O Egípcio romance Capítulo 27

Eu suprimo um grito, colocando minha mão na boca quando vejo mais quatro deles entrando rapidamente. Reparo então que eles usam ternos, roupas de gala. A máscara é a única coisa que nos separa deles.

Todos tiram armas de suas calças e um tiro é disparado para o alto, acho que é o líder deles.

— Ninguém se mexe, qualquer pessoa que se mexer será morta.

O salão cai em um silêncio mortal, os únicos sons que podemos ouvir são eles derrubando as cadeiras. Revistando todos e tirando os celulares para jogar em um saco. O outro bandido, o mais baixo, está retirando as joias das mulheres e jogando em outro saco.

Vejo então membros de segurança se esgueirando e se apressando em diferentes partes do salão, mas isso é frustrado quando um deles leva um tiro na perna, disparado por um deles, e que parece ser o mais agressivo de todos e líder deles. Logo os outros revidam com tiros. Todos nós nos jogamos no chão.

Ainda agachados, vemos o terror acontecer, porque aos poucos os seguranças vão sendo dominados, até que o último se rende. Eu tremo muito e solto um soluço. Imediatamente, sinto os braços de Hassan me trazendo mais para junto dele. Ele beija minha cabeça, e diz baixo, segurando meu rosto em suas mãos:

— Se acalma, nada vai acontecer com você. Eu prometo.

Eu assinto. Então vejo os bandidos gesticulando muito e um outro, reunindo todos os seguranças dominados, e eles vão amarrando cada um deles e depois os colocam um de costas para o outro, inclusive o que está ferido na perna.

Eu olho para o Hassan, ele olha tudo com ódio nos olhos, não parece ter medo deles, e eu me sinto nauseada e com um pânico diferente de tudo que já vivi. Eu não paro de tremer, lágrimas libertam-se e rolam pelo meu rosto.

Hassan retira o paletó e me faz colocá-lo. Isso chama atenção de um dos bandidos.

— O que você está fazendo? — o bandido grita e anda em nossa direção, até ficar bem perto de nós.

Eu baixo o rosto, não consigo ver os olhos do mascarado.

— Ela está tremendo, coloquei meu paletó nela — Hassan fala quase em árabe, arrastado.

— Tremendo? Está com medinho, tá? — o bandido pergunta para mim. — Agora vamos parar de conversa fiada e me passa seu colar, seus brincos. E VOCÊ, SEU ÁRABE DO CACETE! — ele chuta a coxa esquerda de Hassan, que geme, levando a mão à perna. — Levanta e passa seu celular!

Hassan obedece e dá o celular para ele. Então o bandido passa suas mãos pelo corpo de Hassan em revista. Ele encontra sua carteira. A abre, tira todo o seu dinheiro e joga a carteira em cima de Hassan, que a pega no ar, guardando-a no bolso.

Eu estou há algum tempo com as mãos erguidas na nuca tentando abrir o fecho do colar, mas não consigo, minhas mãos tremem muito.

— É pra agora! — o bandido avança em minha direção.

Hassan se coloca na frente, ofegante.

— Pode deixar, eu retiro.

O bandido dá um soco no rosto de Hassan e vem na minha direção. Passa sua língua nojenta no meu rosto. Hassan aperta as mãos e parece que vai avançar nele, mas ele aponta a arma para ele.

— Paradinho aí — diz, com um sorriso, quando Hassan não tem outra opção, a não ser assistir a tudo calado. — Muito bem, lindeza. Tira seu colar e coloca no saco do titio aqui. Estou louco para sentir esse rabo gostoso. Você parece uma sereia nesse vestido. Perfeita.

Deus! Eu estou pagando meus pecados?

Ergo minhas mãos tentando tirar o colar, tremendo muito.

Uma mulher chora do outro lado, aterrorizada com o outro bandido, que a repreende furioso. O marido se aproxima dela para acalmá-la. O bandido se distrai vendo a cena. Então é chamado pelo líder. Hassan se aproveita disso e me ajuda com o colar. Enquanto isso, eu, rapidamente, retiro os brincos.

Hassan pega tudo e dá para o bandido quando ele se volta para nós. Ele pega tudo e coloca no seu saco, e se afasta em direção ao líder, que está no meio do salão.

— Karina, preciso tirar você daqui — Hassan me diz, ofegante.

Deus!

O quê?

Como?

Onde?

— Não, Hassan.

Hassan me olha com dureza nos olhos.

— Confia em mim. Eu não posso deixar que algo aconteça com você. Eu não me perdoarei nunca. Fica calma e não resista quando chegar a hora.

Eu solto um soluço que está preso na minha garganta de puro pânico.

Não quero que Hassan se arrisque. Então nessa hora vejo um homem se esgueirando. Ele tenta fugir. Ele está do outro lado do salão. Um dos bandidos percebe e ele corre, ouço um tiro, e o senhor cai no chão.

Horror enche meu coração, e abro a boca para gritar, mas Hassan coloca sua mão sobre ela.

— Não faça isso. Vai chamar atenção deles.

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