O Egípcio romance Capítulo 84

Seis meses depois…

Domingo à noite…

No terraço, a lua crescente ilumina o céu, lançando reflexos prateados sobre a propriedade. Está uma noite muito agradável.

Eu admiro a vista com os braços em torno de minha bar­riga. Estou esperando um menino. Já temos até o nome: Kaliq.

Respiro o ar gostoso. A brisa suave do verão traz o cheiro do jasmim, das rosas, da dama-da-noite.

Ouço Hassan entrando no quarto e caminho até ele. Vamos agora na casa de Raissa. Exatamente hoje ela completa três meses de casada.

— Está pronta?

— Estou.

Ele passa os olhos pelo meu vestido azul-marinho e os fixa na minha barriga, que já está bem grandinha, e depois corre até meus olhos.

— Está linda.

— Obrigada.

— Tem certeza de que quer ir? Zaina falou que você passou mal hoje à tarde.

— Por causa do calor. Mas agora eu estou bem, a noite está fresca.

Hassan circuncida a minha cintura e me traz para junto dele.

— Tem certeza? Raissa vai entender se ficarmos.

— Imagina. Raissa está eufórica com sua gravidez. É normal que queira a família reunida para comemorar. Nós fizemos isso, lembra?

— Não, meu anjo. Você anunciou que estava grávida para todos.

— Mas não deixa de ser uma comemoração! — completei, com um sorriso.

— Está certo, então vamos! Se sua língua está afiada, já sei que está bem.

Eu sorrio para ele e recebo um beijo na testa com muito carinho.

O sol da tarde se põe no horizonte, compondo um espetáculo de cores no céu, deixando-o com tons avermelhados. Hassan está quieto, só admirando nosso filho mamando em meus braços. Ele olha em um misto de orgulho, ternura e êxtase.

Cada dia me enterneço com o marido e pai exemplar que Hassan tem sido. Seu passado está ali, mas hoje não o assombra mais.

Eu trabalhei até o último mês de gestação. Com o nascimento do nosso filho, parei de trabalhar. Tenho conversado com Hassan de quando ele ficar grandinho eu montar minha própria grife.

Graças a Deus Vitor sumiu. Desde aquele dia em que falei com ele quando invadiu a loja, ele desapareceu. Segundo minha mãe, viajou para o Alasca, onde assumiu a diretoria de uma empresa. Eu o queria longe, mas ele bateu o recorde de afastamento.

Que seja feliz! Espero realmente que ele encontre uma mulher que o ame. Quem sabe ele derreta o coração de uma esquimó.

Eu rio.

— Do que você está rindo?

Deus! Com Hassan não passa nada!

— Pensando na vida, de como eu sou feliz.

Kaliq para de mamar, eu o ergo e dou umas batidinhas em suas costas para ele arrotar. Ele já está com seis meses, está bem pesado já.

— Posso pegá-lo? — Hassan pede.

Hassan é todo desajeitado para pegar o filho, geralmente eu o coloco no colo dele.

— É claro.

Ele então me surpreende se levantando e pegando o filho no colo. Se senta novamente e o ajeita sentadinho no seu colo, suas costinhas apoiadas em sua barriga, e a cabecinha em seu peito.

Eu me levanto.

— Aonde você vai?

— Registrar esse momento. Não se mexe.

Hassan dá um sorriso. Vou até meu quarto e pego o celular. Tiro uma foto dos dois.

Deus! Carreguei nove meses meu filho na barriga para ser a cópia idêntica do pai. Dizem que tem alguma coisa minha. Mas eu só consigo ver Hassan em miniatura.

Pai e filho. Meu filho bem acordado com os olhos abertos, e Hassan esbanjando seu lindo sorriso.

Lindos.

Não demorou muito, nosso filho começou a chorar. Hassan logo entrega para mim. Eu o pego nos braços e vou até o quarto. Sento-me na cadeira de balanço e o faço dormir. Depois o coloco no berço que fica ao lado de nossa cama.

Quando me viro, vejo Hassan na soleira da porta me observando. Seu olhar quase me faz ajoelhar agradecendo a Deus por ter um marido tão ilimitado, tão incondicional.

Hassan

Observo a mulher que amo. Caminho até ela como que movido por uma grande força invisível. Então a vejo tirando sua saia preta e sua blusa de seda branca.

Logo estamos abraçados. Respiro o ar que sai da boca dela quando as nossas testas se encostam.

Sorrimos.

Eu a pego no colo e a deposito na cama. Beijo-a com sabor de amor e sou enviado ao céu, onde o orgulho dissolve-se frente a uma paixão que emana de sua língua.

Ela me olha profundamente. Queimando em ardente desejo.

Karina suspira dedicadamente, fechando seus olhos.

Retiro minhas roupas, todas elas, e demoro-me para me juntar a ela. Meus olhos varrem seu corpo, deitada ali, na nossa cama, tão sensual. Não deixo passar nada, observo cada detalhe. Sua lingerie preta, seus seios maiores, sua barriguinha mais saliente.

As estrias, beijarei uma por uma, são sinais da vida, um traço para beijos.

Amo tudo isso.

Me junto a ela na cama. Gemendo, eu toco seus lábios e a beijo como quem bebe a água da mais pura fonte. Doce e viciante, pura e revigorante.

Após tê-la beijado, acariciado… a penetro. Logo estamos envoltos em uma forte sensação que cresce a cada investida. Ela transborda e eu transbordo.

Somos felizes…

Sim, somos!

E tenho certeza de que será sempre assim, seremos felizes até o fim do mundo…

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