Meu Senhor romance Capítulo 4

***Eduarda Amorim

-Você realmente é uma boa escolha pra ele. Nunca te vi apaixonada por ninguém, nem pelo Andrey, sendo que a maioria das submissas já curtiu uma paixão pelo nosso professor.

Andrey é lindo! Um francês de cabelo comprido ondulado e músculos. Muito músculos.

Nosso professor... Aquele que treinou a maioria das submissas do internato. Com alguns até rolou algo sexual, mas comigo nunca rolou nada. Foi só treinamento mesmo. Como Sabrina disse, eu pareço ser a única que não caiu em seus encantos!

-Eu te disse que fui forjada na desilusão, nunca vou me apaixonar.

Sabrina Ri.

-Você é virgem Duda.

-Nem tanto. Só não houve penetração, mas já fiz sexo com algumas pessoas.

-Mas não conta... Quando você pega uma pessoa experiente que te faz chorar de prazer, duvido que você não se apaixone.

-Ele te fez chorar de prazer?

Sabrina ri novamente.

-Não só chore, implorar e espernear... Sinceramente esse homem é um sonho!

-Foi por causa dele que você aceitou a proposta de ser professora?

-Não. Eu ainda procuro um dominador, afinal, eu preciso me sentir completa. Mas eu sei que, vai ser difícil encontrar um que me faça permanente, então eu resolvi cuidar de mim e da minha cabeça. Se lá pra frente aparecer alguém, estarei no lucro.

-A madame disse que ele procura uma submissa permanente também, então porque ele nunca ficou com ninguém?

-Ele é muito exigente! Talvez por isso não tenha encontrado a submissa perfeita!!! Sempre falta algo. Quando ele tirou minha coleira, ele me disse que eu era perfeita, mas ainda assim, ele sentia falta de algo que nem ele mesmo sabia.

-Então o problema é com ele, não com as submissas.

-Provavelmente, mas agora ele permitiu mudar as escolhas. Quem sabe pegar uma virgem ele molde da forma que ele quer. Sem vícios de outros dominadores. Mas eu quero que vá com os pés no chão Duda, não quero ver você com o coração partido. Lembra o que Andrey sempre nos diz:

-No BDSM existe muita disciplina, dominação, cumplicidade e servidão. Pode até existir paixão por um tempo, mais amor, é algo que não está presente na maioria dos relacionamentos.

-Então querida, não se iluda pelo o que ele te fornecer.

-Não me iludo.

Ela sorri pra mim, olha para a foto e suspira.

-Ele continua um gato, mesmo eu não o vendo a um ano. E os amigos dele... são perfeitos!

-Eu vi a cláusula que ele compartilha com os amigos.

-São dois, lindos e gostosos como ele. Você não vai se arrepender.

-Me conta como é a casa dele?

-Imensa. Mestre Arthur é um CEO muito poderoso. Tem uma ala apenas para sua submissa. Empregados que cuidam dela. Ele não quer uma submissa para cuidar da casa dele ou organizar a sua vida, para isso ele tem empregados, e são muitos. Ele quer uma submissa que se dedica a ele 24 horas do dia, sete dias na semana. Apenas um ele. E ele retribui a altura, sempre... De resto você vai descobrir...

-Estou ansiosa, amanhã jantaremos.

-Ele te disse como se vestir?

-Aqui diz que é para eu ir de lingerie preta e um vestido preto que se abre pela frente. Sapatos altos e cabelo num rabo de cavalo.

-Ele ama que suas submissas se vistam de preto. E ele escolhe tudo, desde a lingerie, aos sapatos e como seu cabelo estará penteado. Ele é exigente Duda, você não terá voz para essas coisas. Alguns dominadores não se importam, que a submissa se vista sozinha, ele se importa. Você só usa o que ele quer, quem manda em seu corpo e ele, seja um cílio postiço ou no modo que você faz sua depilação ou colore suas unhas. Ele te alimenta, ele te dá banho, ele escolhe seu perfume. Você é uma bonequinha dele.

-Ele diz isso aqui.

-Já tenho o vestido perfeito, posso te emprestar.

-Será que cabe, você é mais magra que eu.

-Bobagem, cabe sim, ele é regulável.

-E o que acontece neste primeiro encontro?

-Vocês vão se conhecer um pouco, vão conversar sobre o contrato. Ele vai analisar seu corpo, vai ver como você reage a ele. Essas coisas, nada mais que isso…

Eu suspirei empolgada.

E não é isso o que sempre quis na vida? Alguém que cuidasse de mim?!? Se pra ter isso, eu preciso fazer alguns agrados, farei…

Fora que sentir prazer, através da dor, foi a descoberta mais emocionante que eu fiz nesse processo de autoconhecimento.

Eu vou para um espaço que não é meu. É excitante, gostoso e muito prazeroso!

Seria perfeita se fosse permanente. Mas mesmo assim, eu não vou perder essa experiência. Mesmo que eu resolva não seguir esta forma, mais eu preciso passar por essa experiência.

E vou, ou eu não me chamo Eduarda!

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