Simon repousou a cabeça no vidro gelado do carro dos pais, e olhou para trás, vendo a mansão se perder a distância, no escuro.
Seu coração dava um aperto forte quando lembrava da forma que seus pais o arrastaram para fora da propriedade ao saberem da Academia. Não teve tempo nem de se despedir ou pedir desculpas pelo comportamento deles. E as lágrimas ameaçavam cair quando sua mente o machucava com a imagem de um Christian em choque com toda a cena, tentando segui- los, mas impedido pelo pai.
Seus pais tentaram uma conversa sobre a situação, mas assim que o carro parou em frente a casa, Simon pulou para fora e entrou em casa correndo, subiu as escadas e entrou no quarto, trancando a porta. Se jogou na cama, e deixou as lágrimas saírem.
Ouviu alguém bater na porta mas não respondeu.
— Simon, querido, abra a porta. Vamos conversar— Era sua mãe. Ele sentou na cama— Simon, abra essa porta— Ele enxugou as lágrimas na manga da blusa e destrancou a porta. Voltou para cama— Querido... Precisamos conversar.
— Conversar sobre o que? Sobre a cena horrível de hoje?
— Também. Eu não devo mentir, a ideia de seu namoro com um Smith me deixou preocupada. Sabia que você iria acabar se metendo neste caminho, mais cedo ou mais tarde— Ela sentou ao seu lado. Passou o braço por sua cintura— Eu sei mais do que você sobre esse mundo. Consegui vários Submissos para os Smith.
— Mas eu amo Christian. Eu sei que amo.
— Eu sei. Sei o quanto eles são arrebatadores. Nunca me apaixonei por nenhum deles, graças a Deus. Mas lembro o quanto Elliot era uma tempestade aonde chegava. Igual Christian.
— Eu quero ir. Eu quero ir a essa Academia.
— Acha mesmo que vale a pena?
— Acho. Acho sim.
— Mas...
— Mãe, eu sei o que sinto por ele. E sei do quanto sou capaz por ele.
— Não quero que se machuque. Um amor tão repentino assim...
— Mas é amor. Não importa o tempo. Importa a veracidade dele.
— Acha que está preparado?
— Estou. Eu sei que estou preparado. E minha decisão já foi tomada, gostaria que respeitasse ela.
— Tudo bem. A decisão é toda sua.
Simon fora proibido de ver Christian, assim que sua mãe ligou para informar sua decisão.
— O jogo começa aqui— Disse ela enquanto Simon fazia sua mala— Você agora é oficialmente o Submisso de Christian e ele é seu Dominador. Não poderão se ver até o dia do Ritual. Amanhã um carro virá buscá— lo e levá— lo a Academia Hiance.
Simon tentou de todas as formas se comunicar com Christian, mas fora frustrado ao notar dois seguranças na entrada de sua casa e seu celular sumiu do nada e todos os telefones da casa haviam ficado mudos e a internet cortada. Ele estava isolado.
A tarde seu pai trouxera a carta de suspensão temporária da escola. Havia alegado que Simon estava muito doente e precisava fazer um tratamento em outro país, a diretora que sempre confira em simon, assina o papel, insistindo em ver seu melhor aluno, e o Sr. Gray precisou inventar uma ótima desculpa.
— Filho, é isso mesmo que quer fazer?— Perguntou o homem.
— Sim pai. Tenho certeza absoluta.
Então porque tinha um frio no estômago que o fazia se sentir mal, piorar?
Passara a noite revirando na cama, com calor e quando conseguia cochilar tinha pesadelos com um corredor escuro e amplo, cheio de homens mascarados e sem roupa.
Fora acordado no dia seguinte por sua mãe. Ela estava agitada, mandou que ele se vestisse e seu pai apareceu para carregar a mala para o andar de baixo. Quando Simon desceu deparou— se com uma cena inusitada: Havia um carro preto e luxuoso lá fora, quatro seguranças formando uma passagem segura Até o carro e um jovem na porta conversando com seus pais.
Ele devia ter uns 20 anos, usava terno. Tinha uma pele morena e olhos castanhos claros e cabelos negros.
— Simon, ele é seu Cuidador— Sua mãe informou— seu nome é...
— Sou Raphael Smith— Disse o rapaz segurando a mão de Simon e dando um beijo nas costas da mesma— É um prazer conhecê— lo. Não precisam se preocupar. Cuidarei de Simon.
— Assim espero— Disse o Sr. Gray asperamente.
Simon assentiu e se virou para os pais. Era hora da despedida.
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