Segredos de Família: Herdeiros Dominadores romance Capítulo 10

Thomas olhou para o relógio pela décima vez. Batia a caneta no caderno, estava impaciente, queria sair logo dali e se encontrar com Clarice e ver se ela havia conseguido algum emprego para ele.

Sua mãe parecia bem melhor ao telefone, e ainda não havia parado para pensar em Matthew, que nunca viu. Parecia até que o garoto havia desaparecido do mapa. Mais o que isso importava? Ele não tinha tempo para namorar, e garotos ricos e lindos como Matthew não iria querer nada com alguém como Thomas.

"Ponha—se no seu lugar!" Se repreendeu. E o sinal tocou.

Thomas jogou todo o material dentro da mochila, fechou o zíper e saiu correndo. Passou pela porta e desceu as escadas e bateu na porta de Clarice. A porta foi aberta por um rapaz alto e forte, ele tinha uma cicatriz na bochecha, que puxava a boca do lado esquerdo para cima. Clarice veio logo atrás.

—Thomas. Entre— O rapaz se afastou da porta e entrou. A sala estava mais luminosa e Clarice usava roupas brancas, parecia um vestido— Não o esperava tão tarde— Comentou e indicou a cadeira— Vamos conversar— Thomas sentou, suas mãos tremiam um pouco— Eu consegui uma coisa. Uma coisa que vai dar muito dinheiro a você e sua família. Dinheiro o bastante para não precisarem mais se preocupar com nada por alguns anos.

Thomas olhou para Clarice com atenção. Queria ver alguma evidência de uma possível brincadeira. Mas não havia nada além de puro deleite em saber que havia conseguido o que Thomas procurava.

—Que trabalho é esse?

—Você será Submisso de um jovem rico que precisa passar por uma Iniciação.

—Como é?!

—Ah uma família rica, e a cada jovem homem que está prestes a atingir a vida adulta precisa passar por um ritual sexual. Ele terá de dormir com um Submisso. E isso será apenas uma vez. Depois você será pago e enviado para casa.

—Quer que eu me prostitua?

—Não é bem isso. Você só fará uma vez e nunca mais os verá. E receberá pelo trabalho— Ela deu um sorriso de encorajamento— Vamos lá!!! Sua família precisa de dinheiro não é? Eles não precisam ficar sabendo, você pode fazer isso. Vamos lá.

Thomas mordeu o lábio inferior. Seu irmão não tinha como tomar conta deles, e agora com sua mãe internada havia a conta do hospital para pagar. E quando voltasse para casa iria precisar de ajuda. Seu irmão não queria que trabalhasse, mas ele precisava trabalhar e ajudar a família, não é?

Mais teria coragem de se vender?

—Um aluno dessa escola já passou por isso alguns meses— Clarissa disse— Um rapaz dessa família virou homem adulto. E este aluno hoje está vivendo muito bem.

Thomas apertou as próprias mãos. Valeria a pena? Teria sua primeira vez com um estranho?

—Você já o conhece? Esse rapaz é dessa família?

—Não posso dizer. Os detalhes só poderão ser ditos quando você aceitar. Eles tem um conjunto de empresas famosas, e isso não pode sair dos muros da casa deles. Vamos, você é um rapaz lindo, com feições delicadas, não é todos que tem essa oportunidade. E eu conheço o rapaz, e eu posso dizer que ele é lindo.

Thomas pensou em sua mãe no hospital e em seu irmão que vivia trabalhando e ainda ganhava pouco, essa era uma chance de ajudá-los, e eles não precisam ficar sabendo. Inventaria uma desculpa qualquer.

—Eu... Eu aceito. Eu aceito ser o Submisso.

—Ora, boa escolha— Clarice estendeu a mão e Thomas a apertou.

Christian deu uma gargalhada assim que o pai terminou de falar. James revirou os olhos e Stefan ficou imóvel.

— Nem a pau. Não vou me deitar com outro cara. Vocês ficaram loucos!

— Esse ritual está na nossa família há muito tempo. Desde o início do nosso império— Elliot explicou — Infelizmente você não pode fugir disso.

— Ninguém pode me obrigar a fazer uma merda dessas. Denuncio vocês!

— Faria isso?— James abaixou a cabeça.

— Pai, eu não quero. Não mesmo!— Andou de um lado ao outro pelo escritório do pai — Eu posso fugir.

— O Conselho não permitirá— Stefan falou— Como seu pai disse, eles são influentes. Tem espiões por todos os lados. Você seria achado em dias.

Christian bufou. A dor havia retornado. Pegou a mochila na poltrona e saiu correndo dali. Entrou no carro e pisou fundo, para longe dali.

Dirigiu até a escola, quase atropelou um aluno, entrou furioso no corredor principal e se deparou com Simon. O palerma estava encostado em seu armário.

— O que tu quer?

— Veja isso— Ele entregou o celular e Christian deu play. Assistiu o vídeo em silêncio depois olhou para o lado quando duas garotas passaram dando risadinhas — Alguém gravou tudo.

— Que merda! Isso vai me prejudicar pra cacete. Vou achar o babaca que fez isso.

Simon assentiu e Christian sentiu a raiva novamente domina-lo ao lembrar do ritual que os pais queriam que ele fizesse.

—Cai fora.

— Tudo bem. Bom, você vai ao grupo hoje, né?

— Tenho escolha?— Disse entre dentes, afastando o garoto do armário e abrindo-o.

O dia passou como um raio, e a paciência de Christian havia dado um tiro na própria cabeça durante a aula de Cálculo, por isso pediu para sair e ir ao banheiro. Saiu com sua mochila e seguiu decidido para o ginásio, naquele horário as aulas de Educação Física haviam acabado e o lugar era iluminado por dois refletores que deixavam a luz fraca e o silêncio.

Sentou-se nas arquibancadas com a mochila de lado. Havia quarenta e duas mensagens de texto de James e vinte de Elliot, ele apagou todas elas.

Ouviu barulho de passos e olhou para o lado. Simon vinha pelas arquibancadas e pelo jeito não viu ele ainda.

— Cai fora— Christian ordenou.

O garoto levantou a cabeça com os olhos arregalados.

— O ginásio é para todos os alunos— Simon disse dando de ombros e sentou a uma certa distância de Christian. Pegou um livro na bolsa e começou a ler.

Christian ficou furioso. Ninguém se desfazia dele assim. Quem aquele idiota pensava que era? Ele estava sentado perto do garoto mais cobiçado da escola e agia como se ele não fosse nada?

— Qual o teu problema?— Se viu perguntando em voz alta.

— O meu?— Simon piscou surpreso — Nenhum, porque?

Christian bufou, ficou em pé e sentou ao lado dele. Ele tinha cheiro cítrico, igual perfume de mulher. viado! pensou.

— Porque me trata como se eu fosse igual a gente como você?

— Bom, você é, não é? Você é um ser humano, eu sou um ser humano. Somos iguais.

— Não. Eu sou um cara gato, rico e popular. Tu é um nerd idiota que ninguém gosta.

— Você é bonito. Você é rico e popular, mas até quando? Você sabe? Eu não sei. E daí se sou estudioso? Isso não deveria ser um problema só meu? Porque você se incomoda tanto comigo?

Christian fechou as mãos em punhos.

— Vai me bater? Tudo bem. Pode bater. Um dia isso vai acabar e isso é o que me deixa em paz.

Christian olhou surpreso para ele. Nenhum nerd babaca o havia enfrentado daquele jeito. Todos abaixavam a cabeça quando ele passava. Mas aquele não. Simon o encarava, aqueles olhos cheios de desafio.

— Só porque defendi você não quer dizer que sou teu amigo.

— Eu nunca disse que era meu amigo. Engana-se se acha que eu sou esses idiotas que lambem o chão que você passa.

Christian fechou a boca. Seu cérebro parecia que estava tendo um curto circuito. Na verdade, ele não sabia muito o que dizer ou o que fazer.

— Seu corte melhorou?— Simon perguntou dessa vez deixando o tom de desafio para trás.

— Hmmm. Dói um pouco— Christian respondeu ainda olhando curioso para ele.

—Está tudo bem? Você está me olhando meio engraçado.

—Não é nada demais. Vamos andando, está perto de iniciar a reunião.

Simon guardou o livro e se levantou. Christian pegou a sua bolsa e o seguiu. Os corredores estavam ficando silenciosos e vazios. Christian pode reparar mas na figura a sua frente: mais baixo que ele, magro, com perfume cítrico e quando andava sua bunda rebolava um pouco. Christian deu um sorriso de desde, baixinho para o outro não ouvir.

Ele abriu a porta e entrou. A sala ainda estava vazia. Enquanto Simon preparava a mesa de petiscos Christian organizou as carteiras em um círculo. Seguiu a mesa e pegou um biscoito. Simon deu um tapa na sua mão e ele o soltou dentro da tigela.

— Espere os outros— Sibilou seguindo para sua mochila e tirando quatro livros de lá.

Christian odiou isso, mas ele sorriu. Foi um sorriso involuntário, que ele não conseguiu conter.

Ele ficou surpreso, pois nunca havia sorrido assim.

Os nerds chegaram logo depois e deu início a o grupo. Christian passou o tempo todo observando a forma como Simon sorria quando alguém fazia um comentário engraçado de nerds, ou quando ele colocava uma mecha de cabelo atrás da orelha ou cruzava as mãos sobre as pernas cruzadas. E a boca, a cada cinco minutos ele mordiscava o lábio inferior.

Merda... Eu. Não. Sou. Viado! Gritou com seu inconsciente. Sem querer fez um barulho com a boca e todos olharam para ele.

— Você quer responder?— Simon olhou para ele, impassível.

— O que?

— Você acha que Senhor dos Anéis poderia ter tido outro título?

Christian processou a pergunta.

— Bom... Senhor dos anéis seria um tipo de porno de viado?— E todos começaram a rir.

Ele não ligou para as gargalhadas dos outros, mas para o sorriso de Simon. Que sorriu, e abaixou a cabeça. Ele o fez rir.

Merda, que porra de satisfação era essa que ele estava sentindo?!

Ele estava doente?!

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Segredos de Família: Herdeiros Dominadores