Meu Senhor romance Capítulo 13

***Eduarda Amorim

Lavo meus cabelos, pois estão suados dos exercícios. Saio do banheiro embrulhada numa toalha e encontro Açucena, separando a roupa no closed. Ela me dá um vestido de malha cinza. A primeira roupa que ponho, desde que cheguei, que não é totalmente preta.

Um tênis de passeio branco e eu ponho tudo. Ela penteia meu cabelo e os deixa molhado.

-Não vai dar tempo de secar Senhora, o Senhor Arthur odeia esperar.

Eu concordo e me levanto.

-Pra onde vou Açucena?

-A lugar nenhum. Eu vou chamar ele e avisar que você está pronta.

Ela diz, sacando o celular e mandando uma mensagem.

Cinco minutos depois vejo minha porta se abrir, abaixo minha cabeça e espero sentada na cama.

-Duda, este é Paulo, um amigo de longa data.

Levanto a cabeça e olho para o homem tão alto, quanto o meu Senhor e muito musculoso. Tem traços orientais, acho que já vi ele no Internato, só não lembro em que situação. Ele sorri e diz.

-Olá Duda, é um prazer te conhecer.

Como para falar com outros homens eu preciso pedir permissão ao meu dono, eu o olho e espero ele consentir com a cabeça para responder.

-Prazer te conhecer Dr. Paulo.

Ele entra com uma maleta nas mãos. Está vestido com um jaleco e roupas sociais por baixo.

-Vai ficar para assistir o exame, doutor?

Ele diz para meu Senhor.

Doutor? Ele é doutor de que? Advogado? Médico?

Que vontade de perguntar.

Ele olha de cara feia para o Doutor Paulo, e este levanta as mãos dizendo:

-Tudo bem, não está mais aqui quem perguntou.

Interessante o jeito deles se tratarem. Será que esse é um dos amigos que ele vai me compartilhar? É bem provável, pois dá pra ver que eles tem intimidade um com o outro.

Ele prepara uma agulha e uma seringa e começa a fazer os procedimentos para tirar sangue.

Pega meu braço, prende com o elástico e procura uma veia, muito concentrado no que está fazendo.

Sinto um tremor quando ele enfia a agulha na veia e diz:

-Tem medo de agulhas?

-Fico nervosa com elas.

-Ainda bem que o doutor ali não gosta de needle play...

Fico constrangida, porque isso demonstra que ele conhece bem o nosso tipo de relacionamento.

Eles percebem que estou constrangida. Paulo olha para meu Senhor, se desculpando pela piadinha.

-Duda, este intrometido é um dos meus amigos do qual eu lhe falei. Então não precisa ficar constrangida, com as coisas que esse boca aberta fala. Quando fui escolher um doutor que cuidasse de você, achei melhor escolher um dos palhermas que eu chamo de amigo.

-Você só me escolheu, porque eu sou o melhor.

-Não... eu só te escolhi porque confio em você mais tô começando a me arrepender da decisão.

Eu acabo sorrindo com a cabeça baixa, não tem como não sorrir com a interação deles.

O Paulo vê, e sorri também. Termina de tirar sangue e depois guarda a borrachinha. Pega o aparelho de pressão e começa a aferir.

-Pressão bem baixa Duda, costuma ser dorminhoca e desmaiar?

-Às vezes sim.

Ele olha para o meu Senhor e os dois trocam olhares. Sei que algumas práticas abaixam a pressão arterial. Então eu entendo os olhares.

Ele mede o oxímetro, e logo depois faz um teste de glicose, amostrando para o meu Senhor o resultado.

-Agora vou te auscultar Duda. Sente-se ereta.

Eu faço o que ele diz e ele põe o estetoscópio no meu peito, pede para eu respirar . Depois faz o mesmo na parte de trás.

-Tudo certo doutor, sua menina está em perfeito estado de saúde. Não aconselho a mudar o chip, apesar de não trabalharmos com essa marca em nossos hospitais ela é boa, com uma porcentagem boa de eficácia. Está dentro dos padrões.

-Tem certeza Paulo, eu não quero surpresas desagradáveis.

-Pode ficar tranquilo, está tudo sobre controle. Agora vou pedir que você tire o vestido e o tênis Duda, preciso te examinar.

Ele se afasta guardando as coisas dentro da maleta, e anotando alguns dados na folha. Eu me levanto e meu senhor se aproxima de mim com um roupão. Eu tiro o vestido e descalço os tênis. Ele põe o roupão em mim e me manda deitar na cama.

Eu volto a deitar. Ele chega perto, descruza meu roupão e faz o exame de toque nas mamas, com os olhos fechados como se tivesse concentrado em achar algo.

Termina e fecha meu roupão me pedindo para dobrar as pernas e abri-las.

-Desta forma Duda. (Ele põe as luvas e diz), vai sentir um incômodo, mais vou tentar ser rápido. Ok?

-Sim Senhor.

Ele faz o exame de toque e depois colhe o material.

-Prontinho! Boa menina...

-ele fala sorrindo. -Pronto, doutor. Agora só falta levá-la para fazer os exames de praxe da mama e esperar os resultados ficarem prontos.

Enfim... Passei por mais um constrangimentos, e de quebra, conheci um dos homens que vai visitar a minha cama de vez em quando.

E te digo... Não estou fraca não!

*************

Estou no meu quarto assistindo tv.

Depois da consulta, almoçamos e ganhei três horas para fazer o que quisesse. Vim para o quarto e liguei para  Madame, e para Sá .  Fiquei sabendo que a Madame está negociando um contrato para ela, com um Dominador e eu fiquei feliz por ela, minha amiga merece muito e ela busca por tanto tempo por isso.

Madame ficou feliz em saber, que as coisas estão indo bem entre eu e meu Senhor. Eu tentei descobrir mais coisas sobre ele com ela e Sabrina, mais elas disseram que ele que deve me contar, na hora que ele achar que deve, então vou esperar.

Vejo Açucena entrando no quarto com uma bandeja.

-O Senhor mandou esse lanche, ele não poderá te alimentar pois está numa reunião. Falou para a Senhora continuar no quarto até ele vir te procurar.

-Sim Açucena, obrigada, mais eu não estou com fome.

Ela me olha com a testa enrugada e diz...

-Come mesmo assim Senhora, ele me disse que tem pressão baixa e não pode ficar muito tempo sem comer. Pelo menos tome a vitamina.

Eu confirmo com a cabeça, e vou me sentar na mesa de refeições do quarto.

-O dia está lindo! Nas suas horas de lazer a Senhora pode explorar sua ala. Pode ir na piscina, visitar a biblioteca ou até cozinhar, se gostar. Você só deve está disponível para ele quando ele solicitar.

-Eu sei Açucena, mais só estou a dois dias aqui, prefiro conhecer ele melhor, e ir me adaptando aos poucos.

Ela confirma com a cabeça e sorri, de repente fico curiosa sobre ela. Quem é Açucena, de olhar bondoso e carinhoso.Poderiamos ser amigas, não é assim que funciona uma babá?

-Posso te perguntar uma coisa?

-Sim, desde que não seja nada sobre o Senhor, pode.

-Ok! Você trabalha muito tempo para ele?

-Nasci aqui. Quer dizer, minha mãe trabalhou a vida toda para os pais dele, casou com um empregado deles e teve dois filhos. Eu e meu irmão. Eu continuei trabalhando para a família, já meu irmão foi estudar fora.

-Então você é cria desse casarão?

-Sim, era a casa de seus pais, mais como eles se aposentaram, vivem viajando...

Ela põe a mão na boca e diz...

-Por favor Senhora, não fale que te contei isso, eu não podia...

-Tudo bem... Não vou falar nada, fique tranquila. Mais não tem câmeras no quarto?

-Tem, mais ficam desligadas, quando você está no seu momento de lazer.

-Você é casada Açucena?

-Ainda não, mais tenho um namorado.

-Que legal! E você também faz parte deste mundo... Digo... Os empregados em geral...

-Nem todos, mais a maioria sim. Os prestadores de serviços como a esteticista e a personal trainer fazem parte desse mundo. Eu não gosto muito, mais desde que me entendo por gente convivi com está forma de ser dele e de sua família, então pra mim é muito normal. São homens poderosos Senhora, então eles precisam ter uma rede de pessoas que funcionem em sigilo.

Então quer dizer que os pais também curtem bdsm? Será que é dominador e submissa, ou ao contrário? No internato já ouvi muitos casos assim. Dos pais passando a cultura para os filhos.

-Entendi... Podemos ser amigas? Às vezes vou precisar conversar com alguém...

-Claro, uma das funções da babá e te ajudar quando você estiver desconfortável com algo, ou quando eu perceber que você não está bem.

-Você sempre cuidou das meninas dele?

-Nos últimos cinco anos sim...

- Deve ter cuidado de uma amiga minha do Internato, Sabrina.

-Sim, senhora Sabrina é um doce, fiquei com pena dela quando ele tirou sua coleira, porque eu realmente torcia por ela.

-É, eu acompanhei seu sofrimento.

-Nem todas são legais como ela e você, mais eu gosto do meu serviço e me sinto bem cumprindo minhas tarefas. Agora coma Senhora, senão ele vai ficar chateado.

Eu tomo mais um pouco da vitamina.

-Pretende se casar em breve?

-Não. Estamos juntando dinheiro pra comprar uma casa, ter a nossa vidinha.

-Mais aí vocy não vai mais poder ser babá.

-Verdade, mais eu sei que vou encontrar outra função neste casarão. E você? Nunca pensou em estudar? O Senhor é controlador, mais ele costuma ser generoso com suas submissas.

-Talvez depois que terminar meu contrato, só não sei o que...

-Aproveita esse tempo para descobrir o que quer fazer. Senhora, tenho que levar a bandeja. Se quiser pode passear pela sua ala.

-Eu posso vestir algo Açucena? Estou com frio.

Ela vai para o banheiro e traz um roupão de seda.

-Ele só permitiu isso, até agora.

-Já serve, obrigada pelo lanche.

-De nada...

Ela sai e me deixa mais uma vez sozinha.

Eu tomo mais um pouco da vitamina e deixo o copo em cima da mesa, indo para cama ver mais um pouco de tv.

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