Segredos de Família: Herdeiros Dominadores romance Capítulo 12

Thomas saiu do quarto da mãe e viu o irmão sentado no corredor do hospital. Os cabelos de Tiago estavam longos e bagunçados e com certeza estava mais magro. Thomas sentiu o coração mais apertado do que estava.

—Tiago, preciso falar com você— Tiago se levantou e foi até o irmão— Eu vou viajar.

—O que? Para onde? Com quem?— Tiago olhou boquiaberto para o irmão.

—Um amigo da escola. Me chamou para ficar numa casa dos pais deles. Ele vai fazer uma festa de aniversário e queria que eu fosse. Prometo estar aqui antes da mamãe sair do hospital.

Tiago passou as mãos pelos cabelos. E deu um sorriso.

—Claro. Devia ir mesmo. Você precisa descansar um pouco.

Thomas abraçou o irmão.

—Eu te amo.

—Eu também te amo maninho.

Thomas encarou a entrada da escola, a mochila com algumas coisas suas estava pesada. Clarice e dois seguranças, evidentemente alunos, estavam nos portões de entrada, já fechados naquela hora da noite.

—Thomas Lins— Cumprimentou ela com um meneio de cabeça— Uma honra tê-lo aqui. Mostrei sua foto ao pai do rapaz com quem vai... Bom, ele aprovou. Está enviando alguém para buscá-lo.

Thomas somente concordava em silêncio. Sentia—se fraco, talvez fosse a ansiedade o dominando. Seu estômago parecia cheio de borboletas.

—Você está fazendo a coisa certa— Clarice disse— Um bom rapaz pensando na família. Ah, lá vem ele.

Um carro preto de luxo vinha na esquina. Thomas esfregou as mãos no jeans da calça. O nervosismo aumentava cada vez mais.

O carro parou, Clarice deu alguns passos a frente e a porta de trás abriu. Um jovem de cabelos ruivos e encaracolados, vestindo um terno cinza com pasta na mão, saiu do carro.

Seus olhos verdes demoraram em Thomas e depois voltou—se para Clarice.

—Um ótimo produto Clarice. Aqui— E lhe entregou a pasta— Seu trabalho foi excelente mais uma vez. Thomas Lins?— Thomas assentiu— Entre no carro, agora.

Thomas lançou um último olhar a Clarice. Ela entregou a pasta a um dos seus seguranças e o abraçou.

—Use seu belo corpo da forma correta— Sussurrou em seu ouvido— Eles não te farão mal.

E se afastou.

—Me dê isso— Thomas entregou a mochila ao ruivo e entrou no carro. Viu o ruivo por a mochila no porta malas e entrar e sentar ao seu lado— De volta para casa— Ordenou ao motorista.

Thomas olhou em volta. Estava procurando o que? Armas? Ele não foi sequestrado. Estava ali porque queria. Porque escolheu isso.

—Sou Eduardo Blond, serei seu mentor e assessor pessoal— Thomas assentiu— Sr. Lins.

—Thomas, por favor.

—Tudo bem— O rapaz sorriu— Thomas, devemos esclarecer umas coisas. Você irá fazer o ritual, e depois irá embora. Não poderá mais ter contato algum com o seu Dominador. Esclarecido?

—Sim. Aonde vamos?

—A mansão. Você ficará trancado no quarto. Assim não corre o risco de se encontrar com alguém.

Realmente, vinte minutos depois estavam passando por um par de portões pretos fortemente guardados por seguranças grandalhões. O carro passou por um corredor de árvores frondosas mergulhadas na escuridão da noite. O corredor se abria, revelando uma imensa mansão no centro de um vasto campo verde.

—Ai meu Deus— Sussurrou boquiaberto.

Enquanto o carro parava em frente às portas de entrada, Thomas notou um grupo de garotos saindo pela lateral da casa.

O carro parou, Eduardo saiu e abriu a porta para Thomas.

—Seja bem vindo, Submisso.

Christian dirigiu pela cidade após deixar Simon em casa. Não queria ir para casa e enfrentar a realidade com os pais. Suspirou pesadamente ao parar em um sinal e ver um casal andando todo animado.

Havia ficado com muitas mulheres, perderá a conta de quantas quando já estava na décima quinta, mas nenhum chamou sua atenção para um possível relacionamento sério. Nenhuma mesmo.

Sua mente porém deu um salto e Simon surgiu ali. Simon com seu jeito desafiador, seus olhos curiosos e brilhantes por trás dos óculos, sua estatura e sua fragilidade, e seu cheiro. Seu cheiro cítrico. Christian nunca havia se deparado com algo tão... Angelical. O desejo de protege—ló vinham como ondas novas. Mas porquê agora?

Ele procurou uma resposta e achou só uma: estava cansado. Estava cansado daquela vida idiota onde todo mundo odiava ele. Cansado do fato de ser um rico mimado e pobre ao mesmo tempo. Estava cansado, e isso estava acabando com ele.

Ele estacionou em frente a um museu fechado e ligou para a única pessoa que entenderia ele naquele momento. A única pessoa que o amou.

—Filho?— James atendeu no primeiro toque.

—Em frente ao museu que você me trazia quando eu tinha cinco anos— E desligou.

Saiu do carro e sentou—se nos degraus de granito do museu. O prédio velho com fachada de granito havia passado por muitas restaurações. Christian lembrava da empolgação aos cinco anos quando James e Elliot o traziam ali e passavam um tarde juntos. Elliot sempre brincalhão tornava a coisa toda muito divertida. Então para Christian ir ao museu naquela época equivalia a ir a um parque para outra criança.

Esperou dez minutos e o carro prata de James estacionou atrás do seu. Ele saiu e sentou ao lado do filho. Christian passou um braço em volta dele por causa do frio.

—Tudo bem com você?— James sussurrou.

—Eu... Eu acho que tô gostando de alguém.

James se empertigou para fora dos seu braço. Um sorriso luminoso em seu rosto.

—Que bom. Eu conheço essa garota poderosa?

—A garota na verdade se chama Simon— Sua voz estava carregada de algo que ele não sabia o que era. Mais seu coração estava acelerado.

—Um garoto?— James arqueou as sobrancelhas— Como se sente?

—Confuso. Não quero ser viado. Mais gosto dele.

—Rótulos meu querido, foram criados por uma sociedade que acha que tudo tem que ser do seu jeito. Eu e seu pai sempre encaramos tudo normalmente, afinal somos um casal. Como qualquer outro.

Christian estava esfregando as mãos. Fazia isso quando estava nervoso.

—Amigos, escola...

—Amigos de verdade vão estar ao seu lado sempre. A escola é um local de estudo e nada mais Christian. Sei que é popular e daí? Querido, um dia isso acaba e ser popular não vai significar nada para você e para os outros. Mas saber de quem você gostou sim. Isso transforma meu querido.

Christian assentiu.

—Pai, o ritual...

—Não falaremos disso hoje. Hoje é uma noite importante para você.

—Você sempre sonhou com isso.

—Sonhei com isso— James assentiu sorrindo— Sonhei que um dia você abriria os olhos e veria que o que estava fazendo era errado e encontraria a pessoa certa.

—Só é estranho. Tão rápido...

—Sim. Quando abrimos os olhos é rápido. Isso não é um romance onde tudo tem de ser da forma mais dramática possível, é real. Você é real, e você tem um vida. E deve vive—lá da melhor forma possível.

Christian assentiu. Não sabia muito o que falar.

—O que devo fazer, pai?

—Você sempre foi inteligente. Eu vou para casa, seu pai está preocupado. E você... Bom, você vai iniciar sua nova vida da forma que deve ser.

James se levantou e deu um beijo na cabeça do filho e seguiu para seu carro e saiu. Christian entendeu muito bem o que o pai insinuava.

Correu para o carro e pisou fundo como sempre e seguiu pelo caminho que havia acabado de voltar, as lojas fechando e os restaurantes e bares ficando mais lotados até ele entrar no bairro residencial. Passou pelas casas com seus moradores dormindo e parou na casa que se tornou conhecida a ele.

Seu coração estava batendo muito forte. Ele desligou o carro e saiu. Pegou o celular e ligou.

—Sai. Estou aqui fora— Desligou.

Ele esperou três minutos. Acenou para uma senhora que passeava com seu cachorro. A porta da casa foi aberta e Simon saiu com passos leves para não fazer barulho. Parou na varanda de casa e olhou surpreso para Christian.

Simon usava uma camiseta azul e um short preto. Christian julgou ser suas roupas de dormir. Seu coração deu mais um salto forte ao ver aquelas pernas de fora. Ele não sentia frio?

—Christian? O que faz aqui?— Ele começou a descer os degraus.

Christian respirou fundo.

—Olha, que foda—se o mundo e tudo mais. Eu vim avisar que não posso ser seu amigo. Eu desejo muito... Muito mesmo ser algo mais.

Simon estava mais perto agora. Christian estendeu os braços e o puxou de encontro ao seu corpo e o envolveu com seus braços forte e o beijou. E Simon correspondeu.

Então Simon se afastou dele e cruzou os braços, e disse com um sorriso frio no rosto:

—Eu não amo você. Você é um idiota seco que só pensa em sexo. Eu. Odeio. Você.

—Mais eu te amo!

Christian acordou com um sobressalto. Estava soado e respirando ofegante na escuridão do seu quarto. Passou a mão no rosto para acordar melhor. Que sonho era aquele?! Não podia ser! Ele não era viado!

Procurou se acalmar ao máximo.

—Só um sonho. Foi só um sonho— Ofegou para si mesmo no escuro— Foi só a porra de um sonho.

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