Segredos de Família: Herdeiros Dominadores romance Capítulo 24

Thomas passou a mão pelos cabelos e olhou com atenção seu reflexo. Estava mais magro, os cabelos um pouco mais compridos.

Havia passado três semanas da sua saída da casa dos Smith. Ainda doía pensar em Matthew, o havia visto a dois dias, em uma loja perto do hospital, seu coração deu um salto forte, mas não foi até ele, deu as costas a loja e foi embora. Não entendia porque havia feito aquilo.

—Hurum! Bela roupa!— Thomas teve um sobressalto e olhou assustado para trás. Clarice estava parada a porta— Seu irmão abriu a porta para mim.

—O que faz aqui?— Thomas desviou o olhar.

—Soube que não tem mais visto Matthew— Thomas se encolheu involuntariamente— Você vem cumprindo o contrato, mesmo depois de um saber do outro?— Thomas apenas assentiu— Curioso. Mas saiba que nessas situações o contrato não tem valia alguma. Você e Matthew podem se falar a vontade.

Thomas desviou o olhar, não queria falar daquilo.

—Vamos lá Thomas, saia.

—Para onde?

—Lá fora. É só o que peço.

Thomas mordeu o lábio inferior. Porque devia obedecer Clarice?

—Tudo bem.

Suspirou e saiu seguindo a garota. Passou pela sala dando uma careta de desaprovação ao irmão que riu e saiu. O dia estava quente e o sol atingiu os olhos de Thomas assim que saiu na calçada.

Mais sua exclamação de espanto não foi por isso. Foi pelo fato de Matthew está na calçada, encostado em um belo carro importado preto.

—Precisamos conversar... Submisso.

Christian abriu os olhos lentamente. O quarto estava submerso em silêncio e escuridão, podia apenas ver os contos de Simon, dormindo ao seu lado. Christian respirou fundo, virou para Simon e o envolveu com seu braço, chegou perto e cheirou seus cabelos, o perfume cítrico invadindo suas narinas.

E sorriu. Sorriu porque pela primeira vez na vida se sentia bem, confortável e seguro. Seu coração deu salto. Era a primeira vez também que passou a noite com alguém sem ir embora na madrugada.

O som da chuva fustigando na vidraça atrás das cortinas era audível. Christian chegou a hora no relógio luminoso do celular, já eram nove e meia da manhã.

Simon se mexeu e abriu os olhos, ficou um tempo parado e virou— se para Christian, com um sorriso largo no rosto de anjo.

— Bom dia baby— Christian sussurrou no escuro.

— Bom dia amor. Dormimos muito?

— Sim— Riu— Mas e daí? Vamos passar o dia juntos— Christian o puxou para mais perto e lhe deu um beijo.

— Mesmo? E o que faremos?

— Passaremos o dia deitados.

— Não mesmo. Iríamos ficar dormentes— Riram.

— E o que sugere?

— Não sei bem. Vamos ver isso depois. Tudo bem?

— Claro. Está com fome?

— Um pouco, sim.

Christian assentiu e pegou um telefone preto no criado mudo ao seu lado.

— Quarto 6, café da manhã para dois— Desligou. Christian virou— se para Simon e o puxou para seus braços— Está tudo bem?

Simon assentiu, retirando uma mecha de cabelo dos olhos.

— Eu nunca pensei que estaria vivendo algo assim— Confessou.

Christian assentiu.

— Eu também não. Mas estamos aqui, e eu não me arrependo nem um pouco— Christian disse com um sorriso— Amo você, e minha vida antes de você não vale tanto assim— Deu de ombros— Eu não prestava nada.

— Não diga isso— Simon sentou em suas pernas— Você é uma das pessoas mais incríveis que conheci— Plantou um beijo em sua boca— E você é lindo— Outro beijo— E marreto— E um mais um beijo, só que mais intenso— E bom— E o beijo foi mais forte. Mas alguém bateu na porta.

Simon fez menção de sair das pernas de Christian, mais esse o segurou no lugar.

— Pode entrar— Gritou.

A empregada, uma mulher baixa e roliça entrou com uma bandeja. Ao ver a cena na cama ficou vermelha como um tomate e quase deixou a bandeja cair, porém segurou forte a peça de prata e a deixou sobre a mesa perto da janela.

Christian ainda não era acostumado com a grande equipe de criados da casa, não conhecia nem a metade, e a julgar pelos seus olhares sobre ele, não gostavam de sua pessoa.

Talvez o tenham julgado pelas cenas de bebedeira, nudez e sexo com estranhas quando o casal Smith estava fora? Provavelmente.

Simon esperou a porta fechar e riu. Christian gostou daquilo. O apertou mais em seus braços e beijou seu pescoço, deu leve chupões na pele delicada e macia.

Talvez Simon não tivesse nem noção do quanto Christian amava aquele cheiro, o próprio cheiro de Simon, um cheiro que ninguém mais tinha.

Subiu os beijos para seu queixo e depois para sua boca, dando pequenas mordidas nos lábios. Simon ofegou.

Christian colocou as mãos dentro de sua blusa e deslizou os dedos pela pele de suas costas. Simon enterrou os dedos em seus cabelos e deu puxões leves. Christian começou a levantar sua blusa, mas Simon o deteve.

— Não— Sussurrou entre os beijos— Agora não.

Christian olhou para ele.

— Sério? Tem certeza?

— Absoluta. Toda essa história de Submisso e Dominador... Acho que sexo é proibido não é?

— Sim, é— Respondeu Christian derrotado. Ninguém nunca o havia negado sexo, e agora estava ali, com seu namorado sentado em seu colo, com roupas finas, e ele não podia aproveitar— Por isso fomos interrompidos ontem.

Simon saiu de suas pernas e ficou em pé. Caminhou até a mesa.

— Venha— Virou— se para Christian com um olhar sensual que deixou o outro mais excitado que antes— Vamos comer— E deu uma piscadela, caminhando com rebolado até a mesa.

— Com certeza eu vou comer— Sussurrou Christian levantando da cama em um salto.

Simon desceu a grande escada segurando a mão de Christian. Observava o namorado em silêncio. Admirava o rosto de anjo rebelde, firme e sério, os cabelos molhados e bagunçados, deixando os fios ruivos mais escuros, quase pretos. E aquele olhos, olhos penetrantes que desarmam qualquer pessoa.

A chuva havia começado a ganhar força, as janelas ainda protegidas pelas grossas cortinas de veludo escuro. Seguranças mantinham— se calados aqui e ali.

Simon apertou um pouco mais a mão de Christian e deu um beijo em seu pescoço. O outro o envolveu por trás e foram andando assim até a sala.

O espaço era claro, com sofás por todos os lados, uma lareira de mármore com uma TV embutida na parede logo acima, as cinco longas janelas estavam cobertas.

Christian sentou no sofá e puxou Simon para sentar em seu colo. Ficaram deitados no sofá. Simon podia ouvir com precisão os batimentos do outro. Beijou seu peito por cima da camisa vermelha.

— Falei com meus pais mais cedo— Disse— Eles virão aqui, assim que o tempo melhorar— Olhou para Christian. Havia algo em seu olhar— Amor? O que houve?

Christian o apertou mais em seus braços, Simon beijou sua boca delicadamente.

— Amor, fala comigo. Eu fiz algo errado?

— Não, não— Christian piscou— Eu só estava pensando.

— Pensando em quê?

— Nada demais— Havia algo contido em sua voz.

— Pode falar para mim— Simon beijou seus lábios mais uma vez.

— Fico imaginando quanto tempo vai levar, até você notar que sou um babaca.

Simon arregalou os olhos. Ele estava mesmo dizendo aquelas coisas? Christian Smith estava inseguro?

Simon porém voltou logo a si e sorriu.

— Eu jamais, jamais mesmo vou fazer isso. Eu amo você. E você é uma pessoa maravilhosa, e eu tive a grande sorte do mundo de estar aqui com você. Em seus braços.

Beijou seus lábios e passou os dedos pelos cabelos ruivos do namorado, eram macios e cheirosos.

— Christian, eu te amo— Deu outro beijo— E não vou mudar de opinião dessa forma. Sabe disso.

— Mas não acha ir longe demais essa coisa de Submisso e Dominador?

— Não se for por amor— Simon disse decidido— Vamos passar por isso juntos— Entrelaçou os dedos e o beijou mais. Amava o gosto de Christian, era algo viciante.

Christian o puxou para mais perto de si e o beijou mais, os corpos tão colados que pareciam um só.

Então as portas foram abertas. Simon deu um pulo para o lado e se sentou reto, Christian ao lado passava as mãos pelos cabelos ruivos, visivelmente frustrado. Simon sentiu uma vontade imensa de beijá— lo, mas o recém chegado já estava parando diante deles.

Era um homem bonito, pensou Simon, provavelmente a mesma idade do Sr. Smith, porém parecia mais alegre, como se o peso de problemas nunca houvesse existido para ele.

— Christian, bom vê—lo aqui. Onde estão todos?

— Meus pais devem estar no escritório de cima, ou no quarto— Christian, notou Simon, estava fazendo esforço para não ser mal educado— E você, veio nessa chuva?

— Sim— E olhou para Simon— Esse é seu namorado, suponho?

— Sim— Christian respondeu respirando fundo.

— E o futuro Submisso pelo que soube— Simon tentou não ficar vermelho com a ideia de mais gente estar sabendo daquilo— um belo rapaz.

— Simon, esse é Stefan, primo do meu pai— Christian disse pondo— se de pé e seguindo para a janela, abriu um pouco a cortina.

— Um ato de coragem— Stefan disse sentando no sofá de frente e cruzando as pernas— Ao meu ver esse Ritual é ridículo e antiquado. Deveria haver renovações.

— Mais já ah— Christian disse fitando o tempo de chuva. Simon perdeu o fôlego ao ver Christian ali em pé, lindo e imponente. Como alguém como Christian fora olhar para ele?— Por exemplo meu caso, eu já posso escolher meu Submisso.

— Não é legal ainda. Sabe que isso é inteiramente ilegal. Porém, divertido. O Conselho enferruja, e não quer ver as mudanças em volta— Sorriu para Simon— Somos uma família antiga, existem Smith por todos os lados nesse mundo— Simon sorriu, achava engraçado a forma como Stefan debocha da própria família— Crescemos aos montes.

— O senhor passou pelo ritual? — Perguntou Simon ajeitando os óculos que por conta da cessão de beijos haviam ficado tortos.

— Ah sim! Mais faz muito tempo— Stefan disse animado— Meu Submisso era da Academia Hiance, a escola de Submissos. Existem muitas por aí, mas a Hiance tem uma grande história com os Smith, apesar de terem outras famílias integradas, a Hiance é puramente fiel aos Smith.

Simon desviou a atenção para Christian, o namorado havia ficado rígido aonde estava, pálido e com olhos frios como gelo, em direção a Stefan.

— Stefan— Gruiu com sua voz de trovão— Sugiro que paremos aqui, e agora.

Simon então apertou os olhos.

— O que foi? O que foi Christian?— Indagou. Simon olhou para Stefan que estava com a boca aberta e os olhos arregalados, olhava de um garoto para o outro— O que estão escondendo de mim?

Christian virou— se para o namorado e seguiu Até ele. Segurou suas mãos.

— O Conselho acredita que você deve passar por um treinamento como Submisso— Engoliu em seco— Acham que você deve aprender a se tornar um Submissos. Eles não querem que só James o instrua... Eles querem te levar para a Academia Hiance.

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