O marido misterioso romance Capítulo 36

"É a verdade! Irene, se você confiasse um pouco mais em mim, será que as coisas teriam acabado assim? Escuta aqui, nem eu nem você somos inocentes nessa história toda. Lily que era a única inocente. Sofreu tudo que não merecia!"

Ouvindo Edric falar assim sobre Lily, Irene ficou furiosa. Se aquela mulher pudesse ser considerada inocente, então qualquer outra pessoa no mundo também poderia.

Ela sabia muito bem que Edric era o homem de Irene, mas ainda assim foi lá e engravidou dele. Junto com a mãe dela, eram as mulheres mais desprezíveis do mundo. Além disso, Edric defender uma p*ta dessas refletia o quanto estava alienado. Provavelmente a amava! Irene sentiu um leve aperto no coração. Tinha prometido para si mesma que não ficaria irritada ou triste, mas não conseguia suportar aquilo de forma alguma.

"Myers, você veio até mim só pra defender aquela amantezinha de m*rda? Parece que tá falando com a pessoa errada, não acha? Eu não disse nada além da verdade. Se você for capaz, tenta fazer os internautas de todos os lugares calarem a boca. Não tem nada que eu possa fazer."

"Como você pode ser tão insensível? Ainda é a Irene que eu conheço?"

"Você tem que aprender a cuidar da sua própria vida. Se eu sou insensível ou não, não tem nada a ver com você. Eu, Irene, sou alguém que faz parte só do seu passado!"

Edric via com clareza o desprezo no rosto dela. O fato de ela ter mencionado que era alguém que pertencia apenas ao passado dele o provocou. Ele estendeu a mão e segurou o queixo dela. "Sua mulher de língua afiada... Não se arrependa de suas palavras!"

"Quê que você tá fazendo?" Irene ficou perplexa com o gesto. Myers sempre era brutal com ela, mas agora não estava sendo, estava?

"Logo logo você vai descobrir o que eu quero fazer!" Ele se aproximou de forma agressiva. Os rostos deles estavam muito próximos. Irene ficou chocada e tentou empurrá-lo. "Fica longe de mim!"

Edric olhou para o rosto corado e para os lábios pequenos dela. Ele estava confuso. Tinha realmente esquecido o motivo de ter ido até ela. Aquela boquinha delicada na frente dele coincidia com a de sua memória.

No passado, ela costumava dizer o nome dele com aqueles lábios. Também sempre colocava os braços em volta do pescoço dele e ficava na ponta dos pés para lhe dar um doce beijo...

Varias memórias do passado ocuparam a mente dele, e o sangue ainda fervia. Segurando com força o queixo de Irene, ele pressionou com agressividade os lábios dele contra os dela.

Foi um beijo suave e afetuoso. Essa sensação era tão maravilhosa! Depois de reprimir o desejo por três anos, qualquer homem normal teria sufocado. Com os lábios roçando de forma enérgica os lábios delicados dela, Edric parecia um lobo faminto.

Irene estava atordoada com aquele beijo repentino. Ela começou a chorar e estendeu a mão para afastá-lo, mas de onde tiraria a coragem para fazê-lo de fato? O desejo reprimido por tanto tempo havia sido enfim libertado. Edric tinha perdido o controle e suas grandes mãos deslizavam pelo corpo dela sem escrúpulos. A loucura dele a assustava. Ela não estava apenas com medo, mas também com nojo.

Não tinha ideia de quantas vezes Edric havia transado com Lily. Isso não seria um problema se ela não soubesse desse fato, mas, agora que estava ciente de que ele tinha dormido com outra mulher, nunca permitiria que ele a assediasse. Portanto, se debatendo desesperadamente, usou as mãos e os pés e tentou imobilizá-lo para mordê-lo. Depois, deu um tapa na cara dele.

Antes, Irene sempre agia com delicadeza e mansidão nos braços dele, mas nesse momento demonstrava uma ferocidade imensa. O rosto de Edric havia sido atingido inúmeras vezes, só que ele não a soltou, e a imobilizou.

Ela não tinha forças para se libertar. Recusando-se a parar de lutar, dobrou as pernas desesperada e o acertou nas partes íntimas. Sentindo muita dor, Edric a soltou. Irene aproveitou a oportunidade para abrir a porta e fugir.

Ele estava tão furioso que perdeu a razão. Essa mulher foi cruel a ponto de chutá-lo nas partes íntimas. Ela o odiava para valer!

Ele pode ter feito algo errado no passado, contudo prejudicou somente Lily. Tinha a consciência limpa em relação a Irene, pois só queria trazer paz para sua família e evitar que a esposa fosse atormentada por sua mãe. Por que ela não conseguia entender as dificuldades dele?

Comparados aos erros dele, os dela eram piores ainda. Por que ela precisava tratá-lo assim? Edric ficou furioso e, sem pensar, estendeu a mão para segurar Irene. Em seguida, puxou-a de volta.

Todavia, fez muita força, e o pé dela acabou ficando preso na porta do carro, e ela berrou.

O grito fez Edric soltar a mão dela na mesma hora. Ela rolou no chão, gemendo e segurando o pé. Doía muito, parecia que tinha quebrado.

Lágrimas inundaram os olhos dela.

Edric saltou para fora do carro para abraçá-la. Irene meteu a mão na cara dele. "Babaca! Que m*rda você quer de mim?"

"Irene! Onde foi que machucou?" Edric ignorou o tapa, parecendo ansioso.

"Meu pé... dói... tá doendo muito!"

"Me desculpa! Não foi minha intenção! Vou te levar pro hospital agora mesmo!"

Irene não queria ir para o hospital, mas não aguentava de dor. Tinha certeza de que o pé estava quebrado, e não conseguia parar de chorar. O coração de Edric sofria junto com ela.

Ele carregou Irene para dentro do carro e começou a dirigir até o hospital. No caminho, ela não parava de gemer. Cada vez que ela gritava, Edric sentia uma pontada de angústia no coração.

Antes de chegar, ele ligou para o diretor do hospital. "O pé da minha esposa tá machucado. Arruma o quanto antes um médico pra esperar no hospital!"

O diretor concordou rapidamente em fazer isso e ligou na hora para o ortopedista. Pediu a ele que fosse no mesmo instante ao hospital para providenciar o tratamento.

Depois de ter feito essa ligação, ele se lembrou do que Edric tinha acabado de dizer e ficou confuso. "O Sr. Myers não é solteiro? Quando foi que se casou? Ah, é, as jovens de hoje gostam de chamar o namorado de 'marido' quando estão em um relacionamento. O Sr. Myers deve estar seguindo a moda."

Porém, de repente, ficou curioso e queria saber as fofocas. Quem exatamente era a pessoa que o Sr. Myers chamava de esposa?

Quando chegou ao hospital, Edric correu para dentro com Irene nos braços. O conceituado médico do Departamento de Ortopedia já o esperava. Edric mandou-a para a sala de exames, onde o ortopedista verificou o tornozelo dela. O pé tinha torcido feio por ter sido espremido pela porta do carro. Os hematomas visíveis naquele pezinhotinham uma aparência desagradável.

Edric estava com a consciência pesada. "Foi tudo culpa minha! Se não fosse por mim, isso não teria acontecido com ela!"

Os olhos de Irene lacrimejavam. Na frente de tantas pessoas, ela tinha vergonha de chorar. Então apertava os dentes com força para segurar as lágrimas. Edric estendeu a mão e disse: "Seria melhor se você mordesse minha mão."

"Sujo!" Cuspiu Irene com ressentimento.

Edric de imediato lavou as mãos, voltou para perto dela e as estendeu. "Agora tão limpas!"

Irene lançou a ele um olhar cheio de rancor. Não havia dito aquilo por ele não ter lavado as mãos, mas sim porque não imaginava quantas vezes elas estiveram segurando as de Lily.

Irene odiava a própria mentalidade nesse momento. Como estavam divorciados, ele já havia se tornado um estranho. Ela não tinha direito de se incomodar com ele estar de mãos dadas ou dormir com outras pessoas.

Suprimiu o nojo no coração e mordeu a mão de Edric com força. A dor era tamanha que ele fez até uma careta, mas se manteve firme.

Vendo a reação dele, o médico fez um joinha. "O Sr. Myers é um homem de verdade! Você trata sua namorada tão bem!"

"Não sou namorada dele!" Ao ouvir isso, Irene parou de morder a mão de Edric na mesma hora e esclareceu o assunto.

"Perdão! Cometi um erro!" O médico se desculpou. Lily que era a namorada de Edric, e todos sabiam disso. Como ele pôde confundir as duas?

"Ela é minha esposa!" Acrescentou Edric. Os olhos do médico se arregalaram, mas ele não se importava. Estendeu a mão outra vez. "Irene, você pode continuar mordendo!"

"Tarado! Nojento!" Irene virou a cara e o ignorou.

Ouviu-se o barulho de passos do outro lado da porta, e uma voz chamou com urgência: "Dr. Johnson, Dr. Johnson, você tá aí?"

Em seguida, a porta foi aberta. Era Freya. Quando ela viu Edric parado na sala de exames, interrompeu-se de repente. Aí, ao ver a mulher que estava com ele, arregalou os olhos.

Edric franziu a testa e a enfermeira ao lado dele disse: "Tem pacientes aqui fazendo exame. Por favor, espere lá fora!"

Freya recuou. O namorado dela quebrou os ossos brigando com alguém em um bar naquela noite. Quando ela foi com ele ao hospital, soube que o Dr. Johnson, o especialista em ortopedia, estava lá. Ela tinha ido com pressa pedir ao doutor para dar uma olhada no namorado dela, e não esperava ver Edric e Irene lá.

Qual o motivo de os dois estarem aqui? Essa descoberta chocante fez com que ela se esquecesse das preocupações com os ferimentos do namorado. Será que os antigos sentimentos de Edric e Irene haviam sido reacendidos?

Era impossível. Lily não tinha dito que ela e Edric ficariam noivos em breve? Freya poderia ter confundido alguma outra mulher com Irene?

Não, ela precisava chegar até o fundo da questão. Se aquela mulher era realmente Irene, Freya tinha que revelar suas descobertas a Lily, que a ajudava financeiramente. Se contasse à amiga uma notícia tão séria, com certeza receberia benefícios.

Com isso em mente, ela não se afastou muito e ficou esperando do lado de fora. Depois de um tempo, a porta da sala se abriu e Edric saiu carregando Irene.

O pé dela estava torcido. Após examiná-la, o médico aplicou um remédio feito especialmente para o ferimento e sugeriu que ela descansasse em casa por alguns dias. Edric deu um suspiro de alívio e saiu de lá com Irene nos braços.

Ela não queria aceitar que ele a levasse. O médico olhou sem jeito para os dois e os lembrou: "Fique parada. Sua lesão vai piorar se você se ficar se mexendo muito."

Ao ouvir as palavras do doutor, ela não arriscou ficar se debatendo mais. Com obediência, deixou Edric carregá-la para fora da sala de exames.

Vendo Edric levar Irene para a enfermaria em seus braços, Freya pegou o celular e fez uma ligação.

Lily acordou desorientada com o barulho do celular. No momento em que viu o número na tela, atendeu com impaciência. "O que foi?"

"Lily! Más notícias!" Freya baixou a voz. "Acabei de ver Edric e Irene no hospital!"

Lily, que já estava furiosa por ter sido acordada de seus doces sonhos, sentou-se no instante em que ouviu as palavras de Freya. "Tem certeza que não viu errado?"

"Não, vi eles com clareza. Edric carregou Irene até o carro dele e foi embora. Não sei pra onde tão indo. Lily, você quer ir dar uma olhada?"

"Dar uma olhada no quê? Você acha que é adequado eu ir atrás deles nesse momento?" Rebateu Lily irritada.

"Não é adequado mesmo... Mas você quer ficar aí parada e deixar eles fazerem o que quiserem?"

"Preciso pensar um pouco!" Murmurou Lily para si mesma, segurando o celular. Será que tudo que ela temia estava de fato acontecendo?

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