Murilo, o CEO sedutor. romance Capítulo 2

QUATRO ANOS ANTES.

Depois de mais uma briga que começou por nada, vejo Henrique entrar no quarto, se dirigindo ao guarda roupas branco com uma enorme porta de espelho que acabamos de comprar e ainda nem pagamos, ele pega a mala preta que estava guardada, a joga na cama de qualquer jeito, começando a guardar algumas coisas, vou atrás em pânico, depois de tanto ameaçar ele finalmente tinha tomado coragem pra ir embora.

- Henrique porque tá fazendo isso? - Pergunto já chorando.

Seu silencio me sufoca, ainda sem me dar a mínima para minha pergunta continua arrancando os cabides com tanta pressa que os fazia balançar dentro do guarda roupas, enquanto acompanhava seus movimentos o medo e angustia tomam conta de mim, não consigo segurar as lágrimas que rolam sem parar, estava vendo meu namorido, arrumar suas coisas para ir embora. Embora da minha casa, nossa casa, da minha vida, meus olhos queimam e meu queixo treme, enquanto os soluços do choro não sessam.

- Nós já conversamos Manu, não dá mais.

Seu tom frio me atinge em cheio, ali eu soube que nada do que eu fizesse o faria ficar.

- Mas eu ... hum ... amo você!

Meu coração bate tão forte que sinto a vibração em meus ouvidos, o choro é compulsivo, quem vê de fora vai achar que é uma cena ridícula, chorar por causa de um homem, o que as pessoas não sabem é que existe muito envolvido em nossa história, nós moramos juntos há dois anos, não consigo entender onde foi que tudo deu errado?

- Mas eu não te amo mais, acabou!

Henrique não me olha enquanto fala, só o vejo andar pelo quarto, pegando tudo que lhe pertence, as poucas vezes que ele me olhou durante essa briga, seu olhar estava vago.

- Você tem outra?

Seu olhar finalmente se volta para mim, não há raiva, não há sentimento, também não há uma negação.

Sinto meu coração sendo esmagado, a sensação nítida de alguém o tirar de dentro de mim e apertá-lo, a dor é tão grande que parece me sufocar, o homem a minha frente é aquele que achei que passaria o resto da vida ao meu lado, e agora ele está indo embora pra não voltar, sem sequer olhar pra trás.

- Eu posso mudar, vou ser melhor prometo.

Se virando pra mim, Henrique segura meu rosto em suas mãos e sorri.

- Manu, acabou.

Seu tom é sereno, sei dentro de mim que não tem volta, observo Henrique ir até o banheiro pegar suas coisas, quando volta segura em meus ombros e me sela nossos lábios em um beijo casto e sai.

Deslizei meu corpo pela parede branca até tocar o chão de ladrilhos frios, os pensamentos em como tudo aconteceu na minha vida, a dor que senti quando perdi meu pai há seis anos, a alegria que Henrique me trouxe quando entrou na minha vida, tudo mudando quando minha mãe arrumou esse namorado novo, minha vida desmoronou totalmente, o que vou fazer agora?

Sozinha, mais uma vez estou sozinha!

Sentada no chão frio, escondo minha cabeça entre as pernas me entregando ao choro compulsivo, a dor mais uma vez aperta meu peito, tenho a sensação que dessa vez não vou aguentar, chorei muito, até sentir vontade gritar e eu gritei, tão alto que tenho certeza que o prédio todo ouviu, mas eu queria que se fodessem todos eles!

Eu precisava colocar para fora toda a frustação que estava sentindo, deitei no chão em posição fetal, deixando a dor me entorpecer.

Foi nesse dia que meu coração foi quebrado e eu fiquei pra trás tentando juntar todos os cacos.

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