Meu Senhor romance Capítulo 89

Alguns dias depois

Eduarda Amorim

Me olho no espelho mais uma vez. Estou apresentável? Bom eu acho que sim...

Estou insegura... Pela primeira vez, escolhi uma roupa para ir num jantar, na casa de meus sogros.

Algumas coisas mudaram por aqui. Meu Senhor está se esforçando a seder um pouco do controle. Uma das coisas que mudaram, são minhas roupas.

Ele só pediu para que eu sempre usasse o que ele tolerava, não o que era proibido.

Eu concordei... Não custava nada...

Por mim essa mudança não teria acontecido, porque eu verdadeiramente não me importava, que ele escolhesse minhas roupas. Já estava até acostumada com isso.

Outra coisa que mudou foi o lance de ficar nua o tempo todo. Eu precisava circular pelo casarão, já que agora eu era a Senhora daquele lar, então não tinha como ficar andando nua e de roupão o tempo todo.

Mais ele sempre pedia, que quando eu estivesse na minha ala, eu ficasse nua para ele.

Açucena continuava cuidando de mim, agora tínhamos uma governanta. Foi até bom, que eu e a governanta começamos a descobrir o casarão juntas, já que eu nunca me aventurei por aqueles lados.

Eu continuava tendo uma ala.

Eu continuava tendo um quarto separado do meu senhor.

E eu continuava tendo minhas obrigações.

Mais agora eu tinha permissão de tomar algumas decisões, desde que eu o consultasse antes de tudo.

Eu poderia lidar com isso.

As câmeras da minha ala continuavam. Ele não abria mão disso... E eu já havia me acostumado, então não me importei.

Ele continuava sendo o dominador da relação. Ele continuava cuidando de mim, como nunca ninguém cuidou. E isso foi uma das coisas que pedi a ele.

Ele se excitava em fazer isso, e era prazeroso para mim também.

Nosso sexo baunilha era excepcional, e os jogos também. Quando eu entrava no quarto de jogos, eu me tornava a submissa mais obediente do mundo.

Quando estava fora, eu ainda era obediente , mais com algumas particularidades.

Agora eu não precisava mais pedir permissão para tocá-lo, e nem para entrar nos cômodos em que ele estava. Eu andava em pé, não precisava mais engatinhar. Apenas no quarto de jogos que isso era lei.

Continuei com a minha faculdade, só que dessa vez além de Ítalo, eu tinha a Vanessa... Ou seja... Até no banheiro eu era acompanhada por um seguranca. Mais depois de tudo que aconteceu, eu também não me importava. Não queria passar por isso novamente.

Ele continua me compartilhando com seus amigos/irmãos. Isso não mudou... Ele precisa disso e eu também. Então está tudo certo.

Hoje escolhi um vestido até os joelhos, reto e com decote em "v". Simples e elegante!

Escuto minha porta se abrir e olho do espelho, vendo Açucena se aproximar.

-Está linda!

-Na altura da minha sogra?

-Sim Senhora.

Ela vai até o closed e volta com um scarpan preto altíssimo.

-Esse vai ficar perfeito!

-Obrigada Açucena.

-Ainda quer fazer a trança?

-Sim, acho que cabelo solto não combina com essa roupa.

-Ok!

Me sento na cadeira e ela começa a trançar meu cabelo.

-E a maquiagem?

-Bem simples. Arthur não gosta de nada carregado.

Ela ri. Olho para ela pelo espelho e digo.

-Que foi?

-Mesmo podendo escolher sua maquiagem, e suas roupas, a Senhora continua fazendo o que ele gosta. Não mudou nada ...

-Eu tenho os mesmos gostos que ele. O que posso fazer? -ela solta uma gargalhada.-Você sabe do que se trata a surpresa?

Eu estou muito curiosa.

Meu Senhor me disse, que tem uma surpresa para mim essa noite!

Eu amo surpresas! E surpresas vindas dele são as melhores.

Mais estou ansiosa para saber o que é, ninguém quis me contar.

Neste jantar vão estar Bernardo, Paulo, os pais dele e meus sogros. Só a família!

Então qual seria a surpresa???

-Nao sei... Não me contaram, porque sabiam que ia ficar no meu pé pra saber o que é...

Eu sorrio...

-Estou ansiosa!

-Novidade...

Ela diz revirando os olhos...

Só espero que seja uma surpresa maravilhosa!

Eu estou tão feliz, e não me canso de agradecer todos os dias pela benção que é estar com Arthur.

Se eu soubesse , lá atrás, que meu futuro seria assim... Eu não me importaria de ter passado por tudo que passei.

Valeu muito a pena!

-Pronto... Agora vamos deixar esse rostinho mais lindo do que já é...

Eu sorrio para ela...

************************

Ele me ajuda a sair do carro, enquanto Beto fecha a porta.

Vejo ele fazer sinal para Ítalo e Vanessa, e os dois entram conosco

-Vai ter mais pessoas neste jantar?

Porque para ele mandar os dois entrarem conosco. Só pode ser isso...

Ele sorri, e não fala nada.

Toca a campainha e Maria abre a porta sorrindo.

-Boa noite Maria!

-Boa noite Senhor e Senhora, estão na sala de estar.

Ele confirma com a cabeça, e continua andando me puxando.

Quando chego lá tomo um susto. Boto a mão na boca.

Vejo Sabrina, Andrey, Madame, Camila, e a família dele junto com a família de Bernardo e a família de Paulo.

-Meu Deus!

Ele imediatamente se vira me olhando, tira uma caixa do bolso e se ajoelha na minha frente.

-Eduarda Amorim, aceita casar comigo? No papel, porque já moramos juntos, já dividimos tudo ...

Ele parece meio incerto em me olhar, talvez com medo de que eu recuse. Eu só vejo Arthur inseguro, quando se trata dos meus sentimentos em relação a ele. E eu acho isso tão fofo!

Começo a chorar e confirmo com a cabeça.

-Bonequinha, você tem permissão para falar...

Ele diz e todo mundo começa a ri da minha cara...

Eu rio também ...

-Sim, eu aceito!!!

E minha sogra dá um grito pulando no mesmo lugar, batendo palmas. Todo mundo faz o mesmo.

-Até que fim vou ser padrinho de um casório! - grita Bernardo atrás de mim.

Ele põe o anel em meu dedo, se levanta e me beija.

E todo mundo bate palmas novamente.

-So espero que não chova canivete hoje! - fala Paulo rindo.

A Madame se aproxima, e me abraça com carinho.

-Querida quem diria! Eu não poderia ter planejado um futuro tão brilhante para você. Estou muito feliz!

-Obrigada por tudo senhora! Eu não sei o que seria de mim, se a senhora não tivesse aparecido em minha vida.

-Que nada... Obrigada por você ter aparecido na minha vida.

Nos abraçamos mais uma vez. Ela olha para o Arthur e diz:

-Cuide bem dela!

-Cuidarei Senhora!

Andrey se aproxima e sorri.

-Parabéns garotinha! Seja feliz!

-Obrigada Professor!

Ele aperta a mão do Arthur e se afasta.

Agora quem chega são as meninas: Sabrina e Camila.

-Que bom que vocês estão aqui! -falou para as duas.

-Claro que estaríamos. Não perderia isso por nada. Estou esperando sua visita em minha loja. -Diz Camila sorrindo.

-Eu e Sabrina vamos combinar de ir juntas.

-Boa idéia! - Sabrina diz me abraçando.

-Quero que você seja muito feliz amiga!

-Eu também. -Sabrina me abraça mais uma vez.

Elas falam formalmente com Arthur e se afastam.

Assim, cada um dos presentes, vão se aproximando para nos parabenizar pelo noivado.

Depois de um tempo, champanhe é servido para todos.

E eu o chamo. Ele se abaixa e digo:

-Me enganou direitinho.

Ele sorri.

-Achou que eu não ia querer uma cerimônia de casamento? Minha mãe me mataria se ela não pudesse organizar uma ...

Aí me dou conta...

Festa?

Casamento?

Convidados?

Gemo de antecipação...

-Se anime-se, vai aguentar D. Eleonora visitando todas as lojas de vestidos de noiva, sabendo que você quer guardanapo da cor gelo ou da cor branco, se um salão com 500 convidados está bom ou não.

Eu gemo mais uma vez.

-Acho melhor fugirmos e casarmos na praia.

-Tambem acho! Mais você vai contrariar sua sogra?

Ele diz no meu ouvido.

-Duda... Já tenho várias ideias para o casamento... -ela pega no meu braço e sai me puxando para o meio das mulheres mais velhas. Arthur me dá tchauzinho divertido.

Senhor me ajude!

*****************

Arthur Albuquerque

Vejo minha mulher de longe sorrindo. Eu tinha que dar essa experiência para ela.

Por mim só oficializaria a união. Mais ela já não teve nada na sua infância e adolescência. Não teve amigos, não teve uma casa, não teve uma família. Foi rejeitada por várias famílias durante o período que morou no orfanato.

Ela merece passar por todas as etapas.

Ela merece...

Bernardo se aproxima já bem alegre. Ele anda bebendo mais do que o nomal. E isso anda me preocupando.

Parece ter se recuperado do rompimento com Camila. Mais eu sei que isso é pura fachada.

-Como está se sentindo, como o primeiro enforcado dos três mosqueteiros?

-Por incrível que pareça bem. E aliviado por ela ter aceitado. -Paulo se aproxima e ri.

-Eu disse que ela ia aceitar...

-É você disse...

- E eu achando que você seria o primeiro a se enforcar de nós três. -diz Bernardo olhando para Paulo.

-Me dá esse copo Bernardo. -fiz Paulo pegando o copo da mão dele.

-Nãooooo... Você não é meu pai Paulo...

-Mas eu estou propenso a ir falar com ele, sobre seu comportamento.

Diz Paulo tirando o copo da mão dele, e entregando ao garçom e pedindo um copo de água.

-O que está acontecendo Bê? -pergunto para ele.

-Nada... Vocês que andam muito caretas... Que saco! Acho que já está na hora de procurar outros mosqueteiros para mim...

Ele sai andando para fora da casa.

-O que está acontecendo Paulo? Eu tenho ligado para ele e ele tem me ignorado. Semana passada faltou na reunião dizendo que estava doente, ele nunca fica doente. Agora está bêbado. Faz décadas que não vejo Bernardo bêbado.

-Eu não sei de nada... Comigo ele anda do mesmo jeito... Precisamos nos reunir para conversar e encostar ele na parede. Antes que seja tarde demais...

-Vamos marcar...

Provavelmente tem a ver com Camila. Mais não vou ficar fofocando com o Paulo sobre a vida dele, sem ele está presente. Precisamos intervir juntos, e resolver juntos, qualquer problema que seja.

Procuro minha menina, e ela continua no meio das mulheres mais velhas. Ela me olha com olhares de súplica e eu sorrio, indo em sua direção.

-Às Senhoras poderiam me dá licença. Preciso falar com minha noiva...

-Claro meu filho... Noiva é música para meus ouvidos... - diz minha mãe sorrindo.

Seguro sua mão e a tiro dali.

-Obrigada por me salvar...

-Sempre querida...

-Sério... A mãe do Paulo estava dizendo, que eu devia usar um vestido vermelho.

Eu caio na gargalhada.

-Nao ri Arthur...

-Ela se casou de vermelho... Foi por isso.

-Sério? Mais como...

-Ela teve duas cerimonias. Uma num templo budista e a outra foi na praia, uma cerimônia das rosas.

Aí cai a ficha dela.

-Agora entendi. Elas estavam falando todas juntas.

-Você gostaria de ter uma cerimônia das rosas? Poderíamos fazer...

Falo para ela. Quero que ela tenha tudo. Que um dia conte para seus filhos, como esse dia foi especial.

-Você não acredita em casamento com bdsm. Sairia muito do script...

-Acho que é um pouco tarde para eu acreditar ou não, em misturar casamento com bdsm. Nós já misturamos tudo. -falo para ela. - E eu retiro isso que disse. Nunca fui tão feliz com um casamento baseado numa relação de bdsm.

-a abraço e beijo seus lábios. -Se quiser uma cerimônia das rosas , fazemos.

-Eu quero...

-Entao faremos...

-Vai mesmo ficar adivinhando meus desejos e realizando eles?

-Até a eternidade!

Ela sorri e diz.

-Eu te amo!

-Eu também!

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