O marido misterioso romance Capítulo 139

Ao amanhecer, Edric acordou após um sono profundo. Olhando para Irene, que ainda dormia ao lado dele, ele a abraçou, ansioso, e lhe deu um beijo na testa. "Irene, sinto muito!"

Na noite anterior, ele sabia que tinha agido feito um louco, mas não conseguiu se controlar. No carro, ele estava fazendo o melhor que podia para manter o sentimento sob controle com pura força de vontade. Mas, no instante em que voltou para casa e viu Irene, todo esse autocontrole se foi; precisava tê-la naquele exato momento.

Ele fez amor com ela ferozmente no sofá. Isso foi o suficiente para acalmar um pouco o fogo dentro dele. Em seguida, o homem abraçou Irene e pediu perdão. Apesar dos socos e chutes dela, ele a levou de volta para o quarto. A intenção era só dar um banho na mulher, mas em poucos minutos o desejo começou a arder dentro dele de novo. Portanto, ele acabou fazendo amor com ela mais uma vez.

Por mais que ouvisse Irene implorando por misericórdia, não conseguiu se conter.

O corpo dela estava cheio de marcas por causa da noite anterior, e Edric tocou delicadamente o pescoço nu da mulher. O olhar dele estava sombrio como jamais esteve. Margaret havia usado o aniversário como desculpa para encurralá-lo. Será que a mãe estava tentando fazê-lo cortar laços com ela?

Ele nunca foi um filho rebelde e desprezava aqueles que o eram. Sempre acreditou que uma pessoa que não era gentil com os próprios pais não deveria ser tratada como um ser humano.

Ele sabia o quanto Margaret havia dado duro para criá-lo e, por isso, sempre permitiu que a mãe fizesse tudo o que queria. Mas, agora que descobriu do que ela era capaz, Edric estava desapontado além da conta.

Como ela pôde fazer algo tão imoral? Ele era leal a ela, mas tudo tinha limites. A mulher havia ido longe demais dessa vez, e ele com certeza não iria deixar barato.

Claro, também não podia se esquecer Lily. Ele sempre pensou que a garota era gentil, mas teve uma impressão bastante diferente na noite anterior. Ela havia dito que queria que ele e Irene ficassem juntos, mas, pelas costas dele, tinha conspirado com Margaret para executar um plano desprezível como aquele.

Não importava que razões ou desculpas Lily tivesse, ela sabia muito bem que a mulher que Edric amava era Irene. Apesar de saber que ele nunca a trairia, ela tentou conspirar contra ele mesmo assim. Isso era o suficiente para mostrar como a garota era uma pessoa horrível.

Pensando em como ele se sentia culpado por ela, Edric percebeu o quanto havia sido ingênuo. Felizmente, tinha ficado de olho nela. Caso contrário, ele e Irene estariam em verdadeiros apuros.

Irene se mexeu nos braços dele e abriu os olhos. "Irene, você acordou!" Os olhos de Edric brilhavam de culpa.

A mulher sentia dores por todo o corpo. "Edric, você tava maluco na noite passada?"

"Eu sinto muitíssimo!" Desculpou-se ele.

Irene estava prestes a repreendê-lo, mas percebeu as cicatrizes na pele dele. Na noite anterior, o homem parecia um lobo faminto. Ela sentiu tanta dor que não parava de ofegar. Naturalmente, o primeiro instinto dela foi resistir, daí os arranhões no corpo e no rosto de Edric. Ao ver os machucados que fez nele, ela conteve a própria raiva. "O que aconteceu ontem à noite?"

Ele suspirou: "Eu bebi demais. Sinto muito mesmo!" Por mais que Margaret tivesse causado aquilo, ele não queria que Irene soubesse, para que ela não desprezasse a ex-sogra ainda mais.

Ele enfim entendeu por que ela se recusou a lhe contar sobre o parentesco dela com Steven. A mulher tinha vergonha de ter um pai como aquele homem, então preferia esconder os fatos a ser honesta.

Era verdade que Edric havia bebido muito na noite anterior, então ele não estava lúcido. Embora Irene estivesse confusa sobre o motivo de ele ter bebido tanto, não esperaria que Margaret tivesse feito uma coisa daquelas com o próprio filho. Por conta disso, ela não duvidou nem um pouco da resposta dele. "Você deveria beber menos no futuro, já que tem gastrite."

A preocupação dela fez os olhos de Edric se encherem de lágrimas. Ele a abraçou com força e disse: "Não se preocupa. Não vou beber tanto da próxima vez".

"Edric, por favor, toma mais cuidado. Tá me machucando." Ele fez tanta força que Irene gemeu.

"Me desculpa! Eu só tô muito emocionado!" O homem logo a soltou e abaixou a cabeça para beijá-la. "Você tá com fome? Vou fazer o café da manhã pra você."

"Não precisa, deixa que eu faço", disse Irene, levantando-se. Edric achou que tivesse ouvido errado. Ele encarou a mulher, que olhou feio para ele e perguntou: "Tá olhando o quê? É tão surpreendente assim eu fazer o café da manhã?"

"Não tô surpreso, só comovido!" Desde que Irene se mudou para lá, essa era a primeira vez que ela se oferecia para fazer o café da manhã. No passado, sempre dava desculpas e dizia que se esquecia das receitas. Agora que ela estava disposta a fazer o café da manhã para ele, isso significava que a mulher havia deixado o passado para trás e queria aceitá-lo de novo?

Steven tinha acabado de voltar do exercício matinal. Quando abriu a porta, viu Lily sentada no sofá da sala. Ao vê-lo entrar em casa, ela sorriu e disse: "Bom dia, pai!"

Ele apenas acenou com a cabeça e se sentou ao lado da filha. Ela se desculpou: "Pai, eu sinto muito! Bebi demais na noite passada, e juro que não vai acontecer de novo!"

"Você tá falando sério?" Perguntou Steven, sem a menor emoção no olhar.

"Eu sei que errei", respondeu Lily. "Pai, eu perdi a cabeça por um momento. Por favor, me perdoa!"

O homem não lhe deu uma resposta, então ela continuou: "Pai, a Irene não volta pra casa faz muito tempo. Eu sinto tanto a falta dela. Posso pedir pra Maisy comprar as coisas preferidas da Irene, aí a gente convida ela e o Edric pra jantar aqui?"

Steven olhou para Lily quando a ouviu mencionar Edric. Vendo a expressão neutra da filha, ele fez que sim. Isso significava que o pai tinha concordado. Deborah tinha razão; ele não tinha lugar para ninguém além de Irene no coração dele. Nem mesmo Lily significava alguma coisa para o homem. Ela sentiu um ódio intenso nesse momento, mas não se permitiu demonstrá-lo. "Vou ligar pra ela agora mesmo!"

Quando pegou o celular e estava prestes a ligar para a meia-irmã, Steven a interrompeu. "Esquece, a Irene não vai te dar ouvidos. Deixa que eu ligo pra ela!"

Edric foi para o escritório depois do café da manhã, e John ficou muito surpreso ao vê-lo. "Por que o senhor não está em casa descansando?"

"A licitação vai ser logo, logo. Isso me deixa preocupado", respondeu o chefe.

"Os documentos estão todos em ordem, mas tem alguns problemas com os projetos. O senhor não pode ajudar com a planta, então não tem motivo para vir aqui. Se bem que eu acabei de receber uma mensagem..." John parou de falar quando viu os machucados no rosto de Edric. Ele ficou em silêncio por um instante e perguntou com uma certa hesitação: "Foi a srta. Irene fez isso com o senhor?"

"Foi. Qual é a mensagem?" Perguntou o chefe.

Vendo que Edric não estava infeliz, o assistente ficou aliviado. "É sobre o sr. Cook. Ele parece ter se deparado com alguns problemas."

"Você tá falando sobre a suspensão?" perguntou o chefe.

"Não. Tem algo a ver com o Tobias, o presidente do Grupo Tobias."

Ao ouvir isso, Edric franziu a testa. Devia ser algo sério se Tobias estava envolvido. Será que dessa vez Steven estava em maus lençóis?

Ele estava pensativo quando de repente o celular começou a tocar. Era Steven, que estava ligando para convidar Irene e ele para fazerem uma refeição na casa da família Cook. Ele tinha um assunto sobre o qual gostaria de conversar com os dois. Edric concordou de imediato, visto que queria falar com Steven sobre o fim do relacionamento entre ele e Lily.

Depois de conversar com Edric, Steven ligou para Irene. O tom dela era frio. "Sr. Cook, você já se recuperou da sua 'doença'?"

Ele ignorou o sarcasmo da filha e disse: "Irene, vem aqui casa com o Edric hoje à noite pra gente jantar junto".

"O senhor não se sente desconfortável quando vê o Edric?" Perguntou Irene.

Steven deu uma risada seca. "É uma coisa boa que você e o Edric tenham voltado um com o outro. Eu sempre quis que você tivesse uma vida boa! O erro que cometi no passado também foi pro seu próprio bem. Nunca quis te machucar!"

"Chega! Não quero mais falar sobre isso", interrompeu-o Irene. Ela sentia nojo quando ouvia o pai fazendo tais afirmações, como se ele quisesse de verdade que a filha fosse feliz.

"Sr. Cook, você é um político. Você deve ser muito generoso e bondoso. Mas a sua amante e a sua filha ilegítima são só pessoas normais. Tem certeza de que as duas não se importariam?" retrucou Irene.

"Elas sabem o lugar delas", respondeu o homem.

Ela não acreditava nem um pouco nisso. Desde que o pai fingiu estar doente, Irene tinha perdido qualquer resquício de confiança que tinha nele. A intuição dela lhe dizia que nada de bom aconteceria se ela e Edric aceitassem o convite de Steven.

No entanto, não importava qual era o plano do homem, pois Irene não queria saber. Como se estivesse assistindo a uma novela, ela viu o pai e a família dele continuarem a vida deles. Talvez outras pessoas se envolvessem emocionalmente quando os vissem vivendo sob o mesmo teto, mas ela não. Steven poderia tentar o que quisesse, mas nunca conseguiria o que queria.

Às seis da tarde, Edric e Irene chegaram à casa família Cook. Assim que ouviram o carro estacionando, Maisy saiu primeiro, seguida por Steven, Deborah e Lily.

Como Irene esperava, todos estavam sorrindo. Ela fez questão de encarar a madrasta e a meia-irmã por um momento. Por dentro, estava achando aquilo divertido. Como as duas podiam estar sorrindo em um momento como esse? Elas eram mesmo ótimas atrizes.

Edric abriu o porta-malas e tirou uma série de presentes lá de dentro. Steven os aceitou, sorrindo. "Não precisa gastar tanto dinheiro da próxima vez!"

"Imagina, vocês merecem!" Respondeu Edric, sorrindo de volta, enquanto continuava pegando os presentes dentro do carro. Ele havia trazido mais do que o dobro do que costumava trazer.

Lily viu como o noivo sorria e sentiu uma dor excruciante no coração. Esse era o verdadeiro Edric; não eram só os lábios dele que sorriam, mas também os olhos. Ela nunca o viu sorrir com os olhos quando os dois estavam juntos.

Amou-o por tanto tempo e, para consegui-lo, passou mais de nove anos executando um plano. Ou seja, ela havia gastado nove bons anos da própria juventude. Mas o que conseguiu de fato no final?

Além da humilhação e das lágrimas, Edric nunca lhe deu a menor atenção. Agora, Lily o odiava muito e achava que a mãe estava certa. Tinha sido muito idiota. Não valia a pena apostar todas as fichas em um só número; por causa disso, agora que ela havia perdido o homem, não tinha mais nada. A partir de agora, Lily não seria mais a idiota de antes.

Deborah cutucou a filha. Quando Lily voltou a si, percebeu que a mãe, o pai e até mesmo Maisy estavam segurando presentes. Irene olhava com desprezo para a meia-irmã.

Por mais que Lily estivesse sorrindo, só de olhar, Irene percebia que ela estava distraída. A jovem não era tão habilidosa quanto Deborah. Mas era admirável que ela conseguisse fingir desse jeito, considerando que devia estar se sentindo incrivelmente desolada nesse momento.

Pelo menos, Lily era melhor nisso do que a meia-irmã. No lugar dela, Irene nunca seria capaz de fingir tão bem.

Ela sorriu ao ver a madrasta cutucar Lily, e olhou para o pai. Perguntava-se se ele tinha visto o quanto as duas estavam fingindo, ou se ele tinha realmente percebido que a atitude delas não passava de uma fachada.

Enquanto Edric pegava o último presente dentro do carro, Lily estendeu a mão e gritou: "Edric, passa pra mim!"

Irene ficou impressionada com a indiferença da meia-irmã. Dava para ver a relutância e a mágoa nos olhos dela, mas ainda assim Lily tomou a iniciativa de falar com ele.

Era evidente que a garota havia aprendido a lição e tinha jogado a toalha. Devia ter sido difícil para ela tomar essa decisão.

Irene não foi a única que ficou surpresa; Deborah e Steven também ficaram. Deborah, em particular, ficou muito impressionada com a filha. Era incrível que ela tivesse conseguido se recuperar em tão pouco tempo a ponto de conseguir fingir junto com a mãe. Isso era o suficiente para provar que a garota havia amadurecido muito.

A partir do momento em que Lily deixasse de amar Edric, a vida dela estaria em suas próprias mãos. A garota seria capaz de conseguir o que quisesse só de fazer um simples gesto. Viver como a marionete de um homem não a levaria a lugar nenhum.

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