O marido misterioso romance Capítulo 25

Todas ficaram surpresas. Kinsey foi a primeira a reagir. Com desdém, ela provocou, "Olha só! Não é Lily, a destruidora de lares?"

Quando ouviram isso, todos na loja fitaram Lily. O rosto dela corou na mesma hora. Como era uma famosa socialite em San Fetillo, ela se sentiu humilhada pelas palavras de Kinsey.

"Parece que agora o adúltero vai te transformar em uma segunda esposa de verdade?" A expressão de Kinsey tinha um toque de sarcasmo. "Até mesmo uma amante é sem-vergonha o suficiente pra usar um lindo vestido de gala hoje em dia. Os tempos realmente mudaram."

Lily ficou com tanta vergonha que estava morrendo de vontade de encontrar um lugar para se esconder. Mas Kinsey não pretendia deixá-la escapar facilmente. "Você já pensou em karma quando tá destruindo a família dos outros? É o seguinte: seu filho vai nascer sem c*. Esse é o preço que você vai ter que pagar."

"Kinsey!" Irene conhecia Kinsey bem e tinha certeza de que a amiga não pararia de criticar Lily. Ela empurrou Kinsey para o provador. "Experimenta esse aqui primeiro. Vou ao banheiro."

Corando de vergonha, Lily sentiu toda a alegria se tornar amargura. Ela olhou em volta, procurando por Edric, mas não conseguiu encontrá-lo. Sendo assim, pegou outro vestido qualquer, baixou a cabeça e voltou para o provador.

Irene perguntou a uma vendedora onde ficava o banheiro. Quando saiu de lá, encontrou aquele par de olhos escuros. Edric também estava aqui?

Ele realmente adorava Lily se até veio pessoalmente escolher um vestido para ela. Irene murmurou para si mesma amargamente. Ele nunca foi tão atencioso assim com ela no passado. Irene estava pronta para passar por ele com um olhar inexpressivo, mas Edric a impediu.

Encarando-a, ordernou: "Quero ouvir sua explicação".

"O quê?" Irene ficou pasma.

"Irene, por que você pediu pra Kinsey dizer aquilo?"

Irene só percebeu agora que Edric provavelmente tinha ouvido o que Kinsey disse a Lily e veio aqui para confrontá-la. Sentindo um arrepio pelo corpo todo, ela permaneceu em silêncio. Estava pronta para sair de lá, mas Edric agarrou a mão dela. "Eu não vou permitir que você maltrate minha mulher!"

"Senhor, o que é que você quer?" Irene nem se preocupou em dizer o nome dele.

"Pede desculpa! Eu quero que você peça desculpas pra Lily." Edric apertava a mão de Irene, e os dedos dele ficaram um pouco pálidos. A apatia nos olhos dela fervia o sangue de Edric. Ela o tratava como um completo estranho depois de três anos. A crueldade dessa mulher não tinha limites?

Irene de repente sentiu um nó na garganta. Ela havia tentado não prestar atenção naquele homem, mas não tinha como impedi-lo de tomar San Fetillo. Aqui era a sua casa, mas agora ela não poderia mais voltar, pois Edric tinha se tornado o senhor da cidade.

Ela tinha pensado em conseguir uma fortuna, comprar uma casa, e levar o tio embora. Mas nunca foi fácil ganhar dinheiro suficiente. Ela passou por dificuldades nos últimos anos e não teve escolha senão seguir Jordan até aqui. Pensou em encontrar Edric de novo, mas nunca esperava que fosse acabar desse jeito.

"Ele queria que eu me desculpasse com sua nova mulher?" Irene de repente se sentiu um pouco triste por si mesma. "Por que eu deveria me esconder desse homem?"

Foi ele quem a machucou, mas ela que teve que pagar o preço. Ela deixou sua cidade natal e vagou de um lugar para o outro. Afinal, era uma covarde. Não havia sido ela quem fez a coisa errada. Do que estava com medo?

"Por quê?" Sorrindo com desdém, Irene tentou se soltar da mão dele. Mas Edric a segurava com força. Ela olhou furiosa para ele e perguntou: "Myers, por que você tem medo das pessoas falarem sobre isso quando você teve a coragem de fazer?"

O temperamento dela não tinha mudado em nada. Ela ainda era tão teimosa e se recusava a ceder. Edric ficou paralisado quando a ouviu chamá-lo de Myers. Sem querer, soltou-a.

Usando o vestido, Kinsey saiu do provador. Irene realmente tinha um bom olho: o vestido ficava muito bonito nela. Feliz, comprou-o imediatamente.

Kinsey percebeu a expressão abatida no rosto de Irene quando se aproximou. Ela pensou que era por terem topado com Lily. "Irene, não vale a pena se preocupar com essa p*ta."

Irene deu um sorriso forçado. Embora ela estivesse separada de Edric havia três anos e tivesse seguido em frente com a vida, era impossível dizer que não se importava mais com ele nem um pouquinho. O olhar agressivo de Edric agora há pouco a tinha deixado aflita, e ela não queria ficar aqui mais. "Kinsey, vamos embora."

Kinsey assentiu e pediu ao vendedor que empacotasse as roupas. De repente, Edric apareceu. Kinsey ficou surpresa quando o viu. Ela presenciou o relacionamento entre Irene e Edric e foi parcialmente responsável por ser o cupido dos dois. Na época, Irene não tinha certeza se deveria ficar com Edric, e foi ela quem a convenceu a aceitar o amor dele com coragem.

Kinsey ficava furiosa sempre que se lembrava de como Edric jurou tratar Irene bem, mas, então, se esqueceu de tudo aquilo e arrumou uma amante em poucos anos de casamento.

"Eu estava me perguntando por que estamos tão azaradas hoje. Parece que escolhemos um dia ruim, porque não paramos de encontrar pessoas sem-vergonha."

Esperando no provador, Lily a ouviu claramente. Era hora de ela sair. Kinsey era tão esquentada que descarregava a raiva independente da ocasião.

Edric não era nenhum frouxo e com certeza perderia a cabeça se Kinsey o ofendesse. Se isso acontecesse, as coisas ficariam interessantes. Pensando nisso, ela imediatamente abriu a porta e saiu. "Edric, tô bonita?" A voz dela era tão suave e melódica.

Edric sem dúvida percebeu a insatisfação na voz de Kinsey e ficou um pouco envergonhado. Mas abriu um sorriso encantador assim que notou a expressão indiferente de Irene. Ele respondeu em um tom gentil: "Tá linda!"

Kinsey não estava tão calma quanto Irene. Os olhos estavam faiscando de raiva com o que via. "Que casal descarado. Como ousam ficar se exibindo aqui? Vocês não têm vergonha na cara?"

Irene conhecia bem o temperamento da amiga. O Edric de agora não era mais o homem apaixonado que corria atrás de Irene. Ele havia se tornado o dono de San Fetillo. Isso não acabaria bem se elas o ofendessem. Portanto, ela rapidamente pegou o vestido da balconista e puxou Kinsey para fora. "Kinsey, vamos embora!"

Edric sentiu um aperto no peito vendo que Irene não tinha demonstrado nenhuma emoção. Ele queria dizer algo para afirmar sua autoridade. No entanto, com o canto dos olhos, viu que ela saiu sem nem olhar para trás.

A expressão dele escureceu, e, de repente, ele se sentiu um pouco ridículo. Aquela mulher já tinha sido cruel há três anos. Por que teria reações fortes ao que ele fazia agora?

Em um transe de confusão e amargura, ele encarava a porta. Ela tinha sumido de vista havia um tempo, mas ele não conseguia tirar os olhos de lá.

Lily não percebeu a mudança no semblante dele. Ela ainda estava absorta no carinho de Edric. No passado, ele nunca permitia que nada de ruim acontecesse a Irene. Devia tê-la superado, já que agora conseguia tratar a Lily da mesma maneira. Ela falou fingindo timidez: "Tem um vermelho que eu gostei. Deixa eu experimentar pra você ver."

Edric voltou a si e respondeu com o mesmo tom gentil. "Não precisa. Você fica bem em tudo. Pode comprar todos, se quiser."

As palavras eram cheias de amor. Muito feliz, Lily pediu à vendedora que empacotasse as roupas, sem perceber o olhar frio de Edric. O tom dele podia ser suave, mas a expressão nunca demonstrava nenhum calor.

De volta à empresa, Edric estava de cara fechada, como se alguém lhe devesse muito dinheiro. Bowen, do Departamento de Planejamento, veio até ele com um contrato de patrocínio e pediu que assinasse para poder enviar a verba. Edric ficou irritado ao ver o nome de Kinsey no contrato. "Pare com esse patrocínio!"

Bowen ficou surpreso e pensou que tivesse ouvido errado. Edric o encarou e disse: "Vá e diga ao chefe da emissora que só vou patrocinar eles se substituírem Kinsey Miller e obrigarem ela a fazer o trabalho braçal!"

Bowen ficou um pouco ressentido e saiu segurando o contrato. Ele se deparou com John no corredor. "John, me ajuda aqui!" Pegando a mão de John, desabafou: "Foi o Sr. Myers quem concordou em patrocinar o evento. Agora, de repente, mudou de ideia. Como é que vou explicar isso pra emissora de TV?"

John balançou a cabeça e deu um tapinha no ombro de Bowen. "Não dá pra discutir com o Sr. Myers. Só obedece e faz o que ele quer!"

Bowen suspirou. Era verdade, não dava para discutir com Edric. Mas tinha sido um antigo colega de classe dele que veio pedir patrocínio para o programa.

Bowen havia revisado com cuidado o plano do programa e achou que poderia trazer lucros para a empresa. Foi por isso que o tinha levado para Edric, que também os achou interessante. Quem diria que Edric mudaria de ideia do nada? Como deveria explicar isso para seu antigo colega de classe?

Bowen não sabia o que dizer a ele, que estava bastante chateado quando tinham conversado anteriormente. Ele só tinha ido a Bowen para pedir o patrocínio porque queria conquistar o coração de Kinsey.

No entanto, quando se encontraram de novo, seu antigo colega contou que Kinsey o via apenas como um colega de trabalho e não tinha nenhum interesse nele. Ele tinha começado a se arrepender depois que Kinsey recusou vários convites para jantar. Não a teria ajudado se soubesse que era tão fechada.

Logo, ficou encantado quando ouviu de Bowen que Edric queria que a emissora colocasse Kinsey em um cargo inferior em troca do patrocínio. "Vou informar aos donos da emissora de TV imediatamente."

No dia seguinte, Kinsey foi chamada ao escritório do chefe da emissora. Primeiro, ele elogiou a habilidade dela, e depois mudou de assunto e disse que os novatos precisavam trabalhar por um tempo no outro departamento no começo. O programa que ela estava planejando seria assumido por outro produtor, e ela poderia continuar quando voltasse.

Kinsey não era nenhuma idiota. Ela perguntou secamente: "Tem alguém tentando me passar a perna?"

Seu chefe tentou acalmá-la e pediu que ela não dissesse esse tipo de coisa para os outros.

Kinsey trabalhou duro neste programa por muito tempo e nunca previu que tal coisa fosse acontecer. Mas ela era uma pessoa direta. Apesar de se sentir ofendida, se recusou a admitir a derrota. "Primeiro, vamos deixar isso de lado por um tempo. Vou encontrar mais patrocínios. Você me manda pro outro departamento se eu não conseguir!"

Seu chefe respondeu com um sorriso amargo: "Kinsey, quem mais em San Fetillo arriscaria patrocinar você depois disso?"

Irene não sabia sobre o rebaixamento de Kinsey até se apresentar para o primeiro ensaio. Sabendo que Edric estava por trás disso, ela ficou com tanta raiva que ligou para ele sem pensar.

Então, se deu conta que havia ligado para o número que ele usava há três anos, e ele já poderia tê-lo mudado. Porém, sem que esperasse por isso, atendeu a chamada. Ela ouviu a voz de Edric do outro lado da linha, "Alô?"

Irene ficou ainda mais furiosa depois de ouvir aquela voz. Ela o repreendeu: "Você ainda é um ser humano, Myers?"

A voz de Edric era calma. "Claro que sou. Qual é o seu problema, Srta. Nelson?"

"Como você pode ser tão sem-vergonha? Pode vir atrás de mim se quiser. Mas por que machucaria Kinsey?"

"Tô ocupado. Não tenho tempo pra falar besteiras com você!" Edric desligou a ligação na hora.

Depois de desligar, ele ficou encarando o telefone com um olhar inexpressivo. Por três anos, ele esperou dia e noite por uma ligação dela. Ela finalmente ligou quando ele estava a ponto de perder as esperanças. "Irene, que bom que você ainda tem um ponto fraco!"

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