Meu Senhor romance Capítulo 90

Eduarda Amorim

Olho para meu vestido azul bebê estendido na cama.

Chegou o grande dia! Agora pela manhã, acontecerá a cerimônia das rosas, que será na casa de meus sogros, no lindíssimo jardim deles.

E a noite me casarei na igreja e acontecerá a festa. A tão esperada festa, que minha sogra organizou, com 500 convidados.

Eu não conheço nem cinquenta da lista, imagine os 500.

Mais entendo o quanto este evento é importante para a família Albuquerque.

Acabo de tomar um banho, e estou esperando Açucena vir arrumar meu cabelo.

Agora de manhã tudo será muito simples. Escolhemos como testemunha para a cerimônia das rosas, meu sogro e minha sogra. Então só terá nós quatro e um fotógrafo, na cerimônia.

A cerimônia de rosas é muito íntima e simples. Ele não é aberta para convidados. Apenas um casal que viva o bdsm como nós, pode participar como testemunha. Escolhemos eles, pois é o casal que queremos nos espelhar.

Eles são tão unidos, e se amam muito.

Ela abre a porta e sorri pra mim.

-Pronta para começar?

-Sim...

-Vai ser a trança embutida?

-Sim Açucena, a boa e velha trança embutida, que meu Senhor ama...

-Fiquei surpresa de você não querer por um vestido preto. Já que é a cor preferida dele.

Eu solto uma gargalhada.

-Sério demais! Pareceria que estou de LUTO. É a única coisa que não sinto no momento.

-Quem te viu, quem te vê... A senhora casando antes de mim, quando íamos imaginar isso?

-Nao é? Minha sogra foi perfeita. Ela conseguiu organizar isso em 3 meses.

-Acho que ela estava com medo do Senhor mudar de idéia.

Eu começo a ri de sair lágrimas.

-Com certeza foi isso.

Ela começa a trançar meu cabelo e eu fico calada pensando em minha vida.

Quem diria que aquele contrato, me proporcionaria tantos momentos felizes?

Quem diria que aquela menina que a um ano atrás, embarcava numa relação bdsm pela primera vez, estaría casando agora?

Uma única relação, e eu achei o meu homem. Meu primeiro homem. Meu primeiro amor!

Seria tão bom, se todos tivessem a facilidade que tive de achá-lo. Seria maravilhoso!

Açucena termina de fazer minha trança, e começa a fazer minha maquiagem.

E eu relaxo em suas mãos de fada madrinha.

*********************

A estufa está linda. Cheias de mudas de rosas brancas e vermelhas. Algumas velas em cima de uma mesa que funcionarão como um altar.

Meu vestido é azul claro reto até os joelhos, gola canoa de um ombro ao outro. No meu pescoço, além do meu cordão com meu pingente de coração, está minha coleira. Uso um scarpan branco alto, para não ficarmos muito diferentes na altura.

Minha sogra está linda com um terninho rosa e Armando e Arthur estão de ternos escuros e gravata azul.

Parece que combinaram as gravatas, mais eles disseram que não... Foi só coincidência!

Já são parecidos na fisionomia, imagine vestidos assim.

-Meu filhos, que dia feliz para mim e para Eleonora...  Que bom que vocês resolveram se tornar parceiros por toda vida. Prontos para começar? -pergunta meu sogro e concordamos com a cabeça.

Armando acende todas velas, faz sinal para o Arthur... ele retira minha coleira olhando em meus olhos, leva ela até às chamas das velas e passa de um lado para o outro numa altura boa para que não aja um acidente. Volta com ela para meu pescoço e diz:

-Eu prometo proteger você, e te guiar por toda a eternidade.

O significado deste gesto, é que a coleira é purificada pelas chamas para proteger a posse do dominador, no caso eu.

Eleonora sorri, e começa a fazer sua parte na cerimônia. Ela se aproxima de um botão de rosa branca e a corta do pé com um tesoura, me dando na mão. Depois ela vai até as rosas vermelhas, e corta uma completamente aberta para Arthur.

O simbolismo das rosas é lindo e puro.  Só em lembrar, me dá vontade de chorar.

O botão de rosa branca, simboliza a pureza e a submissão da submissa ao seu dominador. E a rosa vermelha desabrochada quase completamente, representa a dominância dele, a paixão e a proteção pela submissa.

Ele pega a rosa em suas mãos,  pega uma de minha mãos, escolhe meu dedo do meio e fura ele no espinho de sua rosa, deixando pingar em minha rosa duas gotas.

Depois eu ofereço a minha rosa a ele... pega e fura seu dedo na minha rosa, também deixando pingar duas gotas na rosa branca, sendo que uma delas, deve cair em cima de uma das minhas gotas.

As gotas que se misturam significam união.

Ele segura meu dedo furado junto com o seu, significando uma união tão forte quanto a união de sangue.

-Façam seus votos de união de sangue. -Diz meu sogro.

Ele suspira, olha dentro dos meus olhos, daquela forma que só ele sabe fazer. E eu não aguento, acabo me envolvendo em tudo e uma lágrima escorre de meus olhos.

-Te recebo como minha submissa e prometo te proteger de todo e qualquer mau que este mundo posso trazer para sua vida, prometo cuidar de você com carinho e amor, e te amar para sempre. Prometo que nossa relação sempre será pautada no amor, cumplicidade, lealdade e no respeito. Para a eternidade!

Ele limpa minha lágrima solitária e sorri.

Eu suspiro, me recomponho e começo a fazer meus votos de sangue.

-Te recebo como meu dominador, te prometo respeito, cumplicidade, paciência, obediência para todo o resto da vida. Também prometo cuidar de você e de nossa relação com todo o amor que tenho dentro de mim. Para a eternidade!

Pressionamos nossos dedos juntos e depois unimos nossas palmas da mão, olhando um nos olhos dos outros.

Meu sogros pegam a corrente e passam rapidamente perto das chamas das velas, e depois nos cercam com ela.

Os elos das correntes, simbolizam situações que passamos e passaremos durante a nossa vida. Passar pelas chamas a corrente, significa eliminar todas as situações ruins, e lembrar apenas das coisas boas.

Meu sogro diz:

-Repitam os votos.

Ele repete o dele e eu repito o meu. Nossas rosas se tocam e logo depois, ele fica com a minha e a dele fica comigo.

A corrente é retirada pela minha sogra e envolvida num saco de pano branco e posta em cima da mesa.

Ela pertencerá ao Paulo. Escolhemos ele, porque entre ele e Bernardo... é o único que pensa numa união. Ele deve usar a mesma corrente, em seu casamento.

Em seguida minha sogra pega as rosas, e as põe num vaso com água. Elas serão levadas para o hotel onde passaremos nossa noite de núpcias. O ritual só termina na manhã do dia seguinte, onde as rosas são desfeitas por nós dois, e as pétalas são guardadas numa caixa. Essas pétalas  serão enterradas conosco, quando morremos.

-Seja bem vinda a família querida!

-Obrigada Eleonora!

A abraço com carinho.

-Eu sou muito feliz por ter sido abençoada por uma filha. Há muito tempo perdi a minha, e Deus me recompensou.

A olho com carinho! Arthur me contou a história da irmã dele e porque D. Eleonora, se apegou tanto a mim.

Eu fiquei muito triste por eles. Não mereciam passar por tanto sofrimento. Mas também fiquei feliz por mim, porque demorou, mais finalmente encontrei a família que me aceitou para sempre. Aqueles que eu procurei por toda vida!

-E eu me sinto grata por ter sido presenteada com uma mãe como a Senhora. Obrigada por tudo!

Nos abraçamos mais um vez, as duas chorando. Depois abraço meu sogro.

E assim finalizamos a cerimônia das rozas.

Agora realmente me sinto dele!

Para mim eu nem precisava de um casamento no civil e na igreja, e uma festa com 500 convidados. Só este ritual já significou tudo para mim.

-Este momento foi para nós. Espero que você tenha gostado! -Ele  me diz me abraçando.

-Agora eu me sinto verdadeiramente sua. -falo sorrindo.

Ele suspira, passa a mão na minha bochecha e diz:

-Sabe quanto tempo eu esperei para ouvir isso?

-Sei, porque eu esperei também ouvir de você.

-Você é minha! Para sempre...

Nos beijamos com muito amor.

Não importa como um relação comece, o que importa realmente, é o encontro de duas almas, que se procuram durante a eternidade e se encontram na atual existência.

Ainda bem que encontrei Arthur!

Ainda bem que sou dele!

FIM

Nota da autora:

"Senta que lá vem textão...

Eu termino este livro com a sensação de que faltou muitas coisas... Na verdade faltou mesmo, e eu vou dizer porque faltou...

O projeto inicial era apenas um livro. Eu ia falar sobre o mundo fascinante do Bdsm.

Gosto desse tipo de literatura, afinal qual é a leitora que não gosta de suspirar lendo sobre um dominador possessivo, teimoso, problemático, cheio de manias e gostoso? Costumo dizer que eles são os preferidos de todas as leitoras... Mais sabemos que na vida real, as coisas são bem diferentes. Fugimos de homens assim...

Não entendo como isso funciona na nossa cabeça! Acho que gostamos da fantasia, onde o final, as coisas sempre dão certo!!! Já na vida real...

Era apenas um livro sobre uma submissa estreante no mundo, e um dominador experiente descobrindo outras formas de praticar o bdsm. Tinham seus amigos/irmãos... As histórias deles também se desenvolveriam paralelamente, sem eu entrar em detalhes.

Até atender um pedido de alguns leitores do wattpad para fazer um "pov" da Camila e do Bê. Depois disso, as cenas começaram a rolar na minha mente. Até sonhar com o roteiro do Bernardo eu sonhei.

Foi aí, que eu resolvi fazer uma série...

Com a série, tive que diminuir o livro do Arthur e da Duda. Tinha coisas que eu não podia por neste livro, pois conteria spoiler dos outros livros.

Talvez vocês nem tenham percebido isso, mais pra mim ficou claro que eu tinha muito mais coisas para contar sobre os dois...

O que posso dizer é que vocês ainda verão muito de Arthur e Duda nos outros livros. Não tem como falar dos outros dois, sem eles. As histórias se completam.

E saibam que a festa do casamento dos dois, vai ser abordada no livro do Bernardo. Não pude por aqui, porque vão acontecer "coisas" neste casamento...

Enfim...

Queria agradecer aos leitores assíduos. Aqueles que compararm os capítulos até aqui. Obrigada!

Eu tentei ser o mais realista que pude, com as cenas que pipocavam na minha cabeça.

Espero que "Arthur" tenha gostado do resultado!

Eu não posso negar... Me irritei com ele algumas vezes, por ser tão intenso! Mais no final, deu tudo certo...

Toda pessoa que escreve aqui, gosta de saber o que os leitores estão achando... Agradeço os comentários de coração. E dedico toda série bdsm a esses leitores. Eu escrevo para vocês!

Espero que os outros dois livros que faltam os agrade, como a história de Arthur e Duda agradou.

Queria agradecer também pela paciência comigo... Em entenderem que eu não podia postar mais capítulos, quando vocês pediam mais...

Porque eu tinha um cronograma, e tinha que seguir esse cronograma. E eu também estava ansiosa, para postar!!!

Foi uma luta viu? Mais acho que valeu a pena!!

Simplesmente: Obrigada!!!

Valorizem o escritor independente! Divulguem e indiquem a obra aos amigos! Comentam, falam o que sentiram ao ler, avaliem! Isso tudo ajuda o autor a crescer na plataforma e incentiva demais a continuarmos escrever.

Em breve começarei a postar o segundo livro da série que se chama "Doce Pecado". Conta a história de Paulo e Sabrina. Só estou esperando a liberação da plataforma!

Fiquem com Deus!"

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