde Seth brincava com o móbile sobre seu berço.

— Vêm bebê, temos que ir. — Estiquei os braços para pegá-lo.

Antes que o menor chegasse a mim, Samuel se interpôs, pegando-o no colo e direcionando-me um olhar de reprimenda.

— O quê foi?

— Não está conseguindo se manter em pé. Quer mesmo carregá-lo? — A pergunta me soou dura.

— Claro, eu estou bem. — Respondi o encarando, mas sentindo meu pescoço doer pela inclinação. Samuel era alto, bem alto.

— Claro, está tão bem que ao invés de carregar Seth, seria mais prudente te carregar. — Ele disse em tom zombeteiro.

Era o jeito dele de me dizer para me cuidar, mas eu já era uma adulta e conhecia meus limites, eu estava bem.

Vendo o modo como ele seguia me olhando, decidi pelo momento lhe fazer caso e deixei que ele levasse Seth nos braços.

Fechamos a porta do apartamento e quando adentramos o elevador, outro abalo me tomou e se não fosse por Samuel ter me puxado para mais perto, teria caído ao chão. Suas mãos firmes me apoiaram até a entrada do carro, e a cena era acompanhada pelos seguranças que comentavam aos sussurros sermos uma linda família.

Confesso ter enrubescido, mas logo passou com o susto que tomei do CEO.

— Acho que tem um pouco de vômito aqui. — Ele apontou e olhei tentando ver também. — Brincadeira. — Ele disse beliscando minha bochecha.

Não esperava por qualquer tipo de brincadeira vindo de sua parte, mas Samuel nos últimos tempos estava ficando infantil, não sei se pela presença de Seth ou por se sentir mais à vontade conosco.

Era diferente e até o estranhava, mas depois o devolvi na mesma moeda.

— Humn... Acho que Seth golfou em sua blusa.

— Onde?

— Aqui. — Apontei arrastando meu dedo do meio de seu peitoral até bater em seu nariz.

— Você é vingativa. — Ele sorri e me faz errar o compasso das batidas do meu coração.

Só então sei que estou boba, ele percebe isso e aproveita para me deixar ainda mais sem jeito.

— Vamos começar essa viagem. — Ele disse checando a cadeirinha de Seth e depois me prendendo com o cinto de segurança. — Está se sentindo melhor?

Não me sentia confiante de que poderia pronunciar qualquer palavra, então apenas assenti.

— Bom, espero que isso também te ajude. — Ele terminou de falar, ao passo que um segundo depois já não precisei de palavras para entendê-lo.

Sua boca quente sorveu da minha um beijo simples, mas profundo que me rendeu um bom disparo cardíaco. Em seguida ele se apartou, finalizando com um selinho na ponta do meu nariz.

Vejo-o se retirar para o posto de motorista com uma expressão relaxada e sorridente, e me pergunto se Samuel teria sido abduzido.

— Destino! Casamento dos Sangü. — Diz ele agitadamente, tratando de desviar a atenção do que ocorrera.

Eu não conseguiria, não iria fingir que mais um de seus beijos haviam sido por acaso.

Em breve, talvez esse clima estourasse e o pior de tudo, queria repetir a dose com aquele CEO insuportável.

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