Meu Senhor romance Capítulo 6

****Eduarda Amorim

Vejo um jarro de agua em cima da mesa com um copo, me sirvo e bebo um pouco, conseguindo respirar melhor.

Que papelão Eduarda, seu primeiro contato com ele e não consegue nem respirar direito. Pego um lenço dentro da bolsa e enxugo o suor de minha testa. Aos poucos vou me acalmando, e vou percebendo melhor o ambiente.

É uma saleta de descanso, com apenas uma poltrona preta. O sofá que estou é azul marinho, logo a frente vejo o corredor e algumas portas. Parece uma mini casa. Será que é a Ala da submissa que Sabrina disse?

Tomo a água toda, e ele logo retorna se sentando na poltrona novamente.

Eu ponho o copo sobre a mesa e o olho.

-Melhor?

-Sim Senhor.

-Agora podemos ir jantar.

Ele se levanta, espera eu levantar e segura em minha cintura me levando até uma sala maior com uma mesa de seis lugares. Tem dois lugares postos, um na cabeceira e outro ao lado esquerdo. Ele afasta a cadeira e manda eu me sentar. Logo depois ele se senta no lugar da cabeceira. Aperta um botão debaixo da mesa e logo chega uma menina um pouco mais velha que eu, com um terninho cinza e os cabelos trançados. Ela parece uma índia com aqueles cabelos escuros e lisos, e a pela morena.

-Senhorita Eduarda, está é Açucena, sua empregada particular, se caso tudo se defina da forma que estamos imaginando, quando não puder cuidar de você, ela cuidará. A veja como uma babá.

Eu olho para a menina, e ela sorri pra mim.

-Prazer Senhorita Eduarda.

-O prazer é todo meu.

-Pode servir Açucena.

-Sim Senhor.

Ela sai e logo volta com um carrinho, com dois pratos cobertos. Põe um em minha frente, e outro na frente dele.

Serve o suco, e sai novamente.

Ele tira a tampa do meu prato e do dele. O tempo todo prestando atenção no meu jeito de agir, de olhar para tudo.

-Eu gosto de alimentar minhas meninas, sinto prazer nisso, então a liberdade que vou lhe dar hoje não acontecerá com frequência, se eu estiver presente. Aproveite o jantar Senhorita Eduarda.

Ele começa a comer e eu pego o garfo, tentando não pensar nas palavras que ele disse. É possível minha boceta está babando tanto que eu sinta a umidade já na minha virilha?

Um frio na barriga que não passa. Tomara que eu não vomite.

Olho para o prato e vejo que é uma massa com molho branco, dou a primeira garfada e está uma delícia. Por incrível que pareça consigo comer e vou relaxando aos poucos.

Comemos em silêncio, de repente sinto um pouco do molho sujar o canto dos lábios e pego o guardanapo em meu colo, para limpar.

-Não.

Olho para ele e não entendo de imediato.

-Deixa que eu limpo.

Ele diz pegando seu próprio guardanapo, e passando no local em que estava sujo.

Ele limpa e sorri.

-Desculpe Senhorita Eduarda, estou tão acostumado a fazer isso, que por um momento esqueci que vc ainda não é minha.

Eu posso ser sua agora, você quer?

Sabrina tinha razão, esse homem é perigoso, muito perigoso!

Eu balanço a cabeça concordando, e me concentro na comida que está deliciosa.

-Alguma dúvida sobre o contrato que lhe mandei?

- Existem algumas coisas que não estão listadas ali, eu queria entender por quê.

-Se não estão listadas, é porque não curto a prática. Mais se existe algo que vc curta e não estiver no contrato, podemos adicionar e ver a melhor forma de trabalhar isso.

-Não Senhor, gostamos da mesmas coisas.

-Nenhuma objeção Eduarda, se tiver alguma, a hora de dizer é agora.

-O Senhor fala de me compartilhar.

Ele concorda com a cabeça.

-O Senhor pode me explicar melhor, porque pra mim ficou generalizado.

-Não frequento Bares ou boates de sexo, mais gosto de praticar e ser observado. Tenho dois amigos íntimos com quem jogo com frequência, e também, damos festas aqui ou nas casa deles, o sexo seria apenas com eles. Não vou te compartilhar com mulheres e nem com qualquer pessoa estranha, mais eu gosto do voyeurismo . E vou jogar com vc e seremos observados por outras pessoas. Explicado?

Claro que sim. Eu acho que posso lidar com isso.

-Sim Senhor.

-Alguma objeção?

-Não Senhor.

-E em relação a sexo anal. Sei que vc é virgem, e nunca teve essas experiências, mais eu gostaria de saber se está disponível para experimentar. Podemos deixar essa parte, que vc nunca experimentou em aberto, e vc vai decidindo de acordo com suas vivências.

-Sim Senhor, não tenho nada contra em experimentar.

-Ótimo!

-É sobre o meu controle total. Isso te incomoda?

Ele fala da parte de me vestir, escolher minhas roupas, falar pra onde ir, onde e como dormi... Tudo... Ele quer controle sobre tudo... No contrato ele fala sobre o cronograma que será me passado nos primeiros dias que estiver aqui, terei hora pra acordar, tomar banho... Além de momentos de recreação, onde eu estarei livre para fazer o que quiser, dentro das tarefas listadas por mim, claro.

-Só gostaria de saber porque . Há um motivo?

Ele limpa a boca com o guardanapo, e me olha.

-Me excita. Saber que tenho tudo sobre vc em meu controle. Tenho câmeras sobre toda essa área, para te controlar 24 horas por dia, se não tiver aqui. Você terá algumas tarefas para cumprir durante o dia, eu gosto de ver minhas submissas as cumprindo. Eu te disse que gosto do voyeurismo, minhas submissas são minhas bonequinhas. Elas são vestidas por mim e cuidadas por mim. Por isso, se for minhas submissa, vc não tem permissão de se preocupar com nada. Eu resolvo tudo,  e comigo vc está protegida e amparada o tempo que for minha. Eu cuido e protejo do que é meu, o que peço em troca é apenas obediência, servidão e aceitação. Sei que não tenho controle sobre a mente, mais controle sobre o corpo, eu terei e esse é o objetivo de toda brincadeira. Controle, sobre tudo, até sobre aquilo que, hipoteticamente, não posso controlar.

Eu engulo seco e concordo com a cabeça.

-Fale com a boca Eduarda.

-Sim Senhor.

-Então concorda com meu controle absoluto?

Porque não? Será  férias boas, não ficar pensando no que devo fazer da minha vida por três meses. Eu nunca fui boa em decidir as coisas.

- Sim Senhor!

-Quando precisar de algo Eduarda, peça para conversar e exponha o que deseja. Eu não quero que fique remoendo as coisas na sua cabecinha. Apenas fale, e eu decido se devo ou não te dar o que vc quer, tudo bem?

-Sim Senhor!

-Outra coisa, vc é minha boneca, bonecas não se tocam. Se isso acontecer e eu descobri vc será castigada. Tocar no meu corpo apenas quando eu permitir. Eu controlo essas mãozinhas e quando eu disser não... É não...

-Sim Senhor!

-Seu corpo me pertence. Eu posso tocá-lo a hora que quiser e como quiser, dentro dos limites listados no contrato, claro. E isso se resolvermos tentar um relacionamento.

Ele sorri sarcásticamente.

O homem está me manipulando. Eu não sei o que passa na cabeça dele, mais ele sabe bem o que está fazendo.

-Terminou Senhorita?

-Sim Senhor!

Açucena aparece e começa a recolher os pratos.

-Pode trazer a sobremesa Açucena.

-Sim Senhor.

Ele toma um gole do suco e me sondando.

- Vou te dar um questionário e quero que vc preencha. Lá vc vai me dizer o que gosta de fazer, o que gosta de ler, o que gosta de comer, quais seus sonhos. Quero que vc seja a mais sincera possível. Porque eu quero deixar esse lugar confortável para vc, essa é sua ala. Aqui vc poderá andar a vontade, do jeito que eu quero e gosto. Já para circular em outros ambientes, vc seguirá a etiqueta normal. Temos muito empregados, eles não precisam ficar admirando a minha bonequinha como veio ao mundo. Isso é só para mim e para pessoas que eu estabelecer.

Ele bebe mais um gole do suco e continua:

-Você também só sairá dessa ala com a minha permissão. Depois te amostrarei melhor o lugar. Tem piscina, academia, um jardim, é bem bonito!

Açucena volta com a sobremesa, e eu me surpreendo com minha sobremesa favorita. Sorrio!

- Posso saber o motivo do sorriso?

Ele diz me observando.

-Pudim! Minha sobremesa favorita.

Ele sorri e diz:

- Eu sei, tive ajuda da Madame para saber disso. Açúcar sempre nos deixa mais felizes, aproveite esse jantar Eduarda, não vai ser sempre que vc comerá açúcar.

Ainda bem, pq eu não quero virar uma bola se ele me empanturrar de açúcar.

- Vc prática exercícios?

-Sim Senhor, faz parte do treinamento.

-Imaginei... Para algumas coisas vc precisa de condicionamento físico. Aqui não vai ser diferente.

Comemos o pudim em silêncio e as vezes, sinto ele me olhando. Ele me observa o tempo todo, como se tirasse suas próprias conclusões.

Ele limpa a boca e eu deposito a colher no prato. Ele chama a Açucena para retirar a sobremesa.

-Açucena pode ir, e só retorne quando eu mandar.

-Sim Senhor!

Ela sai de cabeça baixa.

-A senhora que te recebeu é a governanta do casarão. Você terá mais contato com ela, Açucena e Beto. Ainda estou pensando no segurança que te acompanhará quando precisar sair, ainda não tenho o nome dele. E mais uma arrumadeira frequentará essa ala, mais essa quase não a encontrará se aceitar. Também terá alguns profissionais que ajudarão a deixá-la do jeito que gosto. Esses virão em dias específicos. Também terá um personal trainer, que te treinará quando eu não puder acompanhar seus exercícios. Me encarregarei disso.

-Sim Senhor!

- Agora vamos até o quarto. Quero te observar um pouco.

Meu coração acelera de uma forma que parece que vai sair do peito. Chegou a grande hora. Aquela em que ele analisará todas as minhas imperfeições e devo me manter segura.

Fui muito bem treinada para isso, não posso transparecer insegurança. Andrey sempre repetia que, o meu corpo é a tela em que ele pintará suas nuances. Ele não me pertence, pertence a ele. Então eu não tenho direito de me sentir insegura sobre minhas imperfeições. Só preciso agradar a ele, e se eu o agrado, nada mais importa.

Respiro fundo, e o acompanho com a cabeça baixa.

Chegou o grande teste!

Continua...

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