Segredos de Família: Herdeiros Dominadores romance Capítulo 11

Matthew observou a fachada de pedra da mansão, as janelas escuras, realmente parecia uma casa de segredos. Ao lembrar do que Clarice disse, um frio correu pelo seu corpo, e ele entrou.

Atravessou o hall com piso de mármore e subiu as escadas de madeira com carpete verde escuro, o ar—condicionado estava, no máximo, estranho. Passou pelo corredor e bateu a porta do segundo escritório do pai.

—Entre!— O Sr. Smith estava ao telefone, um sorriso satisfatório no rosto— Muito bem, assim que possível traga-me o que pedi. Até mais— E desligou e olhou para o filho— Algum problema?

—Sim. Quero falar sobre uma coisa com o senhor.

—Sim. E eu fiz uma coisa com você antes. Que tal me explicar a visita a Clarice?— Matthew olhou assustado para o pai, ele estava sendo vigiado?— Clarice é quem me arruma os Submissos, e ela só revelou tudo a você porque eu deixei— Matthew fechou as mãos em punhos. Seu pai mandava em tudo e todos? Era isso?— Agora que sabe de tudo, devo avisá-lo de que Clarice conseguiu o seu Submisso hoje a tarde.

—Quem é?

—Você nunca saberá. É as regras. Ficará trancado em seu quarto amanhã, o Submisso virá a essa casa e morará aqui até o grande dia. Seus primos, Raphael, Mark e Caios estão chegando de viagem hoje.

Matthew suspirou. De repente sentiu-se cansado e devastado, queria confrontar o pai, mas naquele momento um motor potente rugiu e ambos seguiram para a grande janela do lado esquerdo. Um carro de luxo prateado vinha cortando a entrada, levantando poeira e parou com tudo na entrada da casa. Um rapaz saiu de dentro.

Era alto, de cabelos negros lisos até o pescoço, com um óculos de sol de marca.

—Mark— Matthew sussurrou surpreso.

Em seguida duas motos surgiram seguindo o carro. Um jovem alto e moreno de cabelo social parou primeiro. O outro era mais baixo que eles, na altura de Matthew, e tinha cabelos prateados e repicados, caídos em seu rosto.

—Raphael e Caios— E desceu correndo.

Estava na metade da escadaria quando as portas principais foram abertas e os três primos distantes entraram.

—O pequeno príncipe!— Mark riu alto a voz ecoando pelas paredes de pedra— Nos trouxe até aqui para vê-lo pelado!!!

—Não ligue para o que ele diz— Caius disse com a mesma voz doce de sempre— Ele é um idiota.

—E você come caras desde a sua Iniciação.

—E você não? — Raphael riu— Soube até que tinha um namoradinho. Já deu um fora nele?

—Ainda não— Mark sorriu com malícia— Espero que o Submisso de Matthew seja uma gracinha. Posso comê-lo depois.

—Na verdade, não— O Sr. Smith estava parado no meio da escada, próximo ao filho— Depois do grande dia essa família se desligará do Submisso. Mandei preparar os quartos de vocês. Subam e descansem.

—Verdade. À noite vamos levar nosso pequeno príncipe para comemorar sua última noite de virgindade— Mark disse rindo e subindo as escadas— Espero que saiba como é a comemoração.

—Do que ele está falando?— Matthew sussurrou para Caios que passava ao seu lado.

—Vamos levá-lo a um lugar. Faz parte da sua Iniciação. Não fique apreensivo.

Matthew assentiu. Mais seu coração estava a mil.

Simon dispensou todos assim que acabaram de comer e foi até a mesa organizar a bagunça. Sentiu uma mão no ombro e olhou para trás. Christian estava ali.

— Quer ajuda?— Perguntou desconfortável.

— Tudo bem. Vou só guardar isso no meu armário— apontou para a tigela de vidro— Pode ir.

Christian assentiu, pegou a mochila e foi embora. Simon ficou um tempo olhando a porta fechada. Suspirou e preparou— se para sair.

Foi para seu armário e guardou a tigela com cuidado e saiu. A noite estava fria e ruidosa, o vento gelado no estacionamento arrastava folhas secas das árvores que nasceram entre o asfalto do estacionamento. Desceu os degraus de entrada e ergueu o capuz.

Um carro luxuoso pintado de preto parou a sua frente, com o coração acelerado ele deu um passo para trás e a janela do motorista abaixou. Era Christian.

— Entra.

— Não. Vou pegar um ônibus.

— Não, não vai. Entra.

Simon revirou os olhou, passou por trás do carro e entrou no lado do passageiro e colocou o sinto. Sentiu— se satisfeito por ali dentro está quente e silencioso.

— Porque está fazendo isso?— Perguntou enquanto Christian manobrava para fora do estacionamento.

— Não diga nada. Espere.

Ele dirigiu para o lado oposto da casa de Simon, mas nada disse. Olhou os pedestres passarem como um borrão colorido.

Simon de vez em quando arriscava olhar para Christian, que estava com a expressão impassível, os músculos dos braços saltados, como se acertasse o volante com força. Não deveria confiar nele, não deveria nem estar em um carro com ele indo sabe lá para onde. Mas uma vozinha dentro, que correspondia 70% da sua voz mental dizia que ele devia se manter calado e esperar. Os outros por cento lembravam a ele que seu olho roxo que estava começando a sarar se devia a Christian. E as duas vozes entravam em conflito dentro dele.

Estavam se distanciando da cidade, passando por bairros residenciais construídos nos últimos anos, com suas casas modernas e jardins bem cuidados, passaram por trechos de campos iluminados apenas pelo luar, o tipo de paisagem que dava um frio na barriga. E enfim o carro chegou a uma estrada de terra batida.

— Vai ser aqui que você vai me matar e me enterrar?— Pergunto em tom de brincadeira. Mais por dentro ele estava em alerta vermelho.

— Não seja trouxa. E eu já mandei ficar calado.

— O problema é que você não manda em mim— Mais ele se calou. O outro era que estava na direção, e Simon apostava que ele não era muito normal.

Ele estacionou e Simon abriu a boca e arregalou os olhos. A cidade se erguia lá embaixo, luminosa e viva, com seus arranha— céus espelhados como agulhas. A lua parecia maior e mais brilhante e dali as luzes da cidade não afetaram os brilhos das estrelas. Simon saiu do carro seguido por Christian. O vento ali em cima era frio, menos fortes.

Simon teve um sobressalto quando Christian colocou um pano vermelho sobre seus ombros para aquecê— lo.

— Achei esse lugar da forma menos romântica possível— Disse ele olhando para frente. Simon viu alívio naquela expressão. A arrogância que deixava Christian parecendo um monstro havia sumido um pouco.

— Deixe— me adivinhar: você trouxe alguma das suas "amiguinhas" até aqui?

— Exato. Mas aí voltei um dia depois e vi que o lugar não merece ser a testemunha das minhas fodas— Ele engoliu em seco. Seu pescoço era tão forte, Simon se viu pensando e olhando para ele. Apesar daquela paisagem linda ali da cidade, Christian era mais bonito que isso tudo— Você foi a primeira pessoa que eu trouxe aqui... Quero dizer... A primeira pessoa que não é um lixo total.

Simon sentiu o coração dar um pulo. Tentou ignorar aquilo.

— Porque tu me trata assim?

— Assim como? Normal? Adivinhe só, você e eu somos iguais. Você acha que é diferente porque sai por aí enfiando esse seu pau em qualquer garota por aí? Ou é forte e bonito? Mas você não é diferente, você só é errado. Simples.

— Deus... Você é muito tempestuoso. Como eu.

Simon respirou fundo. Não queria perder o controle. Não podia perder o controle.

— Não. Desculpe.

Christian suspirou e passou a mão pelos cabelos.

— Não sei o que pensar.

— Não pense então— Simon disse— Às vezes não pensar resolver muitas coisas.

Christian olhou para ele dessa vez e virou— se para ele.

— Você é a única pessoa que parece não ter medo de mim.

— Não tenho— Simon olhou para baixo.

Ele sentiu os dedos de Christian em seu queixo e levantou a cabeça.

— E disso que eu preciso sabe. Preciso de alguém como você em minha vida.

— Como eu?

— Sim. Foi mal tudo que eu te fiz, sério mesmo. Quero ser seu amigo.

— Já tenho amigos, Christian. Amigos que apanhavam dos seus amigos.

— Já falei com eles para deixarem os carinhas em paz. Topa ser amigo desse brutamontes aqui?

Simon mordeu o lábio inferior.

— Sim. Amigos.

E estendeu a mão. Christian a apertou. Simon tentou não evidencia o prazer que sentiu ao tocar a mão de Christian.

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