Segredos de Família: Herdeiros Dominadores romance Capítulo 17

Matthew bateu a porta do quarto com força, fora obrigado a ouvir os desaforos do pai quando o segurança contou o que ele e Caios haviam feito. Ouviu passos e olhou para a porta. Raphael entrou.

—Hora errada, eu sei. Ouvi os gritos. Que coragem em.

—Meu pai... Meu pai leva isso muito a sério!— Matthew gritou do outro lado do grande quarto.

—Sim. E devia, é uma tradição, Matthew. É quase uma religião para os mais velhos de nossa família. Eles acreditam na purificação e amadurecimento do homem quando esse se deita com seu Submisso. É quase como um ritual divino.

Matthew respirava fundo, o tórax forte subia e descia rápido.

—Amanhã é o grande dia, Matthew. E depois não passará mais por isso.

—Não queria fazer isso. Me sinto sujo. Estou amando outra pessoa, e sinto que o estou traindo. Não posso nem ir atrás dele, pois me sinto sujo demais para ficar na sua frente.

—Não seja tão rígido consigo mesmo. É sua obrigação para com a família. Esse rapaz não precisa ficar sabendo.

Matthew se jogou na cama.

—Estou ferrado. Completamente ferrado!

—Não seu dramático— Raphael se aproximou da cama— Confie em mim. Tudo vai dar certo. Agora, descanse e durma um pouco.

Matthew assentiu e quando viu o primo sair do quarto ficou em pé de um salto, não faria isso nem a pau. Abriu a porta do quarto e observou o corredor, quando constatou que estava deserto correu para o lado oposto da escadaria principal e abriu a porta para a escadaria em caracol dos empregados. Aquela escada era usada diariamente na época dos seus tataravós. Desceu devagar para não fazer barulho e abriu a porta do terio. O segurança estava ali de novo.

Matthew correu agachado para trás de um imenso vaso de plantas e correu para o mais próximo da entrada do corredor. Pegou uma pedra dentro do vaso, estava pronto para jogá-la do outro lado da sala quando Mark apareceu com uma bandeja com suco e sanduíche.

—Iae, noite difícil em?! Trouxe um lanche da cozinha— Ele deu uma piscada discreta para Matthew. Como Mark sabia dele ali?

O segurança olhou curioso para Mark que começou a dar em cima dele. E para a surpresa de Matthew o segurança caiu.

—Que tal irmos para o meu quarto?— Sugeriu Mark— Só por uns minutinhos. Nem vão notar sua ausência. E Matthew já está dormindo.

—Não sei se é apropriado.

Mark passou a mão para dentro da calça do homem.

—Ora vamos. Vejo que está interessado. Vem.

E puxou o segurança com tudo. Matthew olhou abismado os dois subirem as escadarias correndo. Anotou mentalmente para perguntar a Mark como ele sabia daquilo tudo.

Correu pelo corredor antes vigiado e deu duas batidas na porta do Submisso. Esperou um minuto e bateu de novo. Nada. Talvez ele estivesse dormindo. Sentou encostado na porta. Estava ferrado.

—Ola?— Ouviu um sussurro vindo do outro lado.

—Eu acordei você?— Matthew olhou para a porta.

—Sim. Quem é você?

—Sou o...— Não podia dizer seu nome— O seu Dominador.

Um barulho de surpresa veio do outro lado.

—Mais Você não devia estar aqui!

—Você não manda em mim— Disse com raiva e se acalmou. Aquilo não era culpa do Submisso— Foi mal. Só estou agitado por causa de amanhã.

—Nem me diga. Também estou.

Matthew tocou a porta.

—Você está com medo?

——Sim. É minha primeira vez. Não imaginava dessa forma.

—E como você havia imaginado?

O Submisso ficou calado por alguns segundos.

—Com alguém que eu amasse— Matthew notou que ele estava chorando. Não sabia o porquê, mas lembrou de Thomas. Aquele garoto lembrava um pouco o Thomas que ele tanto queria, que fazia isso para ficar livre e tentar conquistar ele.

—Não chore. Peço desculpas por passar por isso.

—Oh, a culpa não é sua. Eu escolhi isso.

—Porque?

—Preciso de dinheiro. Sim, você deve estar pensando coisas horríveis de mim.

—Não. Claro que não. Olha, preciso ir. Durma bem. Até amanhã.

—Você também. Até amanhã.

Matthew foi acordado pelos três primos. Eles usavam ternos pretos e seguravam máscaras que cobriam metade de seus rostos.

—Vamos, acordar. É o dia!!!— Gritou Mark quase pulando.

—Seu café da manhã— Caios pousou a bandeja nas pernas de Matthew— Então conversou com ele?

—Sim. Como sabia?

—Eu fiquei vigiando você— Mark relatou— Quando saiu do quarto sabia o que iria fazer. Desci correndo e fiz meu show. E não, eu não transei com aquele segurança, apenas o distrai com aquelas fotos que te mostrei no projetor.

Matthew deu um pequeno sorriso. Comeu apenas uma fatia de queijo, estava enjoado, talvez fosse a ansiedade.

Tomou um banho quente e vestiu um terno azul marinho, desceram correndo e Matthew encontrou o pai parado à porta da mansão.

—O grande dia— Exclamou o homem. Os três rapazes passaram correndo e entraram no carro preto importado de Mark— Filho, você irá virar homem hoje.

—Você vem?

—Não. Ficarei aqui, seus tios e avós virão em meia hora. Ficaremos aqui esperando vocês. Boa sorte— E abraçou o filho.

Matthew desceu correndo e entrou no banco de trás. Passou todo o trajeto em silêncio, o ritual tinha de ser feito na empresa. Algo que ele julgava esquisito até demais, mas quem se importava, todo o ritual era esquisito mesmo.

Raphael apertou sua mão em sinal de solidariedade. E eles viram a empresa se erguer diante deles. Matthew desviou o olhar, o nervosismo apenas aumentava.

Eles entraram no estacionamento subterrâneo e pegaram o elevador, Raphael digitou o código e logo chegaram a um andar de escritórios. A empresa estava vazia. Nenhum funcionário havia ido trabalhar. Matthew imaginou qual teria sido a desculpa que o pai deu para liberar todos os funcionários.

Dobraram à esquerda e ficaram de frente para um par de portas de madeira escura.

—É agora— Mark, pois a máscara e os primos fizeram o mesmo. Ele retirou uma máscara preta com detalhes prateados, que cobriram do nariz para cima— Use isso, tire apenas quando sair dessa sala.

Matthew pegou a máscara e a colocou. Seu coração martelava com força.

—Mark, não vou conseguir.

—Claro que vai. Todos ficam nervosos, principalmente com uma platéia. Mas você vai conseguir sim. Respire fundo, isso mesmo. Preparado?

Matthew suspirou, lembrou da curta conversa com o Submisso na noite passada e lembrou de Thomas. O ingênuo e delicado Thomas.

—Sim, estou pronto.

Raphael e Caios abriram as portas, Matthew respirou fundo mais uma vez e andou em direção a sala, com Mark ao seu lado.

— Eu posso explicar tudo— Simon disse assim que sentaram— se diante da diretora, em sua sala.

— Então fale.

Simon engoliu em seco e olhou para Christian, que segurou sua mão. A diretora olhou o movimento descrente. Simon explicou o que havia acontecido.

— E estão namorando mesmo?— Ambos assentiram— Quem diria não é Sr. Smith. Enfim, Sr. Smith, o que fez com aquele rapaz...— Ela balançou a cabeça— Infelizmente você tera de pedir seus pais para chamar o advogado da família, creio que isso vá parar na justiça— Christian abriu a boca para protestar, mas ela não deu chance— Você fraturou o tornozelo do rapaz com as mãos. Enfim, comporte— se, espero que esse namoro traga mais juízo a essa sua cabeça dura.

— Pode ter certeza que minha cabeça esta bem dura com esse namoro— Christian deu um sorriso malicioso. Simon corou como um tomate e a diretora revirou os olhos.

— Christian, você torna meu trabalho um tormento— Suspirou ela— Pois bem, Christian está liberado para ir para casa, assim como você Simon. Creio que a escola ira virar um caos de fofocas se continuarem aqui hoje, sem falar na onda de pais furiosos que vão atravessar essa porta. Que Deus me ajude.

Simon sentiu— se agradecido, não estava nem um pouco afim de ir a aula. Christian o levou para fora da sala.

Caminharam de mãos dadas até a saída da escola. Simon viu com horror manchas de sangue próximas às portas de saída. Olhou para Christian, que apenas olhava para frente.

Saíram para o dia ensolarado e entraram no carro de Christian.

— Sempre imaginei que a parte horrível seria revelar aos meus pais que sou...— Simon olhava triste para frente— Mas não foi... Foi isso...

E chorou. Christian o retirou do banco do lado e o colocou em suas pernas, o abraçou o mais forte que pode.

— Não vai mais acontecer, prometo— Ele beijou o topo da cabeça de Simon.

Simon respirou fundo, assentiu e voltou para o banco do carona. Christian estava sorrindo para ele agora.

— Olha só, temos o dia todo de folga. Eu já conheci meus sogros. Acho que é sua vez de conhecer os seus.

Simon olhou espantado para Christian.

— Não... Eles... Eles vão me odiar!

— Duvido. Eles não me odiaram esses anos todos, não tem porque odiar alguém como você.

— Mas...

— Mas nada— E pisou no acelerador.

Simon passou o caminho todo olhando de um lado para o outro. Nunca imaginou estar numa situação como esta. E agora estavam deixando os bairros pobres para trás e passando pelos bairros de luxo, até passarem por campos com mansões e por fim a única paisagem avista eram árvores e montanhas ao longe.

— Você faz esse percurso todo para ir a escola?

— Sim— Christian sorriu— Vale a pena, afinal você está lá.

Simon se controlou para não pular e beijá— lo. Eles fizeram uma curva e então chegaram a uma estrada de pedras quadradas, Simon viu um muro cinza, um portão negro com uma guarita ao lado.

Com a aproximação do carro os portões foram abertos automaticamente e eles passaram. Simon viu um belo jardim dos dois lados da estradinha e então olhou para frente.

No centro de um campo verde havia uma imensa construção de pedras, com muitas janelas.

— Bem vindo à casa dos Smith.

O queixo de Simon caiu. Aonde ele havia se metido?

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