O marido misterioso romance Capítulo 138

Lily, que antes estava corada, ficou pálida como a cor da neve no mesmo instante. Edric olhou com desdém para a noiva e declarou: "Amanhã, vou pessoalmente até a casa da família Cook para contar ao sr. e a sra. Cook sobre o nosso relacionamento".

John continuou segurando o chefe, e eles foram até o carro, que estava lá fora. O assistente deu a partida enquanto Edric desabotoava os botões de cima da camisa e ordenava que John ligasse o ar-condicionado. Porém, nem isso diminuiu o calor no peito dele.

Quando o homem voltou para comemorar o aniversário da mãe, ele não pretendia passar a noite ali. Antes de ir à residência dos Myers, ele disse a John que o assistente deveria vir buscá-lo à noite. Entretanto, não era porque temia que Margaret tivesse segundas intenções, mas sim porque estava preocupado por ter deixado Irene sozinha em casa.

Ele não esperava que a mãe fosse executar um plano desses. Mais cedo, no jantar, ela o fez beber, apesar de saber que ele tinha gastrite. Era evidente que a mulher estava tramando algo.

Mas nada disso o preocupava, pois ele sabia que John viria buscá-lo. Sendo assim, fez exatamente como Margaret queria. Assim que bebeu a sopa para ressaca que ela lhe havia trazido, o peito dele começou a ficar muito quente. Por instinto, ele sabia que algo estava errado.

Portanto, levantou-se da cama e saiu do quarto, que foi o momento em que viu a mãe tentando impedir John de subir as escadas, bem como Lily sentada no sofá. Foi aí que ele entendeu qual era o plano de Margaret. A essa altura, até mesmo um idiota teria entendido.

Isso o deixou bastante desapontado. Acima de tudo, ele sentiu ainda mais nojo de Lily. Ela mesma disse que tinha sido forçada a ser barriga de aluguel para ajudar os pais a compensarem Irene pelo que fizeram. Até mesmo alegou que tinha feito tudo pela felicidade da meia-irmã! Então por que estava seguindo o plano de Margaret agora?!

Ela sabia muito bem que ele amava Irene, mas estava disposta a fazer uma coisa tão desprezível. Isso dizia muito sobre ela.

O carro logo parou em frente a Chandelle Valley, e John foi rapidamente ajudar o chefe a entrar na mansão. Irene ouviu o barulho e saiu do quarto. Quando viu como o rosto de Edric estava vermelho, ela ficou chocada e perguntou: "O que aconteceu?"

"O sr. Myers vai explicar para você. Peço licença!" Disse John antes de se retirar.

Irene colocou a mão no rosto de Edric. "Você bebeu muito?"

"Irene, como eu tô com saudades de você!" Edric abraçou a fina cintura dela e a puxou para perto. Em seguida, beijou com força os lábios da mulher e começou a arrancar as roupas dela.

Como a boca de Irene estava coberta, ela não conseguiu dizer nada. Até tentou empurrá-lo para longe, mas o homem era muito maior, o que significava que os esforços dela eram em vão. Ele logo terminou de tirar as roupas dela e a empurrou para o sofá.

Então, colocou as mãos nos seios da mulher; não havia como escapar do desejo dele naquela noite.

Depois que John levou Edric embora, Lily continuou sentada no sofá, pálida como nunca. Não só o plano delas tinha falhado, como ela também tinha passado vergonha.

Antes de Edric ir embora, o tom de zombaria e o olhar de desprezo dele lhe causaram calafrios. A imagem de "garota boazinha" que ela construiu com ele ao longo dos anos foi destruída em uma única noite. Já era! Ela começou a sentir um grande desespero, e estava sentindo vergonha demais para ficar lá. Portanto, saiu correndo da mansão da família Myers sem dizer uma única palavra.

"Lily!" Chamou Marie. Ela estava preocupada, então a seguiu e a deteve do lado de fora da mansão. "Não desiste. Ainda não é o fim."

"É tudo culpa sua!" Gritou a garota, encarando Marie. "Se você não tivesse tido uma ideia tão horrível assim, eu não teria precisado me rebaixar a isso! Você não faz ideia de como te odeio!"

"Eu..." Marie estava sem palavras.

"Vai embora! Você não consegue fazer nada direito!" Como a imagem dela de garota comportada já havia sido arruinada, ela não queria mais se dar o trabalho de fingir ser gentil e boazinha. F*da-se agir como uma dama! Ela empurrou Marie para o lado, entrou no carro e foi embora de lá.

Enquanto isso, Deborah estava em casa, muito esperançosa por boas notícias. De repente, recebeu uma ligação de Marie: "O plano deu errado. O Edric percebeu tudo, e a Lily ficou furiosa. Acho melhor você confortar ela e garantir que ela não faça nenhuma idiotice."

Essas palavras destruíram na mesma hora todas as esperanças de Deborah. Depois de desligar a ligação, ela ligou para a filha, mas ninguém atendeu. Será que algo havia acontecido com ela?

O coração da mulher disparou. Ela não conseguia ficar em casa nessa situação por temer que algo ruim pudesse acontecer com a filha, então saiu o mais rápido possível. Na rua da casa da família Cook, Deborah olhou em volta e ficou chamando o nome de Lily.

Contudo, ninguém respondeu. Ela se sentia muito ansiosa. Será que alguma coisa iria acontecer com Lily?

Enquanto lidava com a ansiedade, viu o carro de Lily aparecer ao longe, e foi só aí que se sentiu mais calma. Com uma expressão sombria no rosto, a garota estacionou o carro e entrou na mansão. Ela não parou na sala; subiu direto para o quarto.

Poucos minutos depois, Deborah entrou com pressa e subiu as escadas. Maisy parou na porta do quarto dela e ficou observando aquela cena. Era raro ver Deborah e Lily perderem a calma. O que tinha acontecido?

Deborah abriu a porta do quarto da filha e perguntou: "Lily, você tá bem?"

"Como eu poderia estar?" A garota se levantou de um salto e começou a gritar com a mãe: "O Edric disse que amanhã ele vai vir aqui pra esclarecer as coisas pra você e pro papai. Sabe o que isso significa?"

"Lily! Por favor, fala mais baixo. O seu pai acabou de dormir. Não acorda ele!"

"Falar mais baixo pra quê? Não tem mais nenhuma esperança pra mim e pro Edric mesmo! Nesse caso, por que eu deveria continuar me preocupando com a minha imagem? A partir de agora, não preciso mais ficar fingindo. Quero voltar a ser eu mesma!"

Lily estava berrando a plenos pulmões. Isso deixou Deborah tão nervosa que ela começou a bater o pé no chão. Ansiosa, ela se aproximou, cobriu a boca da filha e avisou-a: "Você não sabe que só vai causar mais problemas pra gente se fizer isso?"

"Sim, eu sei!" Lily tirou a mão da mãe de cima da boca dela e continuou: "Já que não posso ficar com o Edric, não preciso mais fingir que sou fraca e gentil. Já tô farta disso!"

Deborah também estava com raiva. "Eu te disse há muito tempo que você deveria ter desistido do Edric Myers. Tem tantos homens bons no mundo, mas você insistiu em se agarrar a ele. Bem feito pra você!"

"Bem feito?! Tudo isso foi por sua causa! Foi você quem disse que me ajudaria a ficar com ele. Foi você quem teve a ideia de eu ser uma barriga de aluguel. Foi você quem me falou pra seduzir ele hoje à noite. Agora, o Edric sabe de tudo. O nosso relacionamento já era, e foi tudo porque você acreditou na Marie! É tudo culpa sua!"

Ela se lembrou de novo das palavras e do olhar de Edric; conseguia sentir o coração latejando de dor.

"Sua menina sem coração. Te criei só pra ficar ouvindo você reclamar de mim todos os dias? Como tem coragem de ser tão egoísta? Se não fosse por mim, você não teria conseguido nem chegar perto dele!" Quanto mais Lily a culpava, mais irritada Deborah ficava.

"Nunca quis que você me tivesse! Por que você não podia ter uma vida normal? Por que acabou se tornando uma amante? Eu tenho tanta vergonha que nunca conseguiria viver com orgulho. Sempre me sinto insegura e inferior aos outros. A culpa é toda sua por eu sempre acabar nesse estado ridículo!" A voz de Lily ficava cada vez mais aguda.

"Sua p*ta, não consegue viver sem um macho?" Furiosa, Deborah deu um tapa no rosto da filha.

"Eu não quero mais continuar vivendo!" Lily se sentou no chão depois de levar o tapa. "Eu quero morrer bem na sua frente!"

"Se você quer tanto assim, vai morrer no Cat Alley pra não sujar essa casa!" Sibilou Deborah.

As palavras "Cat Alley" trouxeram memórias a Lily, e a garota de repente ficou em silêncio. A mãe olhou com frieza para ela. "Você já se esqueceu das dificuldades que a gente passou só porque estamos tendo uma vida boa aqui? Se quiser voltar pro Cat Alley, não vou te impedir. Agora, sai daqui!"

Lily ficou sem palavras por um instante, e Deborah deu um peteleco na cabeça dela. "Não fica se achando. Se não fosse por mim, você pensa que seria capaz de ter uma vida tão confortável? Como ousa me atacar dizendo que não passo de uma amante? Se não fosse por mim, você passaria o resto da sua vida morando no Cat Alley e comendo lixo! Sua vadia ingrata!"

Lily ainda conseguia se lembrar muito bem dos dias que passou em Cat Alley, como se fosse ontem. Elas moravam em uma casa úmida e cheia de mofo, usavam roupas remendadas e comiam coisas que mal podiam ser chamadas de comida. Nas raras ocasiões em que elas podiam comer carne, a garota ficava nas nuvens.

Mas agora, estava morando em uma mansão, dirigindo um carro chique e hospedando-se em hotéis de luxo. Todos os amigos dela eram da elite. Comparar as duas coisas era como comparar o céu e o inferno.

Vendo que a filha não iria falar nada, Deborah continuou a repreendê-la: "Você achou mesmo que era uma herdeira rica? Vagabunda, se olha no espelho. Como se atreve a levantar a voz pra mim? Cansou de viver? Tá achando que essa casa é minha? Ela pertence àquele homem lá embaixo! Se ele te ver desse jeito, pode esquecer de ter uma vida boa. Você sabe muito bem que ele sempre vai ficar do lado da Irene, e que você não é nada comparada a ela!"

"Me... Me desculpa!" Lily enfim voltou a si. O que ela estava fazendo? Depois de ter um acesso de raiva, até chamou a mãe de amante enquanto o pai estava dormindo no outro quarto.

Nessa família, o único que tinha direito de falar era Steven. Embora ela e Deborah tivessem sido o centro das atenções do público por tantos anos, ela entendia a posição das duas nessa casa. Irene podia perder a paciência e zombar de Steven, mas Lily não tinha esse direito.

Desde o primeiro dia em que ela chegou na mansão, Steven sempre foi muito distante dela. Ele nunca havia demonstrado o tipo de amor paternal que deveria ter por uma filha.

Às vezes, ela até achava que Steven tinha nojo dela; por isso, muitas vezes sentia-se bastante nervosa quando estava perto dele. Deborah havia avisado a filha várias vezes para fingir ser dócil, gentil e educada na frente do homem, para não irritá-lo.

Ela havia seguido essa regra religiosamente e, um dia, Steven começou a prestar mais atenção nela. Se a garota voltasse mesmo a ser quem era antes, será que ele sequer olharia para ela de novo? No fundo, Lily sabia a resposta para essa pergunta.

Deborah falou com mais calma: "Aquele homem lá embaixo não é um homem comum. Ele é uma pessoa cruel! Se ele ignorou a preciosa filha dele por tantos anos, imagina você, o fruto de um caso! A gente precisa sempre agir do melhor jeito possível pra agradar ele. É por isso que te entreguei de bom grado à Margaret, na esperança de que você pudesse assumir o controle da sua própria vida, em vez de se deixar usar por outros homens. Não é patético acabar se perdendo em uma vida dessas? Mesmo se você conseguir se casar com o Edric, se não tiver a mentalidade certa, vai ser expulsa daquela casa de um jeito ou de outro. É melhor você mesma pensar bem nisso!"

Tendo dito o que queria, Deborah voltou para o quarto. Steven ainda estava lendo na cama. Quando ele a viu entrar, perguntou com tranquilidade: "O que aconteceu? Que barulheira é essa?"

"A Lily bebeu um pouco de vinho e tava de mau humor, então ela acabou ficando um pouco fora de si", respondeu a mulher.

"Um pouco fora de si?" Ele largou o livro que estava segurando e olhou um pouco irritado para a esposa. "Você não educou essa menina? Ela não sabe que horas são agora? Ou será que vocês duas só vão se comportar quando eu for embora?"

"Steven, fica calmo. Por favor, deixa eu explicar. A Lily bebeu na festa de aniversário da Margaret, e não em um bar ou algo do tipo", respondeu Deborah.

"Na festa de aniversário da Margaret? Vocês sabem mesmo como me fazer passar vergonha, hein?" Steven deu um sorriso de deboche. Ela ficou um pouco assustada com a expressão dele, então se segurou e explicou: "A Margaret ligou ela mesma pra convidar a Lily. É difícil dizer não pra ela".

"Difícil? Você acha que eu tenho três anos?" O homem encarava a esposa. "Antes, quando vocês duas faziam m*rda, alguém limpava a bagunça de vocês. Agora que tudo acabou, o que você precisa fazer como mãe é ensinar a Lily a parar de agir com base nesses pensamentos infantis dela."

"Eu sei. A Lily costuma ser muito sensata e obediente, mas dessa vez foi uma exceção porque ela bebeu demais e gosta do Edric. Mas acabei de dar um sermão nela por isso." Deborah abaixou um pouco a cabeça.

"Ela ainda gosta do Edric? Ele não deixou bastante claro o que quer quando apareceu na TV?" Perguntou Steven com desdém. "É melhor você avisar a Lily que ela não deveria correr atrás do que não pode ter. Se aquela menina continuar agindo assim, não vou ter culpa se ficar bravo!"

Deborah assentiu com obediência. A atitude recatada da mulher fez com que o homem se acalmasse. As coisas voltaram ao estado de antes, e ela se deitou ao lado de Steven. Enquanto ouvia a respiração calma dele, ela deu um sorriso sinistro.

"Um pequeno vazamento pode afundar até um grande navio. Steven, você é só um peão que eu vou usar pra atingir o meu objetivo. Um dia vou retribuir toda essa humilhação pela qual você me faz passar! Te juro!"

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