O Sheikh e Eu(Completo) romance Capítulo 12

Tinha chegado o dia que eu precisava enfrentar Seth cara a cara. Não queria olhá-lo, nem conversar. Lembraria fatalmente do dia que eu estava de vestido e acredito que ele também lembraria. Tentei engolir em seco. Tudo ia ficar bem, tudo ia ficar bem, tentei dizer para mim mesma.

Perguntei para Shiloha se ela sabia onde Seth estava, mas ela não tinha certeza se tinha o visto no escritório dele ou no quarto dele. Suspirei enquanto seguia para o escritório com um pouco de medo.

De fato, ele não estava lá. Depois das pilhas que eu tinha tirado dali, na verdade, o ambiente parecia ainda mais limpo, agradável, aberto. Tudo parecia mais organizado, de certa forma, embora a presença de Seth no ambiente não fosse presente. Talvez ele preferisse a bagunça, já que não estava ali.

Engoli em seco. Não queria encontrar Seth no quarto dele. Ainda mais agora que os pais dele tinham saído e todo tipo de comentário podia cair na boca dos funcionários que estavam ali comigo. Respirei fundo.

Bati na porta do quarto de Seth. Uma única batida simples e esperei que ele aparecesse. Ele logo abriu a porta. Estava falando quando a fez e acho que ele não tinha percebido ainda que sua mãe tinha saído da Mansão, era a única explicação plausível.

– Veio se despedir de mim, mãe? – Disse e acabou calando-se um pouco surpreso com minha presença ali. E eu também. Invariavelmente, meus olhos caíram para seu cabelo molhado no alto da cabeça, sua blusa social aberta, seus músculos aparecendo por sob a abertura espetacular. Eu simplesmente não conseguia mover meus olhos dali. Havia acontecido algum delete no meu cérebro, visto que eu fiquei um tempo parada, analisando a visão de beleza grega que estava na minha frente.

Ele era musculoso. Algo que não era facilmente percebido por mim, pelo menos, não ao se olhar por sob aquelas camadas de roupas que Seth costumava usar. Ele tinha o cabelo molhado respingando sobre a blusa e tinha uma linda descida esculpida sobre as fossas ilíacas. Meu Deus, o que eu estava fazendo o encarando tão descaradamente assim?

Seth pareceu perceber o que tinha feito, visto que rapidamente se virou assustado por ter me deixado vê-lo assim. Acho que agora, de alguma forma estranha, estávamos quites. Os dois tinham se visto vestidos de forma inapropriada. Seth, então, passou a abotoar a camisa, o cabelo caindo sob os olhos e eu esqueci completamente que eu precisava falar em inglês para que ele me entendesse.

– Eu vim… – Percebendo que estava falando em português, tentei balançar minha cabeça forçando meu cérebro a se lembrar como falava aquilo em inglês. Meu Deus, o que eu estava fazendo?

Percebi, por um delete, que eu tinha fechado a porta, por pura mania mesmo. Contudo, agora eu não conseguia mais andar. Tinha dado um passo para dentro do quarto e não conseguia mais me aproximar da porta para abrir. Parecia pedir muito para que minhas pernas se mexessem contra minha vontade.

– O que você está fazendo aqui? – Perguntou Seth com sua tonalidade de voz rude e tempestiva. Olhei quando ele sentou em sua cama e cruzou os braços. Ele certamente não queria me ver. Se servia de consolo para ele, eu também não queria vê-lo.

– Vim saber se precisa de ajuda e do que precisas para seu aniversário. – Disse enquanto abria minha agenda tentando me concentrar nas folhas em branco e em minha caneta pronta para escrever. Vendo o silêncio que tinha se instalado, olhei de soslaio para Seth que me olhava. Quase tive um ataque de vermelhidão tentando não o olhar novamente.

Ele me olhava ativamente e eu tenho quase certeza que ele estava lembrando do dia que eu estava menos coberta, diferente de como estava agora. A vergonha me consumia, mas tentei parecer profissional ainda assim.

– Sahir já te passou o que vou querer de comida e bebida? – Ele perguntou e pareceu perceber que me encarava muito, voltando o olhar para baixo. Sua voz ainda estava grave e profissional, como se ele não quisesse demonstrar que também estava afetado com tudo aquilo.

Por que a porta estava fechada? Céus, porque o ambiente estava ficando asfixiantemente quente?

– Sim. Ela disse que você vai precisar de algumas caixas de som também. – Ele concordou balançando a cabeça. O silêncio voltou para nós. Acho que tinha acabado tudo ali.

– Algo mais? – Perguntei e minha voz saiu fina como de um soprano. Tentei não olhar para ele. Duvido que ele não me encarava novamente.

– Você estará na minha festa? – Ele perguntou me pegando completamente de surpresa. O olhei assustada e o meu olhar acabou batendo-se com o dele. Estávamos agora nos olhando no fundo dos olhos. Eu não sabia o que responder.

– Sua mãe pediu para que eu cuidasse que nada desse errado na festa. – Foi a frase mais coerente que consegui pensar em inglês. Seth bufou enquanto se levantava da cama. Deu alguns passos e logo estava na minha frente. Tremi por um segundo.

– Eu estou perguntando se você vai aparecer decente, como uma convidada. Não como uma governanta estressadinha que manda todos pararem com o barulho. – Perguntou ele. Eu não sabia dizer. Voltei meus olhos para o dele. Seth era um bom tamanho mais alto, quase três cabeças mais alto. Eu sempre esquecia disso, tendo que esticar um pouco meu pescoço para olhá-lo também.

– Como assim, Senhor Seth? – Perguntei bobamente. Acho que minha língua se enrolava enquanto eu falava. Em que momento eu tinha me tornado essa garota idiota que eu estava parecendo agora?

– Eu estou perguntando – Dito isso Seth deu um passo à frente e eu recolhi um passo para trás, minhas pernas, finalmente, andando como deveriam fazer. Seguindo meu comando. Percebi que a voz de Seth estava raivosa. – Se você vai parecer uma convidada decente, se vestindo como se fizesse parte da festa ou se você vai parecer terrível como está agora. – Ele perguntou dando mais um passo. Novamente dei outro passo para trás. Mais um e eu encostaria na porta.

– Se for do interesse do Senhor Mimado que eu vá com outra roupa, posso providenciar isso. – Disse firme e Seth deu mais um passo me fazendo assustada cravar na porta. Ele então deu um soco na porta, me assustando ainda mais.

– Sim, você vai providenciar isso, Senhorita Agnes. – Ele disse entredentes. – Vai providenciar também uma boca menos suja, que não me chame de Mimado na frente dos meus convidados, agora que meus pais não estão aqui. – O rosto de Seth estava bem próximo do meu. Eu não ia me deixar intimidar. Não quando ele queria que eu me sentisse um ser inferior.

Zilena tinha sido bem clara. Eu era responsável pela mansão e devia cuidar bem da mesma, como era que eu deveria fazer. Não podia deixar que Seth me intimidasse.

– Eu posso providenciar outra roupa, Senhor rudeza em pessoa. Contudo, infelizmente, você vai ter que se acostumar com minha boca. Eu tenho o direito de dizer o que quiser. Sua mãe disse que eu deveria fazer qualquer coisa para manter essa mansão funcionando perfeitamente até o retorno dela. – Disse olhando no fundo dos olhos dele. Seth pareceu achar graça. Ele arqueou uma sobrancelha e havia também um sorrisinho presunçoso no canto dos seus lábios.

– Qualquer coisa, Senhorita Agnes? – Ele perguntou achando graça naquilo tudo. Engoli em seco.

– Qualquer coisa, Senhor Seth. – Respondi um pouco apreensiva tentando entender o que Seth achava de errado com minha frase.

– Acho que prefiro aquele vestido do que essa roupa social em você. Fica parecendo menos ameaçadora, uma menina de verdade, sabe? – Ele disse me pegando de vergonha e choque. Corei violentamente lembrando do meu vestido terrível. Tentei não engasgar com minha saliva. Ele estava tentando me fazer me sentir mal, tentando me desestabilizar.

– O que eu já usei não diz respeito a você, Senhor Seth. Sua mãe pediu, eu fiz. Algo mais? – Perguntei tentando respirar. O ar parecia há muito ter escapado de meus pulmões, me deixando num torpor inimaginável.

– Sim. – Disse Seth com um pequeno sorriso nos lábios – Essa roupa é a mesma do dia que eu quase te beijei? – Perguntou sonso. Eu tinha vontade de quebrar todos os lindos dentes dele por querer me fazer sentir raiva e morrer, naquele momento, naquela hora. Ele não tinha direito de ser tão babaca. E eu realmente estava fazendo o máximo para aguentar tudo.

– Sim, Senhor Seth. Foi o dia da entrevista. – Disse entredentes.

– Do quase beijo? – Ele me perguntou e seu rosto parecia mais próximo do meu. Muito próximo. Por um momento os pensamentos na minha cabeça tinham se tornado confusos, correndo de um lado para o outro.

Não duvidava de que tinham tocado o sinal vermelho no meu cérebro, de alerta iminente, e agora tudo estava um caos dentro de mim. Hormônios aumentando sua secreção, pensamentos correndo e fugindo, eu enlouquecendo sem saber como mandar minhas pernas se mexerem.

O que estava acontecendo comigo? Eu deixaria que Seth me beijasse?

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