O marido misterioso romance Capítulo 142

Era evidente que Irene pretendia insinuar que a outra mulher era apenas uma das 'clientes' de Edric. Ao ouvir isso, Rowane corou. "Irene, toma cuidado pra não passar dos limites!"

"Eu não acho que tô passando de limite nenhum!" Irene deu de ombros e fingiu olhar com inocência para ela.

"Quero que você saiba que eu e ele somos só amigos. Você não pode acusar a gente de nada!" Bradou Rowane.

"Se vocês dois são mesmo amigos ou não, isso não tem nada a ver comigo. Não tô interessada. Se você não quer passar vergonha, então não usa o Edric como desculpa pra me procurar. Odeio gente intrometida. Pelo que sei, você não é ninguém pra ele, então, por favor, não mete o nariz onde não é chamada."

"Você... Você acha que eu quero olhar pra essa sua cara por motivo nenhum? Se você não tivesse machucado tanto o Edric, eu nem sonharia em fazer isso", cuspiu Rowane.

"Eu machuquei ele?" Irene se divertiu com as palavras da jovem. Era óbvio que Rowane não sabia do que estava falando. "Eu não daria a mínima se você roubasse o Edric de mim ou machucasse ele. É claro, se você fosse capaz de fazer isso."

"Como você é sem-vergonha. Parece estar muito orgulhosa de si mesma. Irene Nelson, eu sei exatamente que tipo de pessoa você é. Espero que saiba o que é bom pra você e largue o Edric o quanto antes. Senão, não vai poder me culpar por te fazer passar vergonha depois", ameaçou Rowane.

"Me fazer passar vergonha? Senhorita Wood, eu fico curiosa de verdade pensando no que você tem pra dizer sobre mim." Irene sorriu com escárnio, os olhos brilhavam de desprezo.

"Você não deveria saber o que fez? Roubou o namorado da Lily, fez ela sofrer um aborto espontâneo, manchou a reputação dela..."

Rowane falou de uma vez tudo o que Irene supostamente havia feito. "Você é a mulher mais cruel e desalmada que já vi, além de ser a pessoa mais pretensiosa que conheço. Um dia, vou mostrar pra todo mundo como você é hipócrita e vou te humilhar."

Irene caiu na gargalhada. Ficou imaginando o que a meia-irmã tinha dado a Rowane para que a garota a defendesse.

"Srta. Wood, você tá brava porque o Edric é todinho meu, ou é porque quer justiça pela Lily?" perguntou Irene.

Rowane estava tão atordoada pela forma como a outra mulher agia que ficou sem palavras por um instante. No começo, havia planejado ser educada com Irene. Mas o desdém e o desprezo eram tão evidentes no olhar da mulher, que as coisas não estavam acontecendo desse jeito.

"De verdade, você não precisa ficar com raiva de mim, srta. Wood. Já que ainda é tão jovem e charmosa, tenho certeza de que, se você se esforçar um pouquinho mais, o Edric vai começar a pensar em você!" Riu Irene.

"Não sou tão desavergonhada quanto você! Só não consigo suportar te ver roubando o noivo de outra pessoa. Se você gostasse dele, tudo bem, mas só tá usando ele pra se vingar. Seus valores são deturpados, e você não quer ver mais ninguém feliz!"

Rowane ficou tão indignada que não conseguia mais medir suas palavras. "Você tá insinuando que eu sou a amante secreta do Edric, né? Mas você não é uma amante também? O que te dá o direito de falar de mim desse jeito? Tá achando que é melhor do que eu?"

Irene não conseguia entender o que havia de errado com as pessoas hoje em dia. Parecia que quase ninguém tinha bom senso. Por que uma amante se achava no direito de repreender outra amante?

"Eu nunca disse que era uma pessoa melhor do que você, srta. Wood, então não tenta se fazer de boazinha. Vi um monte de coisas nojentas nos últimos tempos, mas nunca vi uma amante como você querendo justiça por outra amante. Olha, você mudou mesmo a forma como eu te vejo. Mas, antes de fazer o que você quer, acho que precisa se olhar bem no espelho pra ver se é capaz disso primeiro. Você devia ter usado o seu tempo pra achar um jeito de seduzir o Edric em vez de procurar por mim!" Irene revirou os olhos para a outra mulher.

"Sua..." O corpo de Rowane estava tremendo de tanta raiva. As palavras de Irene eram tão cruéis que foram como uma facada no coração dela!

"Só porque Edric é obcecado por você, isso não te dá o direito de fazer o que quer. Deus tá vendo tudo o que você faz. Tenho certeza de que nunca vai ter paz na sua vida." Rowane estava tão furiosa que ofegava.

"Pois é, Deus tá vendo tudo o que a gente faz! Srta. Wood, vou te dar um conselho: eu não quero saber o quanto o Edric tá te mimando, mas você não tem o direito de me acusar de nada. Dessa vez, vou deixar passar. Mas, da próxima vez, se você me confrontar com essa ousadia de novo, não me culpe se eu meter a mão na sua cara!" Rosnou Irene.

"Como você pode ser tão arrogante?!" Rowane pensou. Mesmo depois que Irene tinha ido embora, ela continuou parada no mesmo lugar, tremendo de ódio. "Como essa mulher consegue ser tão sem-vergonha? Como que alguém tem coragem de se comportar assim?"

Enquanto isso, Irene também estava furiosa. "Quem diabos deu pra Rowane a coragem de me desafiar?" No momento, ela se recusava a acreditar que Edric e aquela mulher fossem somente amigos.

Antes de Irene se divorciar dele, Lily aparecia na casa da família Myers todos os dias só para irritá-la. Agora, era Rowane que estava tentando abusar da paciência dela. Irene queria saber se algum dia conseguiria ter uma vida normal e pacífica.

Felizmente, ela não pretendia continuar se relacionando com Edric. Caso contrário, esse ciclo se repetiria para sempre.

Quando o homem voltou à noite, ele parecia estar de bom humor. Depois do jantar, os dois saíram para dar um passeio. Mais uma vez, eles conversaram sobre Eden. Edric comentou que havia contatado um especialista de um laboratório, e que faria os preparativos para Eden ser enviado a San Fetillo, para que fosse mais fácil cuidar dele.

O único problema era que Lily ainda estava em cena, e agora havia um novo problema com o qual se preocupar: Rowane. Se Irene decidisse acreditar nas palavras de Edric, isso faria dela uma trouxa de marca maior. Ela sentiu um pouco de nojo ao pensar em como o homem estava fingindo sentir afeto por ela, por isso continuou a recusar as propostas dele.

Vendo que a mulher não estava muito animada com a ideia, Edric propôs que eles viajassem para ver a criança. Irene não recusou essa sugestão, pois ele falou que a viagem só tomaria alguns dias. Além disso, ela só precisava de mais dez dias para saber se teria um filho. Portanto, decidiu que faria uma escolha após saber o resultado do teste de gravidez.

À noite, Rowane, que ainda estava furiosa, se encontrou com Marie e reclamou sobre a discussão que teve com Irene. A mulher ficou um pouco surpresa, pois a intenção dela por trás das visitas constantes era fazer com que Rowane não gostasse de Irene. Isso facilitaria que ela realizasse os próprios planos no futuro. No entanto, não esperava que a jovem fosse tomar a iniciativa de se encontrar com Irene por conta própria. Apesar de ter sido arriscado, Marie ficou aliviada pelas coisas não terem corrido bem. Se as duas tivessem botado as cartas na mesa, todos os esforços da mulher teriam sido em vão.

Vendo o quanto Rowane estava irritada, Marie sabia que essa era sua chance, portanto a consolou: "Fica calma, agora que a gente sabe como ela é de verdade, não vamos ser enganadas por ela com tanta facilidade".

"Ela é tão arrogante! Por que a Margaret demorou tanto pra fazer ela largar o Edric?" Rowane ainda se sentia irritada quando pensava nisso.

"Você não acha que ela tentou? A Margaret fez de tudo, mas eu não sei que truques a Irene usou. O Edric se recusava a dar ouvidos à mãe. No momento, a relação entre os dois não tá muito boa. Quando paro pra pensar nisso, vejo como é uma pena."

"Você vai deixar ela continuar fazendo essas coisas?" perguntou Rowane.

"O Edric ainda acredita em tudo o que ela diz, então não temos muita escolha." Marie deu de ombros.

"Sim, a única razão pela qual o Edric acredita nela é por causa da arrogância dela. Ele não devia estar caindo nessa, já que costuma ser tão inteligente. Como que ele se deixou enganar com tanta facilidade?" Rowane coçou a testa.

"O Edric sempre foi bonzinho, e a Irene usou essa bondade contra ele. O homem já tem trinta anos... Vai saber quanto tempo ele ainda tem pra se casar. A Margaret chora todos os dias porque não tem um neto, mas eu acho que ela não vai ter o prazer de ser uma avó nessa vida." Marie deu um longo suspiro.

Rowane sabia muito bem como Edric era gentil. Depois de ouvir o que a mãe disse, ela pensou em como a situação de Margaret também era terrível. "Sinto tanta pena da Margaret!"

"Eu também. Fiquei de coração partido quando vi ela chorar hoje, e isso acabou com o meu dia. Pensa bem, a situação da Margaret também é muito triste. Ver como ela tá sofrendo nessa história me faz pensar que eu, como amiga, deveria fazer alguma coisa por ela. É por isso que ela veio me procurar hoje", disse Marie.

"O que ela queria de você, mãe?"

"Me pediu pra ver se você poderia ajudar", respondeu a mulher.

"Mãe, você não disse que a gente não podia contar pra ela que somos parentes?" Gritou Rowane.

"Não, eu não contei pra ela sobre a gente. É só que ela percebeu que você sempre tá com o Edric, então queria que você tivesse o filho dele. Até falou que te pagaria por isso." Marie queria ver o que a jovem pensava sobre o homem.

"Não, eu me recuso!" Rowane balançou a cabeça. Era verdade que sentia algo por Edric, mas ele não sentia nada por ela. Os dois mal eram amigos, então como ela poderia carregar o filho dele?

"Mãe, você precisa saber que o Edric não demonstra o menor interesse por mim. Talvez tenha ouvido falar que tem alguma coisa acontecendo entre a gente, mas são só boatos. O Edric me vê apenas como uma amiga comum, então essa ideia nunca funcionaria."

"Jura?" Marie refletiu por um momento. "Seja sincera, você gosta dele?"

"Eu... É claro que gosto dele", admitiu Rowane, com um pouco de timidez.

"Já que gosta dele, por que não carrega o filho dele? Posso fazer isso acontecer pra você." Marie continuou a plantar essa ideia na cabeça da garota.

"Mãe, a questão não é se eu preciso da sua ajuda ou não. Ainda que eu goste do Edric, não vou recorrer a um método tão absurdo. Me recuso a fazer algo que vai contra as minhas crenças e os meus princípios!" Rowane estava decidida.

Marie segurou a mão dela e a elogiou: "A minha filha é mesmo a melhor; eu sabia que você não me decepcionaria, então recusei a proposta da Margaret e sugeri que ela pedisse pra Lily. Afinal, a Lily já engravidou dele antes, e ama ele há tantos anos. Provavelmente é a melhor candidata".

"Mas você não disse que o Edric não queria tocar nela? Como os dois vão ter um filho juntos?" perguntou Rowane.

"A Margaret acha que, se eles tiverem um filho, o Edric com certeza vai largar a Irene. Mas é claro que as coisas não são tão simples assim! A Irene tá de olho nele, então não tem a menor chance de o Edric e a Lily se encontrarem sozinhos!" Suspirou Marie. "É por isso que vim pedir a sua ajuda."

"O que eu posso fazer nessa situação?" Rowane estava um tanto perplexa.

"Já que o Edric confia em você, queria que você chamasse ele pra beber. Quando o homem estiver bêbado, a gente faz ele dormir com a Lily", propôs Marie.

"Hmm..." Rowane hesitou. Era verdade que Edric confiava nela, mas não era errado fazer algo do tipo? E se ele se recusasse a perdoá-la depois?

"Eu sei que isso é pedir muito de você, mas não conseguimos encontrar uma pessoa melhor pra fazer isso." Marie percebeu a hesitação da jovem. "Já que você sabe tanto da história, não vou esconder o resto dela. Não é que a gente quer forçar o Edric a ter um relacionamento com a Lily, mas sim que a gente quer  que ele acredite que dormiu com a Lily sem querer."

"O quê? Não entendi. Você quer que ele pense que dormiu sem querer com a Lily e engravidou ela?" Rowane estava confusa.

"A Lily não usou o sêmen dele pra fazer a inseminação artificial da última vez? Ela ainda tem um pouco congelado. A Margaret quer que o Edric pense que ele dormiu com a Lily, aí a gente vai engravidar ela por inseminação artificial. Assim, ele vai escolher ficar com ela pelo bem da criança."

Depois de ouvir o plano inteiro, Rowane ainda não estava convencida de que era a coisa certa a se fazer. Sabendo que precisavam da garota do lado delas, Marie continuou a persuadi-la: "Isso seria bom pro Edric, já que ele não consegue sair da situação. Ele com certeza tá confuso. Dá pra ver que a única coisa que tá clara pro homem no momento é o quanto ele é obcecado pela Irene. Rowane, você precisa pensar bem nisso. Consegue suportar ver o Edric tendo uma vida tão patética com a Irene pra sempre?"

Depois de ficar em silêncio por um momento, a mulher acrescentou: "Você tá preocupada que ele vai ficar bravo com você? Não se preocupa, depois que tudo isso acabar, vou te mandar pro exterior pra você estudar. Quando você voltar daqui a uns quatro anos, o Edric e a Lily vão estar casados e ter filhos. Então, tenho certeza de que ele vai entender que você fez o que era necessário, e vai te agradecer por tudo".

Rowane hesitou por um momento, mas por fim assentiu. "Vou tentar chamar ele pra sair, mas não posso garantir que ele vai concordar."

Marie bateu palmas. "Se você fizer tudo o que eu te disser, não tenho dúvida de que as coisas vão acontecer conforme o planejado!"

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