Segredos de Família: Herdeiros Dominadores romance Capítulo 9

Matthew deixou Thomas na escola. Além do mais precisava falar com Clarice. Estacionou perto da escola e virou—se para Thomas.

—Você está melhor?

—Sim. Obrigado— E deu um sorriso— Bom, preciso ir. Até mais— Saiu do carro e foi para dentro da escola apressadamente, como se estivesse fugindo.

Matthew queria segui-lo e ver se ele realmente ficaria bem, mas tinha outra coisa para resolver e tinha hora marcada. Ele desceu até o escritório de Clarice, ela estava lá, com um terninho verde e seus capangas atrás.

—Trouxe a quantia?— Matthew assentiu e retirou um maço de dinheiro da carteira e a entregou— Muito bem— Disse depois de contar as notas— Sente—se.

Matthew obedeceu. Finalmente saberia a verdade.

—Sua família é antiga— Disse ela com satisfação— e segue tradições mais antigas que ela— Ela cruzou as mãos sobre a mesa— O primeiro homem de sua família acreditava que quando dois homens se deitavam era um sinal de amadurecimento, de sabedoria. Ele então criou um tipo de religião entre a família. Para cada jovem homem que fosse virar adulto ele teria de se deitar com um submisso, alguém que teria de ser aprovado pelo pai do rapaz da família— Matthew engoliu a saliva— Na ocasião o rapaz e o Submisso serão instruídos pelos rapazes que passaram pelo mesmo processo. Pelo que sei, três primos seus já passaram por isso, e serão eles a instruí-los.

—Eles vão me ver comer um cara?!

—Comer? Não, vocês vão fazer amor. E sim, eles verão. E é sua obrigação de macho alfa dar conta do submisso.

—E o Submisso é bonito?

—Você nunca saberá— Disse ela risonha— Ambos usam máscaras, ninguém reconhece ninguém.

—Isso é loucura!

—Verdade. Me diga, você ainda é virgem?

—Bom, não... Porque?

—Precisa ser virgem. Duvido que tenham lembrado de dizer isso. Caso perguntem, você dirá que é virgem ainda.

—Porque preciso mentir?

—Porque se não você é deserdado. Entenda que isso é um tipo de religião particular, e como tal tem leis. E você tem de obedecê-las.

—E se eu não for gay?

—Isso importa? Seu pai não é gay e passou por isso. Você passará por isso e seu filho passará por isso.

—E se caso eu não me casa e não tiver filhos?

—Então o seu Submisso será contatado pela sua família e ele receberam tudo que sua família tem, desde as empresas a fortuna.

—E se... Eu não amá-lo?

—Querido, não é um jogo de amor, e sim de sexo. Sinto muito— E ela pareceu bem sincera.

Simon rolou na cama de um lado para o outro a noite toda. Sua mente girava em torno de Christian, não deveria tê-lo deixado sair sozinho com aquele ferimento, devia ter insistido um pouco mais para ir com ele a um hospital.

O vento gelado lá fora fazia um galho bater na janela do seu quarto, quando era pequeno vivia com medo desse barulho, mas agora não o incomodava mais. Seu incômodo estava em uma pessoa, e essa pessoa estava ferida por defendê—lo. Essa era a questão, porque Christian o defendeu? Ele era tão arrogante e seco, seu coração parecia ser feito de pedra e camisinhas.

Ao pensar que ele havia pego quase todas as garotas da escola Simon sentiu uma repulsa por ele. Talvez ele havia decretado que somente ele podia bater em Simon? Seu olho roxo ainda doía. Procurava sempre cobri-lo com o cabelo.

Seu celular perto da cama tocou. Ele não conhecia o número mas atendeu.

—Alô?

—Simon— Era Deric, um dos garotos do Clube —Estou atrapalhando?

—Hummm, não. Aconteceu algo?

—Sim— Havia excitação na voz do outro. Se algo aconteceu foi algo bom —Você precisa ver o vídeo que te enviei pelo Email.

—Que vídeo?— Ele correu para seu computador e acessou sua conta de e—mail e lá estava um e-mail de Deric com um arquivo. Ele o baixou em um minuto e abriu. E ao ver o vídeo seu queixo caiu— Ai. Meu. Deus!

—Pois é. Foi gravado hoje no estacionamento da escola, ninguém sabem quem foi que o Christian defendeu. Só se sabe que foi um garoto e que Christian saiu ferido.

—Hummm. Tudo bem. Obrigado pelo vídeo— Simon tentou por controle na voz —Boa noite Deric— E desligou.

Voltou o vídeo ao início. A imagem estava meio desfocada, alguém deve ter gravado do terceiro andar do prédio de História. Christian aparece no carro e a discussão começa, o menino que é Simon entra no carro. Por causa da distância e da qualidade da imagem seu rosto saiu muito embaçado para alguém reconhecer. Mas as roupas, precisava lembrar de não ir à escola com aquelas roupas tão cedo.

Com certeza Christian ficaria puto da vida quando descobrisse o vídeo, aquilo poderia até causar sua expulsão. E com certeza iria descontar toda sua raiva em Simon. Ao pensar nisso o garoto se encolheu na cadeira. A coisa estava prestes a virar um inferno. E ele estava no meio disso.

… …

O dia chegou cinza e frio. Simon ergueu o capuz sobre a camisa, aprumou a mochila nas costas e entrou no estacionamento da escola. Havia apenas dois carros ali, subiu os degraus de entrada e encontrou o corredor vazio. Gostava de chegar cedo, assim podia pegar suas coisas em paz em seu armário, e evitar o tumulto barulhento de alunos.

Pegou os livros necessários e foi para o corredor onde Christian tinha a sua primeira aula, ele tentaria conversar com o garoto, mas logo que o viu rodeado pelo seu grupinho de amigos barulhentos, ele desistiu. Alguns daqueles garotos faziam o inferno na vida de Simon, e ele não estava disposto a se jogar no centro deles.

Simon deu meia volta e desceu as escadas em direção a biblioteca, em direção a paz familiar e as janelas altas, o cheiro de livros velhos e da cera que era passada nas compridas mesas de madeira.

Gostava de se refugiar no silêncio entre as prateleiras de livros, onde ninguém poderia incomodá-lo. Onde ele gostava de ir para se esconder de seus agressores.

E ficaria ali, até o primeiro sinal tocar.

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