Segredos de Família: Herdeiros Dominadores romance Capítulo 25

Christian olhou para Simon, o rosto do outro ficando pálido como gelo. Ouviu Stefan se levantar do sofá e se aproximar. Talvez estivessem esperando alguma reação explosiva de Simon, porém o garoto piscou e respirou fundo.

— Eu vou.

— Não.

— Não sabemos se será necessário ainda— Stefan anunciou— Elliot e James estão fazendo o possível para não ser necessário.

— Não pode ser tão ruim assim— Simon deu de ombros.

— Não nos veremos por um tempo— Christian disse.

— É ruim então— Simon disse pensando.

Christian o puxou para o sofá e o sentou na suas pernas e envolveu o outro com seus braços fortes.

— Daremos um jeito.

— A Academia não é tão má assim— Stefan sentou no braço do sofá— Já fui lá duas vezes, para a Semana da Cultura. Há muitos Submissos belos lá.

Christian olhou para Stefan com frieza. Não era hora de falar daquilo.

— Mas— Stefan buscou corrigir o erro— Nada mais belo que Simon— Se pois de pé— Agora, preciso subir para meu quarto. Estou com dor de cabeça.

Assim que Stefan saiu Christian o puxou para um beijo. Precisava sentir a boca de Simon a todo instante. Precisava comprovar que ele era real, e não um sonho realista que quando acabava deixava para trás somente a decepção.

De acordo com as horas que iam passando a chuva foi enfraquecendo, até a noite, o céu surgir salpicado de estrelas, com uma lua grande e pálida. Christian e Simon passaram o dia caminhando pela mansão, Christian mostrando os velhos quadros dos antigos Smith. Simon parecia fascinado com tudo, e isso deixava Christian mais feliz.

Estavam prestes a ir para a sala de jantar comer algo quando Elliot e James chegaram. Pareciam exaustos, notou Christian.

— Onde estavam o dia todo?— Perguntou ao pé da escada, com Simon entre seus braços.

— Resolvendo problemas na empresa e com o Conselho— James disse.

— Então?

— Os pais de Simon estão vindo para cá. Precisamos conversar sobre algumas coisas:a decisão de Simon, alguns regulamentos— Elliot disse— Vocês dois irão participar da conversa desta vez.

Christian capturou o olhar do pai que foi lançado. Era um olhar que dizia preocupação e notícias sérias. Ele não gostou nada daquilo.

Quando os pais de Simon cruzaram as portas duplas o garoto correu para abraça— los. Christian ficou no topo da escada, com os pais, observando a cena que eles não reproduziam a anos.

Christian sabia que a maior parte dos problemas familiares eram culpa dele, da sua rebeldia e da sua arrogância. Mas aquela situação e Simon o estavam mudando aos poucos, por dentro, ele já sentia diferença.

O casal Gray se aproximou. Christian sustentou o olhar afiado de Phenelope. Ele podia imaginar com facilidade a garota rebelde e nascida para os negócios que os seus pais conheceram.

— Vamos ao meu escritório— Elliot indicou subindo as escadas.

Christian pegou a mão de Simon e subiram atrás dos adultos. O seu coração estava batendo forte como um tambor, fazendo sua caixa torácica doer. Estava perturbado com o olhar que capturou do pai.

Entraram no grande escritório, agora as cortinas pesadas de veludos puxadas para o lado, revelando as grandes janelas e o céu salpicado de estrelas lá fora. Christian puxou Simon para uma poltrona e os adultos se acomodaram nos sofás.

— Estamos aqui para discutir a iniciação de meu filho Christian Smith— Elliot falou— , com seu Submisso Simon Gray.

— Pule essas partes formais— Phenelope disse fazendo um gesto de descaso com a mão— Disse que havia assuntos urgentes.

— Sim, assuntos esses que chegaram em forma de carta a meu esposo.

James empertigou— se no sofá e encarou todos. Christian ficou orgulhoso ao ver o olhar decidido do pai.

— Arlais Smith, da Espanha me enviou uma carta— Ele retirou um papel pardo do bolso da calça e desdobrou. Christian segurou com mais firmeza a mão de Simon— Que esta carta chegue a James Lins Smith com a velocidade de um furacão. Fui informado mais cedo, por dois membros do Conselho Smith, que o jovem Christian Bernard Smith esta preste a passar pelo Ritual, e não fosse só isso uma grande surpresa, fui informado que planejam eleger o próprio namorado do rapaz como seu Submisso. Devo lembrar— lhe que as regras são bem claras, Dominador e Submisso não podem se conhecer. Porém, conheço a muito o amor juvenil, e sei da intensidade feroz do mesmo, por isso proponho uma saída, que devo revelar, foi usada somente uma vez, a setenta anos atrás. Leve o rapaz eleito Submisso a prestigiada Academia Hiance, que vem servindo não só nossa família, mas as mais antigas e nobres famílias do mundo, como os Bardy, Boods, Crowley, kanavak e Muryank. O menino deverá entrar como um garoto qualquer, e você e seu marido devem pedir formalmente que o rapaz Christian seja levado a Academia para a escolha de um Submisso, e desta forma ele poderá escolher o seu amado. E por assim diante seguirem para o ritual". O resto são só despedidas.

— Esse é o plano?— Phenelope indagou cortando o silêncio— Jamais! Não vou permitir que meu filho entre num lugar desses! Não!

Matthew acelerou, olhando para frente. Quando parava em um sinal aproveitava para olhar Thomas de lado. Ele havia mudado, suas roupas estavam um pouco melhor, e estava mais magro, mas continuava baixo.

Queria dizer algo, estava esperando por isso a bastante tempo, tinha de esperar um pouco mais. Agradecia mentalmente Clarice por ter ajudado a encontrar o endereço de Thomas. E chingava o Conselho por ter desaprovado o ato. Eles sabiam o que estava em jogo.

Matthew mandou todos se foderem, o dinheiro era dele e fazia o que quiser.

Estacionou e ouviu Thomas suspirar. Eles estavam no mesmo lugar onde haviam se conhecido a algum tempo. O lago estava silencioso e a grama cheia de pessoas aproveitando o dia de sol para um piquenique.

Caminharam em silêncio até a sombra de uma das árvores que rodeavam o lago. Matthew sentou ao lado de Thomas, estavam tão próximos que os braços se tocavam.

—Porque aceitou isso?

—Porque sua família faz isso?

Matthew sentiu vontade de trocar de família, se sentia sujo com tudo aquilo. Sentia que somente Thomas podia fazê—lo uma pessoa melhor.

—Sinto muito. Eu sei que é errado, mas... Isso está na minha família a muito tempo. E porque aceitou ser o Submisso?

—Eu precisava. Minha mãe está doente. Eu precisava ajudar meu irmão de alguma forma— Matthew viu os olhos do outro brilharem, ameaçando a chegada de lágrimas.

—Eu... Eu fiquei muito mal por ter feito aquilo. Me senti sujo.

—Eu também. Eu me sinto horrível. Um lixo.

Matthew passou o seu braço em volta de Thomas e se aproximou, e deu um leve beijo na sua nuca.

—Você não é lixo. E eu jamais te veria assim— Com a outra mão livre passou o dedo pelo rosto de Thomas— Você é lindo, você é doce. Você é o oposto de mim. Talvez seja por isso que eu tenha me apaixonado por você.

E o beijou. Não foi o beijo mais demorado do mundo, mais para Matthew foi o melhor de todos. Era como se o mundo finalmente tivesse parado, como se as coisas certas estivessem nos lugares certo.

Puxou Thomas para suas pernas e o envolveu com seus braços.

—É como se eu finalmente estivesse em casa— Thomas sussurrou— Como se tudo fizesse mais sentido.

Matthew beijou sua nuca.

—Você é a bondade desse mundo. Sem pessoas como você, pessoas como eu teriam morrido muito mais cedo que o esperado.

Thomas apertou sua mão.

—Não diga isso. Jamais.

Matthew o beijou novamente, não se importava com os olhares curiosos. Se tivesse beijando uma garota também iria ficar olhando certo? Então o melhor a fazer era mandar todos os metidos se…

Matthew estacionou em frente ao hospital. A estrutura de vidro e mármore sempre deixou Matthew apreensivo, era como um daqueles locais que você tem de ir, mais nao quer.

Decidiu acompanhar Thomas na visita a mãe. Iria visitar sua sogra, certo? Mas isso soava muito estranho, nunca havia namorado antes, a não ser aqueles relacionamentos de uma semana.

Desceu do carro, e abriu a porta para Thomas e segurou sua mão.

—O que está fazendo? —Perguntou Thomas surpreso.

—Segurando sua mão?

—Bom, sim eu sei. Mais as pessoas...

Matthew disse antes que ele acabasse.

—Está devendo algum dinheiro a essas pessoas?— Thomas balançou a cabeça negativamente— Elas pagam suas contas?— Thomas negou novamente— Muito bem, por esta preocupado com elas então?— Thomas não soube o que responder— Isso mesmo, eles são eles, vamos viver nossa vida.

E empurrou a porta de vidro para o hall de entrada.

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