Segredos de Família: Herdeiros Dominadores romance Capítulo 16

Os pés de Thomas doíam, toda sua pele doía enquanto quatro empregados esfoliam cada canto do seu corpo. Seu rosto estava vermelho de vergonha, mas Eduardo havia julgado necessário aquilo tudo, Thomas apenas obedeceu.

—Você tem de estar perfeito para o dia.

—Quer fazer eu me arrepender?

—De forma alguma— Eduardo estava na porta do banheiro, de braços cruzados observando a cena. Thomas notou que havia um brilho em seus olhos e ficou com mais vergonha— Você parece uma garota. Curioso.

Thomas bufou.

—Estou muito nervoso na verdade.

—Por causa de amanhã? não fique, vai se sair bem. Lembra de tudo que eu disse? —Thomas assentiu— Diga a mim então.

—Devo me comportar e ficar com a máscara até o final. Só posso tocá-lo se mandarem. Devo ficar em silêncio. E devo usar meu corpo para agradá-lo ao máximo.

—Muito bem. Lembra que te mostrei aquele livro com posições sexuais?

Thomas ficou mais vermelho que nunca. Lembrava bem do livro e de tendo uma ereção ao ver as fotos reais de homens sem roupa em posições sexuais diferentes e algumas até bizarras.

—Vejo que sim. Tente lembrar de tudo ok? Caso ele queira fazê-las.

—Ele sabe que vai fazer isso com alguém do mesmo sexo?

—Sim, ele sabe muito bem. E está curioso para ver você, mas as regras não permitem isso, então ele vai ver apenas seus olhos e seu corpo.

Thomas tentou bloquear a sensação de um dos empregados passando esfoliante em suas nádegas e escorregando a mão para o ânus.

—Irei embora no mesmo dia?

—Se desejar, sim. Ou pode voltar para cá e descansar um pouco— Um dedo foi introduzido no ânus e Thomas tomou um susto— Ei cara, vai com calma— Ordenou Eduardo para o empregado, que sussurrou um pedido de desculpas— Thomas, se assustou com um dedo? Imagine ao ver os vinte e dois centímetros que vão entrar em você.

Thomas olhou boquiaberto para Eduardo, que pareceu satisfeito com a surpresa do garoto.

—Oras, vamos lá. Você vai gostar. Chega! Vão embora! Eu acabo.

Os empregados ficaram surpresos mas obedeceram e saíram do quarto. Thomas olhou surpreso para o rapaz.

—O que? Não, eu acabo sozinho.

—Não seja tão virgem assim. Vamos lá, vire-se.

Eduardo dobrou as mangas compridas até os cotovelos e se abaixou e pegou um pouco do creme e passou nas nádegas de Thomas.

—Você sempre ajudou os Submissos?

—Não. Você é o meu primeiro.

—Porque não deixou os empregados acabarem?

—Não gostei da forma que olhavam para você.

—E daí? Quem liga?

—Thomas, não seja assim tudo bem?— Eduardo ligou o chuveiro— Retire o creme— E se encostou na bancada de mármore enquanto Thomas tomava banho de costas para ele— O seu Dominador ficará feliz em ver o que conseguimos para ele.

—Você me trata como um produto. Uma compra.

—Sim, não quero me envolver mais que isso. Você é lindo, é delicado, qualquer cara olharia para você. E eu sou o cara que ganhou para te ver pelado, mas não posso tocá-lo. Acha que neste momento não estou louco pra entrar nesse chuveiro e meter meu pau em você? Mas não posso— Suspirou— Como a vida é injusta. Por isso o trato como um produto. Para não desejar mais ainda em telo.

Thomas olhou para ele e se enrolou na toalha branca.

—Você diz cada coisa. Eu me sinto ofendido— Foi para o quarto— Você devia pedir para alguém substituí-lo— Vestiu um short branco que era curto demais e uma camiseta de seda— Sinto muito se o incômodo.

—A culpa não é sua.

Thomas olhou para si, aquele short era muito curto, parte da sua bunda estava do lado de fora, mas fora Eduardo que o escolhera no closet.

—Short perfeito— Eduardo foi até ele e passou o dedo indicador de leve e sua coxa esquerda— Perfeito, sua pele parece seda. Preciso ir, volto no jantar— E saiu sem dizer mais nada, trancando a porta.

Thomas acabou dormindo, e quando acordou encontrou seu jantar à espera com um bilhete.

NÃO PODEREI FICAR COM VOCÊ PARA O JANTAR. SINTO MUITO.

Thomas comeu quase tudo e depois voltou para cama, mas não deitou, ficou sentado com os travesseiros em suas costas. Eduardo não parecia mais um tipo de auxiliar, mas um garoto que gostava de ficar por perto. Mas Thomas não sentia nada por ele, sua mente estava em Matthew.

O que Matthew diria se soubesse o que estava prestes a fazer? Mas eles só haviam se falado uma vez. Mas havia sido tão bom, era como se eles já não morressem a anos, mas nem amigos eram ainda. Pensava como iria ser depois de sair dali. Será que voltaria a vê-lo?

Matthew era bonito e rico, com certeza tinha uma fila de garotas e garotos atrás dele. Não iria querer nada com Thomas, que estava se vendendo. Thomas sentiu o coração apertar e abraçou as pernas. Sua pele estava com cheiro de morango.

Era possível se apaixonar tão rápido? Porque não parava de pensar nele? Durante toda a semana havia até mesmo sonhando com ele. Estava enlouquecendo?

E ainda tinha de encarar o irmão e a mãe quando voltasse. Como iria sorrir para eles e mentir, como esconder que havia se vendido? Estava ficando com dor de cabeça.

Caminhou de um lado para o outro e ouviu vozes do outro lado da porta. Andou na ponta dos pés até a porta e colou o ouvido na madeira.

—Cadê o segurança?— Perguntou uma voz.

—Saiu. Sem querer coloquei laxante na sopa dele.

—Caios— A outra voz estava reprimindo um riso— Essa foi boa. Mais cara, achei que fosse proibido ver o submisso antes do dia.

—E é. Que se foda o que é proibido. Se não quiser isso vamos embora.

A maçaneta da porta girou, Thomas se afastou correndo e ficou sentado na cama. Seu coração estava martelando forte em sua caixa torácica.

—Merda! SAIAM JÁ DAÍ!— Thomas ouviu os gritos de uma voz masculina—QUEREM FERRAR COM MEU TRABALHO?! VÃO EMBORA!

Thomas relaxou ao ouvir passos correndo. E caiu para trás no colchão macio. O que diabos estava pensando ao aceitar aquilo?!

Christian estava no seu armário quando ouviu um barulho e um grupo de alunos vindo correndo. Fechou o armário e seguiu Até o grupo de alunos curiosos que formavam um círculo. Christian atravessou o círculo correndo ao reconhecer o armário de Simon.

Simon estava sentado no chão com sangue descendo pelo nariz e manchando suas roupas. Alex, um valentão ruivo com cara de toupeira estava em pé.

—Sua bicha imunda! Eu vou te matar.

—Vai?— Os olhares foram para a voz cortante de Christian que largou a bolsa no chão.

—Christian. Bati nesse viado antes que ele faça você virar baitola igual ele.

Christian sentiu aquele mesmo monstros crescer dentro dele. Avançou para Alex, deu um soco no queixo do rapaz com todas as suas forças. Alex voou, os alunos saíram do meio correndo, o corpo caiu no chão e se afastou alguns centímetros pelo piso.

Christian se virou para um dos garotos do grupo de leitura.

—Leve Simon para a enfermeira— O garoto assentiu e correu para Simon.

Christian andou lentamente até Alex, que olhava aturdido para Christian.

—Christian eu só quero te fazer um favor cara! Te salvar daquele baitola! Te curar! Você tá doente cara!

—Tente salvar sua vida— Falou com ódio puro na voz— Porque eu so vou parar quando tu morrer.

Os alunos em volta começaram a notar que a briga estava tomando um rumo mais sério e ninguém tinha coragem de parar alguém como Christian, principalmente com a fúria em seus olhos.

Christian se abaixou e segurou o tornozelo de Alex e torceu. O som de ossos quebrando invadiu o corredor, seguido pelo uivo de dor de Alex.

—Vá para o inferno— Christian sussurrou.

Puxou o tornozelo quebrado de Alex, o garoto bateu a cabeça no chão. Christian se aproximou e deu um chute na cara de Alex, sangue espirrou nos seus sapatos e no chão. Alex estava imóvel, ainda vivo.

Christian estava prestes a desferir outro chute quando sentiu dois braços fortes segurando os seus e o puxando para trás.

Eram Matt e Nathaniel, seus amigos.

—Cara calma— Nathaniel, o mais calmo do grupo sussurrou— Não vale a pena perder sua liberdade com um lixo desses.

Christian tentou se soltar, mais os garotos haviam prendido seus braços com força.

—O Simon está bem— Matt disse— Fica calmo.

Carol, a piranha namorada de Alex abaixou—se desesperada para socorrer o namorado.

—Seu monstro!— Gritou ela para Christian.

—Cala tua boca sua piranha!— Christian gritou— Ou quer que eu conte para todos aqui que tu fudeu com o pai desse lixo ai, ficou grávida e abortou?

Carol ficou pálida como uma folha de papel e decidiu deixar o namorado caído e saiu correndo com as vaias dos outros alunos.

—Meu Deus, Christian— Nathaniel o arrastou para longe dali, enquanto Matt checava os sinais vitais de Alex— Você enlouqueceu. Vamos sair daqui, agora.

Eles dobraram um corredor vazio. Nathaniel o soltou, o empurrando contra os armários.

—Ficou doido?!

—Ele bateu no Simon!

—Eu sei— Nathaniel respirou fundo— Todos sabem o quanto Alex é um puto preconceituoso. Aquele filho da puta merecia... Olha só, foi só uma surpresa ok?

—Imagina pra mim!

—Nunca pensamos que você... Mas não vemos problema nisso, so o Alex.

Christian assentiu. Olhou para os sapatos, estavam sujos de sangue.

—Simon, ele está bem?

—Pelo que ouvi sim. Ele vai ficar legal. Mas o Alex... Você parecia um demônio agora pouco cara. Calma.

Christian assentiu ainda respirando fundo. Estava se segurando para não ir lá e quebrar o pescoço do maldito do Alex.

—Simon não iria querer te ver preso— Nathaniel disse passando as mãos pelos cabelos negros— Vamo ver o Simon.

—Porque tá sendo legal?— Christian já começara a andar, Nathaniel ao seu lado.

—Olha, nem eu nem Matt somos preconceituosos, falávamos aquelas brincadeiras com os outros pra por medo— Deu de ombros— A gente te apoia e tal. Beleza? Acho que tá na hora dessa porra de divisão parar. Estamos numa porra de escola, temos que agir como um grupo, ou sei lá.

Christian assentiu. Atravessou a recepção da enfermeira e abriu a porta. Simon estava sentado na maca, o rosto já limpo, os olhos brilhando por causa das lágrimas.

Christian evitou o olhar da enfermeira e o abraçou e deu um beijo.

—Você está legal?— Simon assentiu. Christian enxugou suas lágrimas com os dedos eo beijou novamente— Você vai ficar bem— O abraçou mais forte— Não vou deixar mais ninguém te tocar.

—Quem é você? — A enfermeira perguntou desconcertada.

—Namorado dele— Christian disse.

—Bom, venha comigo ao posto. Vou receitar alguns remédios para dor.

—Eu vou— Nathaniel se ofereceu e seguiu a enfermeira para a recepção.

—Christian... Que sangue é esse?

—Do Alex.

—Christian! O que você fez?!

—Não se preocupe com isso. Só dei um jeito naquele babaca. Juro que ele tá vivo— Disse entre dentes a última parte— Ele que se foda, quero saber de você. Como esta se sentindo?

—Melhor. A dor está passando— Ele gemeu um pouco ao tocar o nariz— Dói só pouquinho.

Christian deu um beijo no seu nariz, depois na sua boca. Seus braços em volta de Simon, e as mãos de Simon e seu pescoço.

A porta foi aberta. E a diretora olhou espantada para a cena.

—Sr. Smith e Sr. Gray, venham comigo a minha sala— Seu olhar gélido foi a Christian e se transformou em compaixão ao olhar para Simon. Deu as costas e saiu da sala, os passos pesados.

—Fudeu— Christian sussurrou.

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