O marido misterioso romance Capítulo 137

Edric havia adormecido, mas Irene ainda estava acordada, refletindo em silêncio sobre algo. Por que ele lhe fez uma pergunta tão estranha naquela noite? Qual era o motivo de ter perguntado sobre Myra de repente? O que estaria tentando descobrir? Ou será que já havia descoberto alguma coisa?

Irene se lembrava de que a mãe sempre ficava muito relutante em falar sobre a avó. Myra só mudava de assunto depois de dizer à filha que Dania havia falecido. Mas, nesse caso, onde estava o túmulo dela?

Será que a mãe estava mentindo, e a avó não estava morta de verdade? Era possível que Edric tivesse descoberto alguma coisa sobre o assunto e por isso tinha vindo perguntar a Irene a respeito disso? Mas o que ele tinha a ver com a coisa toda? O único parente que lhe restou quando Myra morreu foi Thomas, o único que sabia disso. Sendo assim, Irene decidiu que precisava conversar com o tio.

No dia seguinte, ela voltou para a casa dele e lhe fez a pergunta, depois que os dois conversaram um pouco: "Tio Thomas, queria saber uma coisa. O vô e a vó só tiveram você e a mãe?"

Ele ficou atordoado, mas fez que sim.

"A mãe me contou que os meus avós morreram quando vocês dois eram muito novinhos, tanto que foram criados por outras pessoas. Mas nunca entendi por que ela sempre me levava pra visitar só o túmulo do vô. Onde tava o da vó?"

Thomas permaneceu em silêncio. Percebendo isso, Irene perguntou com hesitação: "Ela ainda tá viva?"

O homem balançou a cabeça. "Ela já faleceu."

"Então por que vocês não enterraram ela ao lado do vô?" Perguntou ela.

"Bom... Porque... Porque depois ela se casou com outra pessoa", Thomas não terminou a frase.

"Se casou de novo? Com quem?" Irene ficou um pouco perplexa.

"Acho que o sobrenome do homem era Walker, mas não sei os detalhes. Naquela época, a sua mãe e eu éramos crianças. Eles se mudaram logo depois, então nunca tivemos muita certeza", explicou ele.

Irene entendeu mais ou menos o que havia acontecido. No fim, Dania abandonou os filhos e se casou outra vez depois que o marido da família Nelson morreu. Myra devia odiá-la, por isso nunca falou sobre ela. "Como a vovó pôde ser tão cruel?"

Thomas queria explicar tudo a Irene, mas não sabia como. Ela com certeza faria mais perguntas se ele defendesse Dania, e isso complicaria as coisas. No entanto, se ele optasse por permanecer em silêncio, Irene sem dúvida interpretaria mal a avó, e isso o fazia se sentir mal, pois Dania era, na verdade, uma ótima pessoa que nunca quis abandonar os filhos!

Ela continuou fazendo perguntas: "Depois que a vovó se casou de novo, ela provavelmente teve mais filhos, né? Isso significa que, na realidade, eu tenho outros parentes?"

"Irene, você tem esperanças disso?" perguntou Thomas.

"Claro, ter parentes é melhor do que estar sozinho, sem poder fazer nada. Tio, você conseguiria reconhecer os filhos da vó se a gente encontrasse eles?" Irene ficou tão animada com a possibilidade que os olhos dela estavam brilhando.

"Não sei. Talvez!" Thomas olhou para o relógio. "Já é quase hora do almoço, então vou lá comprar comida pra você. O que quer comer hoje?"

"Eu vou junto."

"Não, é melhor você esperar aqui. Não vou demorar pra voltar." Irene achou estranho a forma como o tio mudou de assunto de propósito. "Por que parece que tem alguma coisa estranha com ele?"

Quando Thomas saiu de casa, estava tão pensativo que franzia as sobrancelhas. Era verdade que não dava para guardar nenhum segredo para sempre. Já que Irene estava perguntando tudo aquilo, ela devia ter ouvido alguma coisa.

"Será que falo a verdade? Como que ela vai se sentir depois de saber que eu sou o Dave, e não o Thomas?"

Ele não estava tão preocupado com a reação que ela teria ao descobrir a verdadeira identidade dele. Em vez disso, estava mais preocupado com Marie falando bobagens. Embora fossem parentes, ela não era a melhor pessoa para contar a história complicada do passado deles. Não seria bom para Irene se Marie manchasse a reputação de Myra caso as duas conversassem sobre o assunto.

A vida não o deixava em paz. Tudo o que ele queria ao assumir a identidade de Thomas era viver uma vida tranquila. Por que isso era tão difícil? O homem deu um suspiro profundo. Não importava o que acontecesse, ele precisava encontrar uma solução. Do contrário, teria que levar Irene para longe de San Fetillo!

Edric não voltava para casa desde que brigou com Margaret. Não só isso, também não tinha ligado mais nenhuma vez para ela.

Foi tão insensível que a mãe ficou furiosa. Isso era típico de um homem que considerava a namorada mais importante do que a própria mãe. Edric costumava ser um ótimo filho até aquela megera da Irene entrar na vida dele. Margaret jurou nunca mais deixar aquela maldita entrar na casa dela outra vez, portanto concordou com a sugestão de Marie.

Ela não estava fazendo isso apenas por causa da licitação, mas também para deixar Irene chateada. Queria que a ex-nora soubesse que nunca poderia competir com ela.

O aniversário de Margaret era no dia seguinte. Todo ano, Edric ficava pessoalmente encarregado de preparar tudo para a data. Mas, dessa vez, ele não fez nada, como se tivesse se esquecido. A mulher ficou tão furiosa que ordenou a Loraine que ligasse para ele e o lembrasse de que era o aniversário da mãe.

Edric atendeu o celular e prometeu voltar no dia seguinte. Margaret ficou aliviada ao saber disso e convidou Lily para o jantar de aniversário. Além disso, também convidou algumas amigas íntimas.

Como ele iria voltar para casa para comemorar o aniversário da mãe, avisou a Irene com antecedência que não jantaria com ela.

A mulher não ficou nem um pouco interessada em saber que compromisso ele tinha. Edric planejava levá-la para o jantar, mas quando viu como ela parecia não se importar, decidiu engolir as próprias palavras.

Irene não era mais um capacho como antes, e Margaret também não era nenhuma santa.

Por mais que a mãe não fosse fazê-la passar vergonha na frente dos convidados, sem dúvida não a trataria bem. Se as duas começassem a brigar, seria difícil impedi-las. Assim, Edric decidiu que era melhor não apressar as coisas e esperar por uma oportunidade melhor.

Quando ele voltou para a casa da família Myers, os convidados já haviam chegado, e até Lily estava lá. Quando a viu, ele franziu um pouco a testa.

Pedia para se encontrar com a garota todos os dias, mas ela sempre o evitava, alegando estar ocupada. No entanto, agora estava ali para comemorar o aniversário de Margaret. As intenções dela eram tão óbvias que ele sentiu um pouco de nojo dela.

Quando Lily o viu, aproximou-se na mesma hora e disse: "O papai teve alta do hospital hoje."

Ela estava dando uma desculpa para explicar o motivo de poder ir ao aniversário de Margaret. Edric se sentiu um pouco melhor depois ao ouvir as palavras dela. Já que Steven havia recebido alta, a garota não tinha mais nenhuma razão para não se encontrar com o noivo. Ele tinha que deixar as coisas bem claras para ela e para Steven.

O jantar foi um bufê. Todos os convidados eram amigos íntimos de Margaret, tal que, quando viram Lily, ficaram radiantes. Quando o banquete começou, eles comeram com alegria. Como era o aniversário de Maragaret, Lily bebeu bastante vinho, até quase desmaiar.

Em seguida, Edric brindou a todos os convidados da mesa, e também bebeu bastante durante a refeição. Apesar de nenhum dos vinhos ter um teor alcoólico muito alto, ele estava começando a ficar com dor de cabeça mesmo assim. Após o jantar, a maioria dos convidados se despediu e foi embora.

Apenas Marie e Lily permaneceram na casa. Quando Margaret viu que o filho estava um pouco tonto, pediu-lhe que fosse descansar no quarto. Logo depois, piscou para Lily. O coração da garota estava batendo forte, e ela se sentia estranhamente animada. Essa era a oportunidade perfeita para ela. Pensando no que aconteceria mais tarde, não conseguiu evitar corar.

Edric cambaleou até o andar de cima e entrou no quarto. Margaret pediu que a empregada preparasse uma sopa para a ressaca dele, antes de sussurrar para Marie: "Esse remédio vai fazer algum mal a ele?"

"Não, é só um afrodisíaco. Você não disse que o seu filho não tem interesse por outras mulheres? Esse remédio com certeza vai mudar isso", murmurou Marie.

Loraine preparou a sopa para ressaca e entregou-a a Margaret, que a levou pessoalmente ao quarto do filho. Edric ouviu o barulho e abriu os olhos. Ela parou ao lado da cama dele e lhe entregou a sopa. "Filho, bebe isso aqui. Vai fazer você se sentir melhor."

Em silêncio, ele pegou a sopa e bebeu tudo de uma só vez. Vendo que Edric havia tomado toda a sopa, Margaret saiu do quarto com a tigela vazia e uma expressão satisfeita no rosto.

"Ele bebeu tudo?" Perguntou Marie, preocupada.

"Sim."

"Daqui a uns dez minutos, a Lily vai subir." Marie olhou para a garota, que corou e abaixou a cabeça. Margaret e Marie sentaram-se ao lado dela no sofá da sala de estar e deram-lhe alguns conselhos simples sobre o que fazer.

Enquanto conversavam alegremente, ouviram o barulho de um carro do lado de fora. Pouco depois, a porta se abriu, e o assistente executivo de Edric, John, entrou. Ele as cumprimentou com educação e declarou: "Vim aqui para pegar o Sr. Myers. Ele tem uma coisa importante para fazer mais tarde".

"O que ele teria pra fazer a essa hora?" Margaret conseguia perceber que as coisas estavam começando a dar errado; portanto, ela se levantou com pressa para deter John. "O Edric tá deitado na cama, bêbado. Deixa ele descansar sem nenhum incõmodo."

"Sinto muito, Sra. Myers. Ele precisa resolver um assunto urgente. Tenho que levar o Sr. Myers embora." O assistente não estava bancando o espertalhão nem sendo agressivo.

"Não vou permitir isso! O Edric tem que ficar aqui hoje à noite. Pode ir embora; se ele ficar bravo com você, eu assumo a responsabilidade." Margaret estava começando a ficar irritada.

"Sinto muito, Sra. Myers, mas não posso seguir as suas ordens. Sou o assistente do Sr. Myers e só dou ouvidos às ordens dele."

"Você não passa de um assistente contratado pelo Edric. Ou seja, é um empregado. Se eu tivesse que ser sincera, diria que é só um servo. Quem é você pra ignorar o que eu digo?" Margaret ficou frustrada quando viu que John não queria lhe obedecer.

O homem deu um leve sorriso e não se incomodou com o insulto dela. "Você está certa. Sou mesmo um servo contratado pelo Sr. Myers. No entanto, como um servo, sou leal apenas ao meu mestre. Já que a senhora não é ele, não vou seguir as suas ordens!"

Tendo dito isso, ele ignorou Margaret e foi em direção às escadas. Vendo que John ia subir até o quarto, a mulher ficou ansiosa e o segurou. "Essa é a minha casa. Eu permiti que você subisse?"

"Ele não precisa da sua permissão, porque tem a minha!" Disse uma voz fria vinda de cima. As pessoas no andar de baixo levantaram a cabeça. Edric tinha saído de dentro do quarto e estava olhando para eles do andar de cima.

"Edric, é tão raro você voltar pra casa. Não pode ficar aqui nem mesmo por uma noite?" Suplicou Margaret.

"Não!" Edric começou a descer as escadas, cambaleando um pouco. John de imediato subiu para lhe dar apoio. "Sr. Myers, você está bem?"

"Você veio na hora certa. Nada vai acontecer se você estiver por perto", agradeceu Edric.

Enquanto observavam o assistente ajudar Edric a descer as escadas, Margaret e Marie se entreolharam. Elas sabiam que o plano delas estava para falhar. Margaret ficou um pouco irritada, mas também apreensiva. "Filho, hoje é o meu aniversário. Você vai me deixar sozinha em casa?"

Edric se sentia como se houvesse um fogo queimando no peito dele. Em vez de responder à mãe, ele ordenou a John: "Vamos embora agora mesmo".

"Edric, você não pode me deixar sozinha!" Margaret viu que o rosto do filho estava vermelho, o que significava que o afrodisíaco estava tendo efeito. Se ela conseguisse fazê-lo ficar um pouco mais, talvez...

Edric deu um sorriso de escárnio para a mãe. "Eu preciso ir embora agora, e ninguém vai me impedir!"

John ajudou o chefe a atravessar a sala. Quando Edric viu que Lily estava corada, parou e disse: "Senhorita Cook, você não tem vergonha na cara?"

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