O marido misterioso romance Capítulo 26

É claro que Irene não deixaria Kinsey sofrer por conta dela. Ela pensou bem naquilo e decidiu que precisava esclarecer tudo com Edric, já que era culpa dela que isso tivesse acontecido. Mas Edric nunca mais atendeu as ligações dela.

Sem opções, ela foi até a empresa dele, mas foi barrada na recepção. "Senhorita, o que posso fazer por você? Você agendou um horário?"

A mulher que parou Irene não era a recepcionista que ela viu quando veio aqui da última vez. Irene conhecia esta mulher. Era a recepcionista da empresa de Edric em Oxton três anos atrás. Irene ficou surpresa ao ver que ela também tinha vindo com Edric para San Fetillo.

No passado, quando Irene queria vê-lo, esta mulher sempre apertava gentilmente o botão do elevador para ela. Agora, falava com Irene como se nem a conhecesse.

As coisas tinham realmente mudado. Mantendo a compostura, Irene pediu: "Quero ver seu presidente".

"Gostaria de saber, a senhorita agendou um horário? Não é possível ver o Sr. Myers sem ter feito isso!"

Irene a ignorou, empurrou-a e foi direto para o elevador. A mulher piscou para o segurança. Dois guardas se aproximaram e barraram Irene como se ela fosse uma inimiga formidável.

Ela se virou e foi até o sofá do saguão para esperar Edric. Ele teria que descer alguma hora.

Irene esperou até o fim da tarde, mas mesmo assim não o viu. A recepcionista estava terminando de arrumar as coisas para sair do trabalho. Vendo que Irene ainda estava sentada lá, se sentiu mal por ela. "O presidente saiu pela garagem subterrânea faz muito tempo!"

Irene ficou tão irritada que quase o xingou. Talvez porque a recepcionista teve pena dela, ainda acrescentou: "O presidente vai se encontrar com alguns amigos na After Dark hoje à noite."

Ela tinha revelado o paradeiro de Edric para Irene. Irene não se importava com o motivo de uma mera recepcionista saber onde ele estava. Ela agradeceu e saiu do prédio.

Quando viu Irene saindo, o segurança foi até a recepcionista e perguntou educadamente: "Amelia, você é uma gerente. O que está fazendo aqui hoje? Por que veio até a recepção e barrou aquela mulher?"

"Não faça perguntas indevidas!" Respondeu a mulher, irritada. Quando ela viu Irene, finalmente entendeu por que o Sr. Myers a queria na recepção hoje. Ninguém aqui no Grupo Myers conhecia Irene além dela e de John.

"Mas qual é a intenção dele? Por que quer que eu impeça ela de encontrar com ele, mas, em seguida, diga onde ele tá?"

Irene deixou o Grupo Myers e pegou um táxi direto para a After Dark. Ela se informou e subiu com pressa para o segundo andar, onde ficava a sala particular de Edric. Depois que empurrou a porta, viu a cena erótica lá dentro.

Vários homens estavam sentados na sala, cada um deles acompanhado por belas mulheres. Ela avistou Edric sentado no lugar mais ao fundo com uma mulher bonita de cada lado. Uma delas se apoiou nele para sussurrar algo. O sorriso gentil de Edric fez os olhos de Irene doerem.

Era assim que os homens vadiavam. Três anos atrás, ela não sabia nada sobre isso e pensava o tempo todo que ele estava ocupado no trabalho. Foi por isso que ele a enganou tão bem.

Com desprezo, Irene ergueu a voz: "Edric!"

A voz alta chamou a atenção de todos na sala, e as pessoas voltaram os olhos para Irene. Edric ergueu as sobrancelhas e lançou a ela um olhar impaciente, mas não se moveu.

Perto dele, um homem que estava abraçando uma garota brincou: "Sr. Myers, você não se contenta com uma mulher bonita de cada lado. Outra até veio aqui atrás de você. Tá deixando a gente com ciúmes!"

Edric deu um leve sorriso. "Por que eu teria um gosto tão ruim?"

"Vai lá ver ela, já que ela até veio aqui!" Outro homem riu.

Edric se levantou e foi em direção a Irene. No caminho, um homem bêbado atrás dele sorriu e pediu: "Dá ela pra gente se você realmente não gosta dela!"

"Pode deixar!" A resposta indiferente de Edric fez Irene tremer de raiva. Ela ergueu a mão para dar um tapa nele. Mas Edric foi mais ágil e segurou o pulso dela. Os homens na sala explodiram em gargalhadas. "Essa delícia é uma gatinha selvagem!"

Edric saiu de lá com Irene, fechou a porta descontraído, e a arrastou para a sala ao lado.

"O que você quer de mim?" Ele largou a mão de Irene e falou em um tom congelante.

"Você fez aquilo com Kinsey?" Irene o encarava furiosa.

Edric fez vista grossa à hostilidade dela. Ele se sentou com tranquilidade no sofá, cruzou as pernas e acendeu um cigarro.

"Kinsey? Quem é Kinsey?" O tom dele ainda era frio e distante.

Edric fumava? Irene ficou um pouco surpresa. Ela sempre dizia que odiava o cheiro de tabaco nos homens. Edric também afirmava que não tinha interesse em fumar.

A julgar pela postura dele e pelos anéis de fumaça que soprava com habilidade, Irene se deu conta de que sabia pouquíssimo sobre aquele homem.

"Edric, você tá com amnésia? Não sabe quem é Kinsey?" Exasperada, Irene gritou e só percebeu como tinha falado alto depois de alguns segundos.

Ele estava fazendo isso de propósito. Com certeza era o responsável por Kinsey estar sendo colocada em um cargo inferior. "Desprezível! Você é tão, tão desprezível!"

"O quê?" O olhar cativante do homem escureceu na mesma hora. Ela realmente o chamou de desprezível.

"Essa vagabunda!" Edric conseguia sentir a raiva crescendo dentro de si. Ele a zombou: "Srta. Nelson, uma pessoa competente nunca confia na própria língua. Se eu fosse você, não viria aqui pra me humilhar. Em vez disso, você deveria voltar e ensinar à sua amiga que há coisas que ela deve e não deve dizer!"

Ele basicamente admitiu que estava por trás do que aconteceu à Kinsey. O sangue de Irene estava fervendo. Ela nunca sonhou que Edric se tornaria esse tipo de pessoa.

Ela respirou fundo para que as mãos parassem de tremer. "Edric, o que você quer?"

"O que eu quero?" Edric soprou um anel de fumaça. "Você não sabe o que eu quero?"

Ele queria defender Lily. Irene mordeu o lábio e disse: "Se Kinsey disse algo errado, eu peço desculpas por ela. Sr. Myers, você é um homem generoso. Por favor, pode perdoar Kinsey?"

Ela realmente se desculpou! O olhar de Edric era gélido. Ela pediu desculpas a ele por uma simples amiga, mas não tinha paciência para a mãe dele. Se ela estivesse disposta a baixar a cabeça para Margaret, que era tão teimosa quanto Irene, as coisas não teriam acabado assim.

"Senhorita Nelson, você não sente que não tá sendo sincera?"

"O que mais você quer? Eu me desculpei, Edric. O que mais você quer?"

"Você deveria se desculpar com Lily. Afinal, foi ela que você insultou."

"Tudo bem, Edric, peço desculpas a você, e vou pedir pra sua amada mulher. Mas você tem que deixar Kinsey em paz!" Irene arriscou tudo para salvar Kinsey.

"É tarde demais!" Edric abriu os lábios finos. Seu tom era indiferente como sempre, "Srta. Nelson, tudo tem um prazo. Eu já tinha te dado uma chance antes."

"Você..." Irene o encarou irritada. Não ocorreu a ela que ele diria isso.

"Você quer perguntar por que sou tão insensível?" Edric riu e cuspiu mais afrontas: "Irene, volta e olha pro seu reflexo no espelho. Por que eu, Edric, deveria ouvir qualquer coisa que você tem a dizer?"

Irene deu um passo para trás. Olhando para o rosto impassível de Edric, ela deu um sorriso amargo. Sim, ela ainda era muito impulsiva. Tinha até mesmo se esquecido de como Edric era insensível.

Ela já não tinha experimentado a crueldade dele? Ele jurou amá-la, mas deu as costas e a traiu. Engravidou a amante e a deixou provocar Irene. Não deu nenhuma explicação depois que o caso deles foi exposto e ainda ordenou que os advogados a expulsassem de casa com nada além de um acordo de divórcio...

Qual homem neste mundo poderia ser mais cruel e insensível do que Edric?

Ela não tinha aprendido a lição e esperava em vão poder persuadi-lo. Irene fitou o homem sentado no sofá.

"Edric, você tá certo. A culpa é minha. Eu não deveria ter vindo falar com você, já que sou assim. Obrigada por me fazer ver tudo com clareza. E não se preocupa, de agora em diante, eu, Irene, nunca vou te implorar por nada! Prefiro morrer do que pedir qualquer coisa pra você de novo!"

Ela gritou a última frase e não esperou a reação de Edric, apenas abriu a porta e foi embora. Ela quase saiu correndo da After Dark. O vento noturno lá fora estava gelado, e ela não sabia por que seus olhos estavam úmidos.

Irene bateu a porta. Ouvindo os passos apressados do lado de fora, Edric se levantou no mesmo instante, mas deu apenas um passo antes de cair sem forças no sofá.

Ele apagou o cigarro e o jogou na lata de lixo. Então, se recostou e esfregou as têmporas. Estava mais irritado do que nunca.

Ele não queria tratá-la assim. Mas não se conteve quando estava cara a cara com ela e com a atitude dela.

Edric não sabia o que tinha acontecido com ele e o motivo de não conseguir se controlar. Ele sabia que o que disse só faria com que ela o odiasse mais, mas simplesmente não conseguiu se segurar.

"Eu sou louco!" Edric sorriu, melancólico, sentindo-se indescritivelmente chateado e solitário.

Naquela noite, Irene ficou se revirando na cama por um longo tempo antes de cair no sono. Talvez por estar muito cansada, perdeu a hora de manhã. Se não fosse por Jordan ter ligado para ela, não teria acordado.

Jordan ficou um pouco surpreso ao ouvir a voz de sono dela. "Irene, não me diga que você ainda não levantou da cama."

"Sinto muito! Perdi a hora!"

"Que mulher você é!" Jordan colocou a mão na testa e disse: "Levanta logo. Vou te buscar!"

Irene se levantou com pressa e, em menos de dez minutos, escovou os dentes, lavou o rosto, e trocou de roupa. Ela correu para fora sem ter se maquiado.

Jordan estacionou rapidamente quando Irene chegou lá embaixo. Ela saiu com tanta pressa que até se esqueceu de usar os óculos. Quando Jordan olhou para aquele rosto nu e sem adornos, todo o seu aborrecimento passou no mesmo instante.

Ele até abriu a porta para ela. "Entra no carro!"

"Sinto muito, Sr. Reed!" Se desculpou Irene outra vez.

"Graças a você não estar de óculos hoje, eu te perdoo!" Jordan inclinou a cabeça e, sorrindo, olhou para ela. Uma mulher linda não precisava de maquiagem para ser atraente.

"Obrigada, Sr. Reed. Para onde estamos indo agora?"

"Pra prefeitura!"

Irene entendeu que Jordan estava determinado a vencer a licitação. Devia ser o motivo pelo qual ele estava indo para a prefeitura. Ela se lembrou do que Steven disse naquela noite. O Golden Age Group com certeza venceria a licitação com a ajuda de Steven, certo?

Contudo...

Enquanto ela pensava em todas essas coisas, Jordan pegou uma sacola do banco da frente e entregou a ela. "Você não tomou café da manhã, né? Eu comprei alguma coisa pra você comer!"

"Você comprou para mim?" Irene ficou chocada. Jordan era um jovem mestre mimado de uma família rica. Por que se lembraria de cuidar de um subordinado?

"Por que você tá surpresa? Por qual motivo eu não pegaria café da manhã pra você?"

"Obrigada, Sr. Reed!" Irene não recusou educadamente, pois estava morrendo de fome. Ela abriu a sacola em um instante para pegar a comida.

Jordan deu um sorriso largo, e olhou para Irene pelo espelho retrovisor. Ela era linda até enquanto devorava a comida.

Se, ao menos, ele não precisasse ser paciente, ele queria tanto...

Jordan tentou se acalmar. Aquilo exigia tempo e paciência. Ele não podia apressar as coisas!

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