O marido misterioso romance Capítulo 82

"Senhorita Nelson, agora sabe por que me oponho ao seu relacionamento com o meu neto. Não é por você ser divorciada ou por ser uma mãe solteira, mas sim porque é a filha da mulher que Jordan mais odeia. Por causa da sua mãe, ele ficou sem pai quando era muito novinho. Se o meu neto ficar sabendo que você é a filha da mulher que roubou o pai dele, o que ele vai pensar?"

A voz de Pedro era como uma sirene: lenta, mas poderosa. Cada palavra que ele dizia era devastadora. "Pensa bem nisso. Se conseguir ficar com o Jordan sem se sentir culpada, não vou me opor ao relacionamento de vocês. Mas você não pode esconder a verdade. Senão, quando ele descobrir..."

Irene fez o melhor que podia para manter a calma, mas os olhos dela ainda lacrimejavam. Isso foi um baque tão grande para ela. Como não queria chorar na frente de estranhos, levantou-se e se despediu de Pedro. Ao ver a mulher indo embora, o velho não conseguiu evitar sentir pena dela.

"Jordan, sempre tive medo de gostar de você. Tenho medo de me perder de novo, e fico preocupada que você vá me trair. Mas agora, que razão tenho pra gostar de você e aceitar o seu amor?" Murmurou Irene para si mesma.

"Desculpa, Jordan. Não posso aceitar o seu amor porque não mereço ele! Não mereço ele!"

Nesse momento, a mulher corria o risco de ser dominada pela amargura e pela dor que estava sentindo. Ela era a única que sabia o quanto era difícil caminhar sem vacilar para sair da sala de chá.

Na manhã seguinte, ela pegou a bolsa e desceu em silêncio. Jordan estava parado ao lado do carro e sorria para ela. Vendo como o homem estava radiante, Irene se sentiu ainda mais infeliz.

Ela foi até ele a passos de tartaruga, pois as pernas dela pareciam pesar uma tonelada. Aquela curta distância pareceu levar uma eternidade para ser percorrida.

Jordan abriu a porta do carro para a mulher, e ela entrou sem dizer uma única palavra. Ele foi até ela e, com um sorriso no rosto, fitou-a. "Por que você não atendeu quando eu te liguei ontem à noite?"

"Meu celular tava sem bateria", respondeu Irene.

"Eu tive uma noite difícil. Não tava conseguindo dormir e queria falar com alguém, mas não consegui te ligar. Acabei tendo uma insônia muito forte. Você precisa me compensar por não ter atendido!"

Irene se virou para ele e o abraçou de repente. Então, aproximou-se da boca de Jordan e beijou-a. Como era de se esperar, o homem ficou chocado com a iniciativa dela. Depois de um momento, ele começou a reciprocar.

Por fim, os dois se separaram. "Se não estivesse de dia, eu já teria te 'comido' agora mesmo!" Disse Jordan, ofegante.

Irene olhou para o rosto bonito dele e sentiu uma grande dor no peito. Escondendo as próprias emoções, disse devagar: "Jordan, eu tava pensando em uma coisa... A gente não combina. Acho melhor terminarmos!"

"O que foi que você disse?" Ele arregalou os olhos e quase pensou que havia algo de errado com os ouvidos dele. Irene tinha acabado de beijá-lo, mas logo em seguida disse que queria terminar com ele. Essa mulher era imprevisível para c*ralho!

"Eu disse que a gente não combina. Vamos terminar!"

A expressão dele tornou-se sombria. "Irene, você tá de brincadeira?"

"Não tô. Pensei bastante nisso e acho que não temos nada a ver um com o outro. É melhor a gente terminar agora do que se machucar no futuro."

"Como não temos nada a ver? Por que você concordou em namorar comigo em primeiro lugar se a gente não tem? Irene, tô te avisando, eu não sou qualquer um. Já que você se envolveu comigo, nem pensa que vai fugir!"

"Jordan, me deixa sair daqui!" Irene abaixou a cabeça.

"Te deixar sair daqui? Eu sou um monstro agora? Sou tão assustador assim?" Jordan olhou feio para ela.

"Não consigo me convencer a aceitar um homem que teve tantas mulheres. Acho você imundo!" Sibilou Irene.

"Sua..." Jordan estava ofegante. Como essa mulher tinha coragem de dizer que ele era imundo?! Que ousada!

O homem ergueu o punho. Por um segundo, Irene pensou que ele fosse dar um soco nela. Por reflexo, fechou os olhos, mas logo ouviu um barulho alto. No momento em que abriu os olhos, viu que Jordan havia socado a janela.

A mão dele estava cortada e sangrava. Vê-lo naquele estado doía muito para Irene; ela estendeu a mão por instinto. Os olhos de Jordan se iluminaram de imediato, pois ele pensou que as coisas iriam mudar para melhor. Mas, logo depois, a atitude da mulher mudou de repente. Ela rapidamente abriu a bolsa e tirou uma carta de dentro. "Essa é a minha carta de demissão. Espero que você aprove o meu pedido."

Irene estava fazendo tudo que conseguia para parecer o mais fria e calma possível. Ela era a única que sabia como era doloroso dizer essas palavras.

Afinal, estava perfeitamente ciente de como Jordan a havia tratado bem. Ele a havia apoiado quando ela estava passando pelo momento mais desafiador e difícil da vida dela, mas ela não estava destinada a ficar com ele.

"Irene! Alguém tá te ameaçando?" Jordan agarrou os ombros da mulher, e o sangue na mão dele sujou as roupas dela. "A Joanne te ameaçou de novo?"

"Não, ninguém me ameaçou. Só acho que a gente não vai dar certo. Não consigo tirar esse pensamento da minha cabeça! Pra mim, os homens são como escovas de dente: não dá pra dividir eles com outras pessoas. Não consigo aceitar o fato de que você costumava ficar com tantas mulheres."

A expressão de Jordan mudou; ele estava magoado. Ela o achava imundo. Ele sabia muito bem como tinha feito coisas ridículas no passado, então Irene não estava errada!

Sentindo-se rejeitado, ele soltou os ombros dela. Em seguida, a mulher entregou a carta para ele. "Sr. Reed, espero que aprove a minha demissão o mais rápido possível. Espero que não seja infantil, igual da outra vez, que me ameaçou com outro contrato."

Jordan ficou tão furioso que as veias saltaram na testa dele. Os olhos dele ficaram vermelhos, e ele encarou Irene. No entanto, a mulher estava impassível; ela reuniu toda sua coragem e olhou nos olhos do homem.

Vendo a indiferença no olhar dela, Jordan finalmente aceitou a derrota.

"Sai do carro!" Berrou ele, furioso. Irene abriu a porta, mas mal tinha saído quando ele acelerou e foi embora.

Vendo o carro dele desaparecer de vista, ela começou a chorar. "Jordan, me desculpa! Sou eu que não te mereço. A culpa é minha! Me perdoa!"

O sol da tarde estava escaldante. De olhos fechados, Joanne estava descansando debaixo de um guarda-chuva gigante no jardim. Ela estava nas nuvens. Havia pouco tempo, tinha ido até a casa da família Reed para visitar Pedro, que havia acabado de voltar de San Fetillo. O velho lhe contou que Irene com certeza largaria Jordan.

Pedro era mesmo admirável. Que tipo de estratégia ele usou para fazê-la desistir do neto dele? Joanne não conseguiu evitar pensar em como a mulher tinha sido inflexível com ela antes. "Irene, você perdeu de novo!"

Pedro também estava contente. Sentado no jardim, tomou um gole de chá. Ivan se aproximou com pressa e gritou de longe: "Mestre Pedro, o senhor Jordan voltou!"

O velho não reagiu até o mordomo chegar mais perto e repetir o que tinha dito. Então, perguntou: "O Jordan voltou?"

"Sim, o Sr. Jordan está aqui", respondeu Ivan.

"Por que ele veio a essa hora? É por causa da Irene?" Pedro estava pensativo e logo viu o neto caminhando em sua direção.

"Boa jogada, vovô!" Jordan se aproximou do avô e se sentou ao lado dele. Em seguida, serviu uma xícara de chá para si mesmo.

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